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DAY

Depois de fazê-la gozar ela é tomada pela culpa. Senta no banco ao lado, coloca as mãos no rosto e solta a frase de sempre:
- Meu Deus, Dayane, o que a gente fez?!
Eu reviro meus olhos.
Sei que estou errada, sei que devo ter paciência, mas está tudo tão claro pra mim que é difícil entender como ela não enxerga um palmo diante do nariz!.
- Carol...
Eu viro meu corpo pra ela, estico meu braço e faço um carinho em seu rosto.
- Não, Dayane. Eu preciso entrar. Você não deveria ter vindo aqui... Eu não deveria ter vindo, a gente não...
Ela abre a porta e sai do carro.
- Eu não vou desistir!
Digo quase gritando enquanto ela fica mais longe do carro.
- Eu amo você, Caroline!
Ela para.
Seu corpo parece ter tomado um choque.
Eu apenas continuo esperando sua coragem de olhar pra mim.
Ela se vira, encarando o chão enquanto diz:
- Amanhã a gente se encontra no Madero às 17h e vamos conversar como gente e não como dois animais que não raciocinam.
Ela entra em casa.

CAROL

Chego no Madero e a vejo sentada numa mesa ao fundo, cabeça baixa encarando o celular que ela delicadamente segurava com dois dedos e o girava sem parar.
Seu cabelo de lado com metade de seu rosto escondido, tão típico! Tão ela! Tão linda! Meu coração anseia por aquele sorriso que brota por trás daqueles cabelos negros. E assim que ela levanta a cabeça e me vê chegando ele aparece pra mexer com o meu estômago.
Caralho, porque essa mulher mexe comigo assim?!
Abaixo a cabeça e foco na minha respiração pra tentar desacelerar meu coração enquanto atravesso o salão.

- Oi!
Seu sorriso se abre como se ela não soubesse o que vim dizer.
Como é possível, meu Deus?!
- Oi, Day...
Me sento a seu lado e não perco tempo.
- É o seguinte. Você não pode me encurralar no banheiro e me foder, você não pode ir na minha casa no meio da madrugada, me chamar pra entrar no seu carro e me foder. Me entendeu?
Ela fica em silêncio, sua expressão mudo da água pro vinho. Obviamente ela se ofendeu, e essa era a minha intenção pra afastar essa mulher de mim antes que eu jogue toda a minha vida pelos ares.
- Então é isso que você acha que eu fui fazer atrás de você? Te foder?
- Bom, fodeu, não fodeu?
- Fodi sim. Fodi muito. Fodi gostoso. Mas eu não fodi sozinha, Caroline. Que porra é essa que você tá dizendo?!
Ela está visivelmente puta. Me dói vê-la assim, mas não vejo outra saída se não mágoa-lá. Ser uma completa imbecil.
- Estou dizendo que você não pode mais chegar perto de mim.
Ela me olha com um olhar sombrio. Como se ela não soubesse quem eu sou, como se eu fosse alguém que ela despreza. Eu sinto uma tempestade de lágrimas se formando dentro de mim, eu preciso me controlar...
Caroline, se controla, caralho! Vai por tudo a perder!
- Era a última coisa que eu esperava de ti, você saindo de fininho dessa história como se eu fosse a grande filha da puta que te seduziu.
Eu fecho os olhos. Não consigo mais encarar aqueles olhos negros. É demais pra mim.
Encho meu pulmão de ar e cuspo sem hesitar:
- É isso.
Meus olhos permanecem fechados e eu apenas ouço o tranco de seu corpo se levantando da mesa com raiva.
- Vai se foder, Caroline!
Nunca ouvi aquele tom de voz. Mal consigo entender como ele pode ter saído daquela boca que só sabe dizer coisas que aquecem meu coração.
Após ouvir a porta de vidro fechar atrás de mim eu deixo o choro vir. E ele vem forte.

