21.

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CAROL

Dayane virou de costas, se soltou do meu toque, aquele calor de desespero passou por todo o meu corpo até morrer na minha nuca. Não posso evitar as lágrimas que se juntam nos meus olhos que se recusam a piscar, não posso perder um segundo de olhar pra ela, mesmo de costas, mesmo ela demonstrando que não me quer mais, eu preciso olhar pra ela. Meus olhos ficaram tanto tempo sem vê-la que eles já não sabiam mais se isso aconteceria de novo e cá estão eles, grudados em cada milímetro do corpo dela, reparando em cada mecha de cabelo bagunçada, deslizando na curva do seu corpo, embalados pela respiração que movimenta levemente todos esses detalhes. Eu não sei explicar o quanto eu daria tudo, tudo, tudo pra encaixar meu corpo no dela e me perder entre seus cabelos.
O calor que o corpo dela emana chega em mim de alguma forma, meu corpo ainda treme mas não é pelo mesmo frio que há pouco. O frio agora é do inverno que faz aqui dentro desde que ela virou de costas, agora mesmo quando a tenho ao alcance de todos os meus desejos e nunca a tive tão longe ao mesmo tempo.
Ela não me quer. Eu a perdi...

DAY

Meu corpo está duro feito uma tábua, não ouso mover um músculo sequer, meu coração está à mil, nunca tive tanto medo de mim mesma, temo que ao menor movimento vou perder o controle e meu corpo vai estar em cima dela em um piscar de olhos.
Como eu quero essa mulher! Deus!
Sei que essa noite não vou pregar os olhos, vai ser uma batalha épica entre o que eu quero e o que eu preciso fazer, e quem vai sofrer com isso vai ser meu corpo que dói de tanta tensão. Eu uso cada músculo para me manter longe dela, é uma força quase sobrehumana.
Na minha cabeça eu canto insistentemente a mesma estrofe da única música que consegue me manter sobrea.

"Consigo imaginar essa situação
Achando que controla o meu coração
Hoje não
Sem perdão"

Acho que ela dormiu, já faz mais de duas horas que deitamos e ela está quieta demais, com certeza dormiu.
Ouço o rangido do sofá, sei que ela está se mexendo, eu daria tudo pra poder me virar e vê-la dormindo...
Meu corpo congela.
Não.
Pelo amor de Deus não!
Vejo uma perna dela na minha frente.
Ela tá vindo deitar aqui!!! Socorro!!
Tento controlar a minha respiração como se isso fosse possível. A unica saída que eu tenho é fingir que estou dormindo e rezar pra ela desistir e voltar pro sofá.
Fecho meus olhos e sinto que ela deita de frente pra mim, ouço sua respiração ofegante, engulo meu coração que tentou escapar pela minha garganta.
Ela está chorando.
Tento a todo custo me controlar. Eu quero abrir os olhos e olhar pra ela!
- Day... - ela começa sussurrando bem baixinho - Eu quero tanto você... Tanto, tanto, tanto!
Ela faz força pra sufocar o choro.
Eu também.
- Você não sabe o quanto, eu nunca tive tempo de dizer o quanto e perdi você...
Seu soluço escapa num barulho muito alto. Meu corpo pula de susto, de dor, de desespero.
Meu Deus! Eu quero dizer pra ela que ela não me perdeu! Eu quero segurá-la nos meus braços e nunca mais soltar! Eu... Eu... Droga!
Não seguro mais o choro.
É impossível.
Abro meus olhos e me deparo com a cena mais triste que eu já vi na minha vida.
Carol tem uma tristeza tão grande nos olhos, seu rosto tão vermelho, o corpo dela tremendo, nunca a vi tão vulnerável, como se ela fosse uma menina assustada.
Ela não ousa se mexer e eu muito menos, a gente apenas se encara enquanto chora.

Carol diz que me ama sem fazer nenhum som, apenas mexendo seus lábios. Uma onda de calor invade meu corpo e me sinto queimando em febre.
Eu não controlo minha mão direita e quando percebo já estou acariciando seu rosto, assim que eu o toco ela fecha os olhos e logo encosta sua mão esquerda em cima da minha. O menor contato com ela já é suficiente pra mexer com todas as minhas estruturas e por mais que a situação seja a mais tensa possível, não posso deixar de perceber que algo acontece com a minha calcinha.
A energia dessa mulher, a presença dela me deixa mais do que louca, eu não posso evitar, meu corpo precisa do dela alucinadamente, sou escrava de tudo que ela me faz sentir.
Eu preciso dela.

- Me perdoa, Day. Sou uma estúpida, covarde.
Permaneço sem dizer nada, tudo dentro de mim está caótico, são tantas sensações que eu estou perdida demais pra arriscar dizer alguma coisa. E quanto mais ela fala mais desnorteada eu fico.
Ela puxa minha mão de encontro com a sua boca e a beija, a sinto molhada e quente, minha imaginação me leva a loucura! Minha vontade de beijá-la é tão visceral que nem eu mesma entendo como ainda estou parada.
Há pouco eu estava fazendo força pra não me mover e, de repente, eu quero me mexer e meu corpo parece totalmente entorpecido.
Carol chega mais perto, junta seu corpo bem próximo do meu e cola sua testa na minha.
- Eu preciso de você, Dayane. Eu quero você...

Me sinto uma idiota totalmente sem controle do meu corpo. Eu quero subir no corpo dela e fazê-la minha como nunca fiz antes, pra que ela sinta que nunca foi de alguém como ela sente que é minha.
Nada.
Carol passa sua mão no meu rosto e afasta meus cabelos.
- Eu quero ser sua. Eu... Eu preciso ser sua.
Ela me olha nos olhos e vejo aquela faísca que arrepia meu corpo na mesma hora.
Eu sei o que ela quer.
Eu também quero.
Sem que eu possa dizer ou fazer algo ela vem se levantando enquanto me vira de barriga pra cima, passa sua coxa esquerda pro outro lado do meu corpo ficando sentada sobre mim.
Minhas mãos ainda não me obedecem. Meu cérebro não funciona bem.

Ela tira suas blusas deixando seus seios à mostra pra mim.
Deus, como são lindos! Nunca vou me acostumar!
Ela abaixa minha calça de moletom e tira a dela voltando a sentar em mim com seu sexo extremamente quente e surpreendente molhado.
Nós duas gememos como se fosse a primeira vez que isso acontece.
Ela segura minhas mãos e as levam aos seus seios.
Droga! Tão macios!
Eu os aliso e passo a ponta dos meus dedos indicadores em seus mamilos que estão em êxtase.
Seu quadril ganha vida e ela se esfrega em mim devagar e com bastante força.
Eu fico parada olhando aquela Deusa se movimentar em cima do meu sexo como se ela não pudesse pertencer a nenhum outro lugar, seus cachos caídos no seu rosto, suas mãos procurando meus seios por baixo da minha camiseta enquanto ela geme meu nome.
- Dayane, por favor...
Ela suplica pra que eu a possua num sopro de voz.
Não posso suportar mais.
Eu gozo.

Meu corpo parece ter acordado de um transe depois do orgasmo forte que sofreu, então eu não espero mais.
Puxo Carol pela nuca enquanto me sento e colo nossas bocas naquele velho desespero de sempre, assim que nossas línguas se tocam ela geme alto.
Minhas mãos apertam seu corpo como se quisessem quebrá-lo, feri-lo.
Ponho minha mão direita no meio de suas pernas e ela não se nega em abrir mais pra que eu consiga entrar.
Ela me quer.

Amo vê-la abrindo as pernas pra mim.
Amo sentir que ela está assim molhada, tão pronta pra me sentir dentro dela.
Entro nela.
Nossos gemidos são bizarros de altos e fortes, quase como um urro.
O quadril de Carol pula no meu colo enfiando meus dedos o mais fundo possível dentro dela enquanto ela me abraça forte.
Com a mão esquerda eu puxo seu cabelo pela nuca pra deixar seu pescoço se encaixar na minha boca.
Eu a fodo com vontade enquanto beijo e mordo seu pescoço e a sinto aumentar a cadência em cima de mim.
Volto a olhá-la. Ela mal consegue manter os olhos nos meus. Sua boca extremamente vermelha está aberta gemendo como se fosse uma língua. A nossa língua. Nosso jeito de dizer o quanto a gente se ama, o quanto a gente se deseja.
Carol para um pouco a velocidade e desce e sobe o quadril devagar tirando tudo e enfiando lá no fundo de novo algumas vezes, logo volta a velocidade mais alta.
Eu paro pra pensar nessa cena. Essa mulher deliciosa sentada no meu colo, sentindo todo esse prazer só de me sentir dentro dela, rebolando em cima de mim, engolindo meus dedos... Eu vou à loucura!
- Day... Sou tão sua!
Eu ainda não me manifestei, ela ainda não ouviu uma palavra do que tem dentro de mim, embora meu corpo esteja gritando tudo que estou tentando calar.
Ela então me deita de novo, se abaixa apoiando as mãos em meu peito e com as pernas encolhidas ela mexe apenas o quadril e literalmente quica nos meus dedos enquanto geme como uma cadela no cio.
- Day... Aaahhh!
Ela goza enterrando seu quadril no meu quase quebrando meus dedos.
Seu corpo instantaneamente cai sobre o meu completamente mole.
Eu quero olhá-la. Puxo seu rosto e nossos olhos se cruzam. A carinha dela depois de gozar pra mim, o olhar tão cheio de vida, tão cheio de coisas que precisam ser ditas... Seus olhos possuem a brisa fresca que me lembram o azul do céu de setembro, quando a primavera atinge a cidade e todos os ipês florescem avisando que o inverno já passou.
Pra mim não tem nada no mundo capaz de me trazer essa sensação. Eu a desejo com tudo que posso e tudo que eu faço é esperar que ela sinta o mesmo e que, com sorte, ela me deixe saber.

Me deixe saber, Caroline.

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