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Muitas coisas acontecem nesse capítulo e o Jack mereceu é isso, boa leitura <3

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- Que visão do inferno. - Ele sorria. - Sinto muito por ter visto isso.

- Tudo bem, pelo menos não fomos os dois que viram isso, porque aí sim, seria constrangedor.

Ele concordava balançando a cabeça freneticamente. Estávamos no café, somente os dois, e como Jack não se encontrava lá - o que não é novidade alguma para ninguém ali-, ficamos conversando sobre coisas aleatórias.

O dia não era o dos mais agradáveis em questão climática, porém era um dos mais agradáveis em questão de convivência. Luke sorria e mantinha-se sorridente mesmo com as piadas horríveis do senhor que trabalha em uma banca de jornal que fica logo na frente do café. Óbvio que vê-lo sorrir era bom, porém, lá no fundo, eu sabia que alguma coisa o tirava o sono. Seus olhos azuis estavam agora circulados por grossas olheiras que davam um tom azulado ao sua pele branca macia.

Resultado de noites e mais noites sem dormir.

Não que eu esteja diferente, porque não é o caso, mas no dele, não sabendo exatamente o que ele lida, é como literalmente dar um tiro no escuro. Não dá pra saber o motivo.

Ficamos confortáveis em nossas funções até que Luke se senta em uma cadeira de frente ao balcão e me encara.

- Você pensa em continuar com o tratamento psicológico? - Sua voz era aparentemente desleixada com leve desinteresse. Mas eu sei que não é nada disso. - Digo, você comentou que os pesadelos estão mais vívidos...

Franzi o cenho. Não havia pensado nisso. Na verdade, noite passada minha mente começou a por em ordem tudo o que acontecia e passei a noite toda pensando como é que eu fiz metade das coisas que eu fiz até agora. Coisas de praxe pra quem procrastina em meio aos devaneios de sempre.

Porém, agora pensando bem, eu não conheço outras pessoas que podem me ajudar ou podem sequer fazer o trabalho que Joy andou fazendo. Quero dizer, fazer de maneira correta o que Joy andava fazendo. Óbvio que não digo que ela é uma profissional ruim, pois aí eu estaria mentindo bem feio, mas ela em relação em mim, acabou sendo antiética. O problema, é que eu também não me imagino me tratando com mais ninguém.

Creio que estou em um impasse.

- Na verdade eu não pensei. - Respondo. - As coisas aconteceram tão repentinamente e eu fiquei tão focado em outras coisas, que eu nem pensei nisso.

- Focado na minha vida. - Eu odiava a acidez que ele tinha na voz quando ele referia a esse assunto. Eu entendo que não é legal falar sobre isso, mas tem momentos que eu nem mesmo cogito o assunto e ele começa na autodefesa.

- Também. - Respondi ignorando o seu tom de voz e pensando em formas de mudar o foco do assunto. - Mas acho que devia pensar sobre isso. Então... Você anda dormindo bem? Quero dizer, anda tendo pesadelos?

Ele me olhou com a mesma maneira que olharia se pudesse ter uma visão de raio-x. Ele sabia aonde eu queria chegar.

- Mais ou menos. - Deu de ombros. - A situação do Andrew não é a das melhores agora e Ben não atende nenhuma ligação. Novidade nenhuma.

Acho que o cansaço o fez falar sobre sua rotina. Óbvio que tirando Ben que eu sei que é seu irmão, eu não reconheço esse Andrew, mas só pode ser o seu pai. E pela forma que ele se refere a ele parecia que eles nem mesmo se falavam e que a tal situação que ele se encontra já é um costume na vida de ambos.

How to Fix a Broken Heart ~ •Muke• Onde histórias criam vida. Descubra agora