Um senhor vem até mim checar se está tudo bem, se eu preciso de alguma coisa, eu agradeço e digo que estou bem.
Preciso sair daqui.
Me levanto de cabeça baixa e atra esso o salão como um lince.
Assim que passo pela porta de vidro uma mão segura firme em meu braço fazendo meu corpo se desequilibrar totalmente.
Braços seguram meu corpo com força me impedindo de cair no chão.
- Eu sei o que você tá fazendo, Caroline.
Eu olho pra ela, ela chora também. Eu apenas me deixo sentir tudo aquilo na frente dela sem me preocupar com o que ela vai dizer.
- Você tá tentando me afastar. É mais do que óbvio.
Eu apenas tento me soltar de seus braços totalmente em vão.
- Não faça isso nunca mais. Cê tá me ouvindo?
Nos encaramos em silêncio. Permanecemos nos olhando chorar, percebendo o oceano atlântico inteiro de coisas a serem ditas uma pra outra.
De repente, ela me beija.
O gosto salgado da sua boca se mistura ao desespero de dor e de alívio que ambas estão sentindo nesse momento.
É demais pra mim tudo isso. Eu simplesmente não consigo dizer não ao seu toque.
Ela para de me beijar e cola sua testa na minha, eu permaneço de olhos fechados ainda me deliciando com o gosto de sua boca que está na minha a sua respiração que atravessa a minha.
- Vem comigo. Vamos conversar de verdade.
Ela pega na minha mão e me leva até seu carro.
- Pra onde vamos?
- Pra um lugar onde a gente possa conversar direito sem a gente parecer dois macacos enjaulados no zoológico.
- Hã?
- Você não viu? Todo mundo olhando pra gente. Quero morrer. Bando de gente babaca.

