Capítulo 04

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Antigamente ela tinha essa data memorizada: A data em que ele ficaria livre. Sabia que ele viria atrás dela. Disse isso a Joseph, quando falou dele da primeira vez. Porém a vida dela seguiu, fluiu, e aquilo simplesmente passou batido. Mas lá estava ele.


Anahí: Alfonso. – Ele sorriu de canto ao ouvir a voz dela dizendo seu nome de novo.


Alfonso: Você está linda. – Ela cruzou as pernas, se encostando na cadeira.


Anahí: Meu marido costuma me dizer isso com frequência. – Dispensou, repousando os braços no colo – O que você quer?


Alfonso: Eu senti sua falta. – Admitiu, sério.


Anahí: Eu, não. – Devolveu, e ele assentiu – Ainda tenho suas cicatrizes. – Comentou. Ele piscou.


Alfonso: Eu sinto muito pelo que fiz a você aquele dia. – Disse, sincero – Não há desculpas pra aquilo.


Anahí: Só aquele dia? – Perguntou, os olhos frios. O celular vibrou e ela ignorou – Acredita que o único mal que me fez foi ter me agredido? Vá embora, pense por outros 8 anos e volte pra me procurar. – Dispensou.


Alfonso: Eu errei. – Admitiu – Quando você foi embora, quando eu percebi que eu tinha perdido você... Tudo o que eu queria era reparar o que eu tinha feito a você. E eu fiz muito mal. – Ela o observou, quieta. – Eu sinto muito por tudo.


Anahí: Você fala, e eu escuto palavras fáceis. Você nem faz ideia do que você fez, não é? – Perguntou, observando-o – Não importa agora. Eu sobrevivi a você. – O celular vibrou de novo, e ela tornou a ignorar – Você é passado.


Alfonso: Eu quero me redimir. Eu quero reparar o mal que eu fiz a você. Só me diga como. Eu faço qualquer coisa, menina. – Disse, atordoado – Tudo o que eu fiz nos últimos anos foi sentir sua falta. Eu vou fazer literalmente qualquer coisa pra reparar meus danos. Eu prometo. – Ela franziu brevemente o cenho, mas o celular tornou a vibrar. Ela atendeu dessa vez.


Anahí: Hey. – Disse, coçando a sobrancelha – Não, estou na cafeteria, comprando meu café e o de Ian. Sim. Eu havia esquecido. Não passou batido. – Ela sorriu de canto - Pousou bem? – Silencio – Ótimo. Posso te ligar daqui a 5 minutos? Ok. Eu te amo. Tchau. – E desligou – Você dizia?


Alfonso: Seu marido? – Ela ergueu uma sobrancelha.


Anahí: Não que seja de sua conta, mas sim, era. – Dispensou. Olhou o painel que chamava as fichas, mas não era a sua ainda.


Alfonso: Ele sabe de nós dois? – Anahí de riu de leve, um riso irônico, sem alegria.


Anahí: Alfonso, quando eu fugi de você, não sobrava quase nada de mim pra ser salvo. Eu só tinha um objetivo na vida: Ser alguém. Eu não achava que merecia ser amada. Joseph me fez pensar diferente. – Lembrou – Ele sabe de tudo. E quando eu digo tudo, inclui o que levaria você pra cadeira elétrica.


Alfonso: Porque você pensaria algo assim sobre você mesma? – Perguntou, franzindo o cenho.

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