Finn Wolfhard
Já se sentiram desanimados ao ponto de desejarem apenas não existir? Bem, é assim que me sinto no momento.
Por que aceitei o convite do Noah para ir naquela boate?
Bom, eu queria me distrair. Consegui, mas não do jeito que imaginava.
Tudo estava indo bem. Noah tinha saido com uma loira que conheceu na pista de dança. Acho que vocês imaginam o que eles foram fazer.
Não reclamei, iria beber mais alguns drinks e ir para casa. Porém, ela entrou por aquela porta de vidro.
Maddie Ziegler.
Fazia tanto tempo... simplesmente congelei.
Ela continuava bonita. Usava um vestido azul-claro que a deixava angelical, e estava acompanhada de sua querida amiguinha.
Comecei a reviver tudo na minha mente. Todas as dores e todas as alegrias. Tinha dito que matei esse fantasma, mas ao vê-la novamente, todas as minhas mágoas pareceram voltar.
Em uma tentativa de apagar tudo de mim, comecei a beber descontroladamente. E sei que minha atitude foi infantil. Poderia simplesmente sair, mas tenho certeza que se levantasse eu cairia.
Pensei que as coisas não poderiam ficar piores, mas senti alguém sentando do meu lado.
— Finn? Meu Deus, não te vejo a anos. — era ela. E tive certeza quando olhei em seu rosto. — Nossa, parece que viu um fantasma. — ouvi sua risadinha.
Como ela consegue?
— O que você quer? — foi o que consegui dizer.
— Na verdade, estou sabendo que você voltou já faz algum tempo. Queria conversar... sobre tudo. — seu tom era indecifrável. — Principalmente, sobre nós.
Só pode ser brincadeira.
— Não tenho nada pra conversar com você. Me deixe em paz. — me levantei e comecei a andar em direção a saída. Conseguia ouvir sua voz me chamando enquanto apressava o passo para me acompanhar.
— Finn! Você precisa me escutar, eu... — me virei de súbito.
— Escutar você? Me poupe. — falei alterado. — Da última vez que fiz isso você fez um estrago na minha vida.
— Eu preciso que me...
— Tenho nojo de você. — olhei em seus olhos para ter alguma certeza de que isso a atingiria. E parece que deu certo, porque a mesma ficou parada com uma expressão estranha.
Continuei meu caminho. Soltei o ar de meus pulmões ao me encostar em uma parede.
Estava tudo bom demais para ser verdade.
Ouvi passos. Quando olhei para cima me deparei com a última pessoa que esperava encontrar.
Millie...
Ela começou a me encher de perguntas. Respondi, mas já estava com dor de cabeça.
Não sei se vomitei por causa da bebida ou pela situação conturbada. Mas sei que precisava ir embora.
E enquanto Millie retrucava e tentava ligar para Noah, fui para o meu carro. Tentei abri-lo, não tive sucesso. Minhas mãos estavam trêmulas.
Não me lembro muito bem do que ela disse antes. Porém, Millie foi parar no banco do motorista e eu no do passageiro.
~••~
Lembro de ter dito que Millie estava muito bonita, além de pedir que ficasse até eu dormir. Sei que não foi por conta da bebida. Essa mulher vem me intrigando desde que chegou atrasada no meu primeiro dia de trabalho.
Quando acordei já estava amanhecendo. Olhei para o lado e vi Millie dormindo na poltrona. Levantei e fui até ela.
Estava com o rosto tão sereno, tão bonita. A peguei com cuidado e a coloquei na cama, aquela poltrona não era muito confortável. Millie ficou aqui sem ter nenhuma obrigação, o mínimo que podia fazer era ser gentil.
Peguei uma camiseta branca, uma cueca e uma calça para tomar um banho no andar de baixo. Agradeci mentalmente por ter dado folga a Lilian, ela me faria diversas perguntas.
Decidi preparar o café para quando Millie acordasse. Cuidou de um bêbado idiota, era o mínimo que merecia.
Durante minha conversa com Millie pude perceber o quanto ela é doce. Poderia me apaixonar facilmente se meu coração não tivesse tão perturbado.
Constatei que não disse nada sobre minha vida quando perguntei se disse algo estranho. Em troca, descobri que Millie conhecia Maddie.
Me vi novamente alterado quando a tratei de forma rude. Tratei logo de pedir desculpas, afinal, Millie não merece minha raiva.
Mas sua feição ao entrar no táxi deixou claro sua decepção.
~••~
Me dei uma folga e passei o resto do dia enfurnado no quarto. Minha mente não parava por um só segundo. Era tanta coisa.
Maddie e suas palavras de ontem a noite, Millie...
Millie.
Me sinto mal por tê-la magoado. Não foi minha intenção falar daquele jeito, seu olhar triste me fez ficar repensando. Preciso que entenda que não foi por querer.
Talvez eu precise dividir essa história com mais alguém...
Acordei na manhã seguinte disposto a conversar sério com Millie. Não podia esperar até a hora do trabalho, estava ansioso.
Por sorte, Millie disse onde estudava no nosso jantar de negócios enquanto conversava com um dos investidores.
Segui até a faculdade e desci do carro quando vi um grupo de universitários saindo. Avistei Millie com três amigos.
— Millie! — chamei quando cheguei perto.
— Finn?
— Sei que disse isso muitas vezes, mas podemos conversar? A sós. — perguntei colocando as mãos no bolso enquanto olhava para seus amigos.
Millie olhou para eles, que entenderam e se retiraram.
— Millie, sei que o meu pedido de desculpas não foi convincente...
Millie olhava para um ponto fixo atrás de mim. Quando me virei, vi Maddie um pouco a frente. Estava com sua amiga e um cara alto. Olhava para nós.
De repente tive uma ideia idiota e infantil.
— Millie, posso te pedir uma coisa? — Millie voltou sua atenção para mim e assentiu. — Deixa eu te beijar? Te explico depois.
— Tem algo relacionado a Maddie, não é? — Millie ficou vermelha. Não sei se de raiva ou vergonha.
— Sim, mas vou te explicar...
— Pode me beijar. — me interrompeu.
Não vou negar que fiquei surpreso, mas antes que ela desistisse, segurei sua cintura e juntei nossos lábios.
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Bad Romance - Fillie
AcakFinn é dono de uma empresa de alfaiataria, Millie trabalha em uma de suas lojas. Finn é profundo e misterioso, em seu coração ele guarda amarguras das quais não consegue superar. Millie é bolsista em uma faculdade, e ama se distrair em suas aulas d...