Seguimos a viagem em silêncio até ela parar em frente ao seu estúdio.
Quando entramos vejo seu sofá de visitas com um travesseiro e um edredom amassados.
- Day, tu tá dormindo aqui?
- É só por uns dias até eu conseguir ter cabeça de procurar um apê.
Ela embola mais ainda o edredom, pega o travesseiro e vai até outra sala, abre a porta, joga tudo de qualquer jeito, fecha e volta.
Chega perto de mim e começa.
- Você me ama?
Aquilo bate em mim como um coice. Eu apenas fico em silêncio olhando pra ela como se ela fosse a qualquer momento dizer que estava brincando.
Não acontece, óbvio.
- Dayane...
- Caroline! Responde! Seja honesta pelo menos uma vez na porra da sua vida. Comigo e com você mesma!
Minha cabeça gira. Eu não tenho a menor ideia de como responder essa pergunta que eu mesma me faço desde que viajamos e nunca consigo separar o que é sentimento e o que é medo.
- Eu não sei.
Digo sendo sincera. Eu me segurei tanto pra não sentir que eu não sei mais de nada.
- Eu vou te dar mais uma chance de perceber isso. Dessa vez decentemente.
Ela me puxa pela cintura numa pegada que só ela tinha, nossos corpos se encaixam de um jeito que eu nunca  vi com outra pessoa.
Seu beijo é intenso mas é leve, completamente diferente de todos os outros. Suas mãos alisam minha cintura por debaixo da minha jaqueta, puxam minha camiseta de dentro da minha calça e posso sentir o calor da sua mão passando pelas minhas costas.
Eu me arrepio inteira.
Minhas mãos vão parar em suas costas também, mas logo são interrompidas pelo corpo dela se afastando do meu pra tirar a minha jaqueta. E logo depois ela puxa minha blusa me deixando só de sutiã.
- Day... Por favor... Não...
Ela me beija ignorando completamente o que estou dizendo e só para pra tirar sua camiseta.
Nós duas desprendem os o sutiã uma da outra ao mesmo tempo e podemos sentir nossos seios quentes e excitados se tocarem. Meu corpo entra em combustão.
Desabotoamos nossos jeans com um pouco mais de pressa.
Ela me deita no sofá só de calcinha e fica de pé na minha frente.
Eu olho para o seu corpo que nunca pude ver antes, não sem roupas, não com calma, não à luz do dia.
Ela deita em cima de mim e me beija, desce para o meu pescoço e me faz gemer com a maestria que a sua língua tem em me lamber.
Minhas mãos alisam suas costas de baixo pra cima e quando voltam pra baixo eu cravo minhas unhas delicadamente.
Ela geme.
Ela geme no meu pescoço.
Socorro.
Dayane então desce para meus seios e engole um enquanto massageia o outro.
Eu vou a loucura.
Então ela desce passando pela minha barriga e quando chega em meu sexo e me olha.
- Você é linda, Caroline.
Não tenho tempo de dizer nada quando ela me abocanha sem dó e tudo que eu consigo fazer é gemer seu nome. Ela me chupa como se fosse um animal se alimentando pra sobreviver. Eu nunca senti isso na minha vida, e logo o orgasmo me atinge com força.
Dayane sobe seu corpo e vem me beijar. Seus olhos estão marejados.
- Eu te quero tanto, Carol... Como eu nunca quis mulher nenhuma.
Meu coração erra as batidas.
- Eu também nunca quis ninguém assim antes...
Finalmente me deixo sentir e falar.
Ela beija a minha boca enquanto se encaixa novamente no meio das minhas pernas.
Olhando no meu olho ela entra em mim e eu simplesmente não consigo manter o contato visual. Meu tesao é tão grande que meus olhos me desobedecem e se fecham.
O movimento de seu corpo no meu é lento mas é intenso. E eu permaneço fazendo uma força sobrenatural pra conseguir olhá-la. Eu quero olhá-la enquanto ela me fode, mas é difícil demais!
Meu Deus!
Eu aperto seu corpo com os braços e com as pernas, eu quero ela inteira pra mim, quero sentir cada milímetro de seu corpo que eu puder.
- Day... Não para.
- Não vou, baby.
Ela mete em mim um pouco mais forte mas ainda assim com delicadeza, sem aquela pressa das outras vezes. Sem medo, sem mundo lá fora. Apenas nós.
Meu corpo entra em colapso e eu gozo soltando um leve grito.

Mal consigo respirar, meu corpo treme. O corpo dela treme. Nossos olhos estão tão marejados! Eu tenho a sensação de que nunca mais vou sair desse sofá.
Ela se deita ao meu lado e faz carinho no meu rosto.
Sei que ela espera por uma resposta mas eu só consigo pensar em uma coisa nesse momento.
Subo em seu corpo e a beijo, minhas mãos alisam seu corpo inteiro, meu corpo se esfrega no dela como se a qualquer momento nos fossemos nos tornar uma só.
Eu me sento em seu quadril e a puxo pra se sentar também, então eu me lavanto do sofá e a deixo sentada. Sei que ela não entendo o que estou fazendo. Eu apenas sorrio maliciosamente e me ajoelho no chão, abro um pouco suas pernas e a chupo enquanto olho em seus olhos.
Ela geme meu nome como nunca antes. Estou molhada num nível que sinto meu líquido escorrer.
Ela massageia meus cabelos enquanto eu faço leves movimentos de vai e vem com a cabeça, batendo levemente minha boca em seu sexo.
- Ca-carol... Eu vou gozar...
Aquilo me deixa louca, eu afasto a minha boca por meio segundo só pra dizer pra ela o que eu mais ansiei durante todo esse tempo:
- Goza na minha boca, Dayane.
E ela goza na mesma hora, como se o que acabei de dizer tivesse antecipado seu orgasmo de tão bom que foi ouvir aquilo.
Ela me puxa pro seu colo onde me encaixo como um neném, nossos corações se confundem nas batidas e eu já não sei mais qual é o meu e qual é o dela. Somos um só.

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