Bad Romance - Fillie

Apaixonada

                                                    
                          Millie Bobby  Brown                       

Não vou negar que Finn me chamando por apelido foi algo que estranhei. Fico feliz que um clima de tensão não se instaurou sobre nós.

Todos os funcionários receberam um e-mail comunicando sobre a festa de comemoração de vinte anos da empresa.

É bom ver que Finn acatou essa ideia.

As aulas de ballet estão sendo produtivas. Já escolhemos a coreografia e por incrível que parece, fiquei como a bailarina principal. Amei a coreografia, então não fiz objeções, aceitei o papel.

Na faculdade tudo continua igual. Ainda está cedo, mas já estou começando a pensar no meu trabalho de conclusão de curso. Maddie parece me odiar ainda mais, mas a ignoro na maioria das vezes.

Hoje é domingo, passei o dia arrumando a casa e revendo matérias. Sadie e Caleb saíram juntos para um jantar, e Iris foi visitar a família que mora a alguns quilômetros daqui. Estou sozinha e no tédio.

Já são sete horas da noite e não estou com a mínima vontade de cozinhar. Vou pedir uma pizza, ou melhor, ir buscá-la. A noite está agradável e a pizzaria não fica longe.

Visto uma calça jeans e um moletom verde. Fazia tempo que não caminhava de noite, gosto dessa brisa leve.

Quando subo na calçada do local, sinto meu pé direito pisando em falso, e logo caio de joelhos.

Parabéns, idiota!

— Moça? Você está bem? — escuto uma voz atrás de mim. Uma voz que conheço bem.

Me levanto rápido confirmando.

— Finn! — logo sinto meu rosto esquentar de vergonha.

— Millie? Nossa! Não esperava te ver. — ele apontou para meus joelhos. — Se machucou?

— Também não esperava te ver.

Olhando para ele incrivelmente bonito em uma camiseta vermelha, vejo que gostei bastante do imprevisto.

Se toca Millie!

— Não me machuquei, foi só um tropeço leve. — respondo rápido.

— Que bom! Também está com preguiça de cozinhar? — diz rindo.

— Na verdade, sim. Mas você não tem ninguém que faça isso por você? — pergunto visto que fazia o perfil, apesar das panquecas maravilhosas daquele dia.

— Tenho, mas ela está doente. Poderia cozinhar algo, mas estou com preguiça. — dou um sorriso em compreensão.

Um silêncio surgiu, e ficamos nos olhando. 

Diga alguma coisa Millie! Você sabe que quer convidar ele para comer.

Decido tomar coragem por uma noite.

— Então... — dizemos em uníssono.

Damos risada e faço um gesto para ele começar.

— O que acha de unir o útil ao agradável? Podemos comer juntos e depois dar uma volta. Eu estava em um total tédio em casa.

Obrigada Deus!

— Claro! — me faço de plena.

— O que você ia dizer?

— Deixa pra lá. — ele não insiste e então entramos.

Era uma pizzaria aconchegante. Pegamos uma mesa ao lado de uma janela. Logo um garçom veio nos atender. Pedimos uma pizza de frango e um refrigerante de limão.

Escuto Finn soltar um riso quando o garçom se retira.

— O que foi? — pergunto.

— É que você tem cara de ser aquelas pessoas que insistem em uma alimentação saudável, então é meio contraditório.

— Sério? — dou uma risada. — Adoro comer besteiras, mas tento evitar.

— Te entendo. — considerando esse físico... acho que entende mesmo.

Nosso pedido não demora para chegar. Finn e eu comemos em uma conversa agradável.

Acabei descobrindo que a família Wolfhard tem outros tipos de empresa. E que Lilian é o nome da funcionária de Finn. Aparentemente ela cuida dele desde pequeno, é como uma mãe. Finn é alérgico a camarão e odeia brócolis. O que achei um absurdo, brócolis é incrível!

Ficamos no famoso dilema de quem iria pagar a conta. Acabamos dividindo e saímos da pizzaria.

Andávamos lado a lado na calçada.

— Anciosa para a festa? 

— Sim. Acho que vai ser legal, além de produtivo. — respondo sincera. — Já convidou alguém importante?

— Noah está cuidando disso.

Andamos até chegar a uma praça. Jovens andavam de skate, alguns casais se beijando, senhoras fazendo caminhada... realmente era uma noite agradável.

— Quer uma pipoca doce? — Finn ofereceu gentilmente.

— Sim, obrigada.

Sentei em um banco para esperar. Fiquei o observando de longe. Finn era lindo até de costas. Ele começou a me encarar e apontou para a caixinha de leite condensado, entendi o sinal e afirmei com a cabeça. Dei risada sozinha.

— Aqui está, donzela. — disse de jeito galante me entregando a pipoca.

— Obrigada, cavalheiro. — entrei na brincadeira.

Finn ficou encarando os skatistas.

— Andava de skate também. Costumava frequentar praças assim com amigos da escola.

— Por que parou de andar? — perguntei depois de engolir um pouco da pipoca.

— Não sei ao certo. Fui crescendo e a vida me cobrou mais responsabilidade.

— Entendo. — lembrei de uma coisa. — No dia que você estava bêbado, vi sua estante de livros. Fiquei surpresa.

— Não faço o tipo, né? — ouvi sua risada e quase engasguei com a pipoca. — Comecei a ler pra valer a uns dois anos. Me deixa bem.

Finn começou a encarar um canto do meu rosto.

— Espera, aqui está um pouco... — passou o polegar na minha bochecha. — sujo de cobertura.

— Obrigada. — virei meu rosto rapidamente.

— Como vai no ballet? — acho que ele percebeu que fiquei envergonhada.

— Tudo ótimo. Ganhei um papel principal para o festival. — respondi animada.

— Festival?

— É uma competição entre as academias de dança clássica da região. Mas tem outras coisas para divertimento do público.

— Parece interesse. Quando vai ser?

— Ainda falta cinco meses. Mas já estamos treinando. Se você quiser ir, posso arrumar um convite.

Por que diabos eu disse isso?

— Adoraria! Conte com a minha presença.

— Ó-ótimo.

Ficamos mais um tempo ali, até decidir que já era hora de ir. Finn quis me deixar até o prédio.

— Essa noite foi ótima. Muito obrigada, Mills. Você me tirou do tédio. — colocou as mãos no bolso.

Mills.

Estou me acostumando com isso.

— Te digo o mesmo. — não sabendo como me despedir, apenas estendo minha mão de forma engraçada.

— Até amanhã. — ele a aperta rindo.

— Até amanhã, Finn. — digo e entro no prédio.

Entro no meu apartamento com um sorriso bobo. Meus amigos, estou muito ferrada.

Por que?

Bom, estou apaixonada por Finn Wolfhard.