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O último capítulo retrógrado, espero que tenham gostado. Esse capítulo é importante, mesmo sendo meio maçante. Acho que vai explicar bastante o motivo do sonho ter sido aquele e ainda de quebra, vamos tentar mergulhar mais nos sentimos do Mike
Boa leitura <3

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Depois de uns bons trinta minutos andando, cheguei na casa de Ashton. Eu sei que ele está em casa porque ele e Luke estudam juntos, e Luke está com a manhã vaga trabalhando. Isso significa que Ashton também está livre.

Só espero que não esteja ocupado demais com Calum em casa. Eu não quero atrapalhar e muito menos ver o que não deve. Ainda preciso de um pouco mais de tempo pra aceitar meus "pais" se devorando na minha frente. Eles não são muito discretos e as vezes, isso me deixa meio sem jeito.

Respirando fundo, bati na porta. Ninguém atendeu. Bati de novo, ouvi um murmuro e já tinha na mente a imagem de um Ashton sonolento e com o cabelo bagunçado totalmente desnorteado tentando saber o que está acontecendo.

— Ash, sou eu. Abra a porta. — Disse um pouco mais alto.

Alguns segundos depois, a porta foi aberta e eu topei exatamente o que minha mente imaginava, tirando que eu não imaginava meu amigo estando de cueca. Revirei os olhos.

— O que faz aqui? — Ele coçava o queixo.

— Eu vou bem, e você? Como vai? Se eu quero entrar? Ah, mas eu acho que sim, já que está fazendo frio aqui fora.  Obrigado, amigo. — Sorri forçado enquanto ele bufava frustrado e dava espaço para eu entrar. — Achava que era uma boa poder te ver.  Você vive na minha casa, porque eu não posso vir até aqui?

— Você sabe que pode, mas é que... Tem um bom tempo que você não pisa aqui. — Ele estava pensativo. — Na verdade fazia muito tempo desde uns meses atrás que você sequer saía de casa.

É, eu não saía mesmo. Nem mesmo na minha própria casa eu andava muito. Acho que faz sentido eu me sentir tão cansado em uma meia corrida. Eu me tornei um sedentário.

— Pois é. — Me sentei no sofá, onde, pela forma que estava a maior bagunça na sala, foi o lugar que ele dormiu.

Ele pediu licença e foi para o quarto. Provavelmente, foi vestir uma roupa.  Não demorou muito para voltar.

Ficamos em silêncio por um tempo, até ele ter algo pra falar.

— Teve mais pesadelos essas últimas noites?

— Sempre tenho. — Digo. — Não acho que algum dia poderá mudar.

— Você acha que tem algo que os influencia?

Sempre tem, mas não sei o que é. Por isso demorei para respondê-lo. Acho que achei minha chance de perguntar-lhe sobre sua infância e sobre Luke.

— Ash... Eu sei que você não gosta de falar sobre, mas eu tive um sonho esse noite e eu meio que ouvi você gritando.

Não sabia o que falar, eu não quero magoar meu amigo, não quero parecer que estou o usando, amo muito meu amigo para fazer isso. Me sentiria um monstro.

— Como assim Mike?

— Eu sonhei com você criança, com algo que eu não sei se você lembra, ou se é verdade, mas eu sonhei, você corria pra casa, enquanto gritava para não fazer alguma coisa com outra pessoa, um garoto. — Ao decorrer que minhas palavras iam sendo ditas, ele parecia reconhecer algo. Aquilo estava me deixando mais aflito. — E eu ... Eu acho que o menino era o Luke.

How to Fix a Broken Heart ~ •Muke• Onde histórias criam vida. Descubra agora