Capítulo 22

4.4K 276 773
                                    

Dirigir pela área do litoral de Los Angeles no meio da festa de ano novo foi o inferno, mas Anahí não parava de chorar. Chorava desesperadamente, se arranhando, como se algo que vira a atormentara, como se sentisse algo que não coubesse no peito. A Ferrari fez um bom trabalho, mas Ian dirigiu como se estivesse possuído. Não ligava se ia atropelar alguém. Conforme a área residencial foi ficando com um nível mais elevado, as mansões se tornando maiores e mais elegantes, a multidão foi diminuindo. O motor da Ferrari rugiu debaixo dos dois, enquanto ele costurava entre os pedestres, a mão enfiada na buzina.


Ian: Estamos em Venice. Anahí! – Ela o olhou, encolhida – Estamos em Venice, só me diga pra qual casa eu estou indo. – Pediu, nervoso. Ela olhou em volta, então apontou a mansão de três andares logo a frente, a mão tremula.


Ian simplesmente fez um pandemônio ao parar na frente da casa. O carro quase entrou na casa, derrubando uma parede, e ele continuou com a mão na buzina, piscando os faróis. Quando as luzes se acenderam lá dentro ele pulou pra fora, carregando Anahí, que continuava afogada naquele tormento que começara Deus sabe porque.


Christopher: Mas que diabo...? – Perguntou, abrindo a porta.


Ian: Madison. – Disse, entrando sem se anunciar – Ela fica repetindo o nome de Madison. Ela está aqui? – Perguntou, nervoso.


Christopher: Oh, agora ela precisa de nossa ajuda? – Perguntou, cruzando os braços.


Ian: Vai se foder! – Apontou, pronto pra briga, mas precisava resolver aquilo – Ela está aqui ou não?


Madison: O que é isso? – Perguntou, descendo as escadas.


Ian: Ela acordou aos gritos, e não para de chamar seu nome. Não fala mais nada. – Apontou, angustiado, apontando Anahí no seu colo. Ainda chorava profusamente – Estava normal, estava bem, fomos dormir, acordou gritando.


Madison: Ei. – Anahí a olhou, os olhos azuis tomados pelas lagrimas que não paravam mais. As duas se encaram por um momento. – Senta ela.


Ian: Ela não pode sentar em qualquer lugar. Eu sai correndo, a cadeira de rodas ficou em casa. – Ele estar descalço era uma prova disso.


Madison: Aquela poltrona vai servir. – Apontou, se adiantando e pegando uma almofada pra pôr na poltrona. Ian a sentou com cuidado. Não dava pra saber se aquele choro desesperado era por dor ou por qualquer outra coisa. – Ei, eu estou aqui. Fale comigo. – Pediu, abaixada na frente de Anahí.


Anahí: Joseph... – Tentou, mas o choro só piorou, ela encolheu os ombros, se apertando.


Madison: O que tem Joseph? Aconteceu algo novo? – Anahí negou com o rosto, vermelha pelo choro. Deus, seu peito ia partir de tanta dor.


Anahí: Eu sonhei... Parecia real... Eu... – Ela ergueu a mão, puxando o cabelo de novo, e Madison segurou a mão dela com cuidado. Já tinha um ferimento na mão cicatrizando, não precisava se machucar mais. Madison hesitou.

Depois de VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora