16

4.6K 319 52
                                    

DAY

Afago aqueles cachos como se não houvesse mais nada no mundo que eu gostaria de fazer. Eu presto atenção em cada milímetro do meu corpo que toca o corpo dela, que sente o seu calor. O cheiro da sua pele misturado com o cheiro do sexo que acabamos de fazer me deixa completamente êxtasiada. Eu tenho medo de nunca mais deixá-la sair dos meus braços, eu tenho medo que ela nunca mais volte pra eles, mesmo com essa sensação na minha barriga que me diz que eu sou seu lar.
Eu nunca senti isso na minha vida, meu coração bate deliciosamente forte, o suor dela ainda escorre pela minha pele enquanto sua respiração ainda está agitada.
Agitada por minha causa.
Sempre por minha causa.
Eu já tive tantas mulheres na minha cama, poucas eu me lembrei de prestar atenção nisso, eu gosto do sabor que isso tem quando infla meu ego, quando eu sei que eu faço uma mulher respirar assim. É delicioso. Mas nada se compara a isso aqui. A essa mulher respirando assim em cima de mim...
Sou arrancada de meus devaneios com a voz dela soando exausta.
- Seu coração não volta ao normal nunca.
Ela diz passando a ponta do dedo indicador pelo meu peito.
Sinto que ele bate mais errado ainda, não sei se por ouvir sua voz tão rouca e fodidamente sexy ou se por me sentir tão vulnerável.
- O cheiro do teu cabelo não ajuda.
Ela levanta um pouco a cabeça e me encara.
- Como assim?
- É delicioso. Mexe tudo aqui dentro de mim.
Ela me olha nos olhos e vejo suas bochechas ficarem ainda mais vermelhas do que já estavam.
- Você gosta de dizer essas coisas que mexem comigo, eu já saquei isso. E mexem, é um fato. Mas, às vezes, eu fico me perguntando se é mesmo verdade ou se você só diz isso pra ler nos meus olhos que você me tem.
- E eu te tenho?
Digo sem titubear.
Ela abaixa a cabeça novamente.
Eu a abraço mais forte.
- Você não sabe a falta que eu sinto de te ter no meu abraço, mulher...
Digo mais como uma confissão a mim mesma.
Ela me aperta de volta, se encaixando ainda mais no meu corpo.
- Eu gostaria de poder sentir isso sem me brecar, Day... Sinceramente.
Eu beijo o topo de sua cabeça enquanto sinto meu coração bater mais forte ainda.
Ela sente.
E suspira.
- Dayane, porque você faz isso comigo?
- Isso o que?
- Não sai da minha cabeça...
De repente é como se não estivéssemos mais conversando, nosso tom é tão de confissão que parece que estamos falando apenas a nós mesmas, como se estivéssemos sozinhas.
- Eu não consigo ficar longe de você. Por mais que eu tente, Carol. E olha que tem dias que você me irrita.
- Eu te irrito?
- Irrita muito.
- Por que?
- Me irrita quando some, me irrita quando nega o que sente por mim, me irrita quando me ignora, me irrita quando vai embora... E você sempre vai embora...
- Hoje eu tô aqui, não tô?
Eu a abraço mais forte e sinto as lágrimas escorrem pelo meu rosto.
- Fica aqui comigo. Não suporto mais te ver me deixar.
- Diz pra mim...
- O que?
- O que você sente quando eu vou embora.
As lágrimas caem mais grossas e meu peito sacode com o choro contido. Torço pra que ela não sinta e que eu possa aliviar toda essa pressão sem me incomodar se vou assusta-la ou não.
- Fala pra mim, Day... Eu preciso ouvir... Preciso saber como é...
Me dou conta de que estou há algum tempo em silêncio sem perceber, inundada nos meus sentimentos.
- Carol... Eu não consigo respirar...
Ela permanece em silêncio esperando que eu conte mais. A força que estou fazendo pra não denunciar meu choro é intensa.
- Desde o primeiro dia que você pisou aqui, assim que você foi embora eu senti sua falta. Depois na nossa viagem, era uma de nós se separar na hora do banho que, imediatamente eu sentia sua falta. Depois de te beijar naquela festa, assim que sua boca deixou a minha eu senti sua falta como nunca havia experimentado antes. Depois de ter você...
Tive que cortar a fala pra engolir um soluço. A essa altura minhas lágrimas haviam se multiplicado e caiam em trios pelos meus olhos.
Carol apenas aperta a mão no meu peito me incentivando a continuar.
- Depois de me conectar com você daquela forma, nossos olhos, nossa respiração, nosso suor, nossas bocas... Eu dentro de você... Depois de tudo aquilo, sair de dentro de ti pra vê-la ir embora com outra mulher me destruiu... Depois de te sentir tão minha, de vê-la me querer tanto dentro de você e ter me despedir, de novo, com você fugindo e voltando pros braços da sua mulher...
Eu parei um instante depois de sentir algo quente sobre minha pele. Eram lágrimas? Carol estava chorando também?
Deslizei minha mão esquerda do seu ombro para suas costas onde pude sentir o impulso do choro.
Estávamos as duas nuas, ainda suadas, falando abertamente sobre nossos sentimentos enquanto escondiamos nosso choro uma da outra.
- Eu não voltei pra Fernanda, Day.
- O que?
- Não voltei mais.
- Como assim? Do que cê tá falando?
- No dia em que a gente se beijou eu fiquei tão transtornada que mal pude chegar em casa, eu precisava sentir que eu estava errada sobre você. Eu não poderia me apaixonar por uma mulher casada, porra! Foi sem pensar, transamos como nunca havíamos transado em todos esses anos.

Meu coração dói. É como um soco no estômago ouvir isso.
Estava feito.
O soluço me escapou pelos lábios e o choro veio com força.
Carol levantou a cabeça pra me olhar. Eu permaneci olhando o teto. Era um hábito nosso já. Eu não entendia porque ela estava me contando isso.
- Era você o tempo todo, Day.
- Que?
Eu a encaro sem entender. Um desespero toma conta de seus olhos castanhos.
- Eu queria ter transado com ela, mas eu transei com você aquela noite. Você tava na minha cabeça e eu deixei. Era você, cê entende?
As lágrimas dela eram tão grossas quanto as minhas.
- Mas porque cê disse que você não voltou mais pra ela?
- Porque desde então nunca mais transamos. Nem pensando em você.
Meu coração acelera mais, uma onda de calor passa pela minha espinha e invade o meu estômago.
E ela continua:
- Eu não consigo pensar no teu corpo sobre o meu, lembrar de você entrando em mim e não tremer, mulher nenhuma pode me dar o que você pode. E, Deus! Eu já imaginei tantas coisas com você. Ninguém no mundo mexe comigo como você mexe, Dayane. Eu só consigo pensar em ter você dentro de mim...
A última frase quase se transformou num gemido e perdeu completamente a compreensão de sua fala.
Nossas respirações estão completamente descompassadas. Eu a olho nos olhos como se isso pudesse fazê-la ficar.

Sua mão segura minha nuca e puxa meu corpo pra sentar novamente no sofá. Ela prontamente encaixa suas pernas ao redor do meu quadril e esfrega seu sexo quente no meu. Os gemidos de choro e prazer se multiplicam.
Já não enxergo mais nada.
Minha mão direita emaranha seus cabelos enquanto beijo sua boca como uma selvagem, o ritmo é lento mas a intensidade é visceral.
Minha boca percorre seus rosto deixando rastros enquanto chega na sua orelha, onde eu passo minha língua por toda a extensão e termino com uma leve mordida sacana.
Ela dá um delicioso e longo gemido.
Em seu pescoço eu a chupo como se não houvesse um amanhã e ela me aperta e geme como se pensasse igual a mim.
Suas mãos percorrem as minhas costas enquanto me apertam e me arranham.
Deus! Como eu sonho com isso!
Ela vem em meu ouvido:
- Me fode, Day. Quero você dentro de mim agora!
Ela praticamente suplica.
Eu vou à loucura.
Olhando pra ela com a cara de cafajeste mais cretina que consigo fazer eu enfio meus dedos nela.
Ela geme na hora.
- Isso!
Eu não faço mais nada, é ela quem está no comando, como sempre.

Sedução. Onde histórias criam vida. Descubra agora