•Epilogue•

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O sol poderia tentar, mas nem mesmo em seus sonhos mais fantasiosos, poderia roubar o brilho que era mantido em seu rosto.

Os olhos fechados, a cabeça no travesseiro e os cachos fazendo uma auréola dourada envolta, o dava um ar não só relaxado, mas angelical.

A cada dia eu descobri mais coisas sobre Luke, e a cada dia, me apaixonava mais por ele e sobre tudo que dizia respeito a ele.

Havia uma semana que estávamos de férias e provavelmente Luke ia aproveitar a folga para dormir o máximo que ele podia. Ele ainda odiava acordar antes das oito da manhã, mas não tinha problema, eu ainda acordaria cedo e faria o café para nós dois com toda a vontade do mundo. Era a nossa rotina e era algo que eu não me importava em fazer.

A casa ficava uma bagunça durante a semana, então aos sábados, era sempre dia de limpeza. Estávamos num domingo preguiçoso e tedioso. Eram nove e meia da manhã e a casa estava silenciosa demais. Geralmente nesse horário já era possível ouvir gritos ou até mesmo grunhidos de reclamação, mas parece que todos estavam cansados demais para fazer qualquer coisa além de dormir.

Exceto eu. Mas isso também não era novidade.

Estava sentado na ponta da nossa cama enquanto dedilhava levemente alguns acordes no violão vendo o sol beijar a pele do Luke, que ainda mantinha-se em um sono tranquilo e profundo.

Os anos se passavam e as vezes parecia surreal o quanto ainda estávamos bem e juntos. Os nossos tratamentos ainda continuavam, mas eram mais porque queríamos nos cuidar e porque eu ainda tenho problemas com raiva, então é algo que eu tenho que manter cuidado constante. Mas nada disso nos deixa menos felizes ou mais ocupados.

Acho que nunca me senti tão saudável mentalmente e feliz como estou nesses últimos anos. Sim, claro que todo mundo tem recaídas, mas estava sempre bem e sabia que não estava sozinho. Luke sempre estava do meu lado como eu sempre estarei com ele. Eu sabia que poderia ser vulnerável do seu lado e ele sabia que poderia ser quem queria ser perto de mim. Ele não era somente aquele que eu amo, mas também aquele que eu poderia ter como meu amigo e meu confidente. Nós tínhamos um ao outro e isso era a melhor coisa que eu poderia pedir.

A sensação de pôr a cabeça no travesseiro a noite e poder olhar em seus olhos e saber que ainda tinha um coração batendo descompassado mesmo depois de tanto tempo por ele e por como ele era, não tem preço.

E assim nossa vida vai indo e hoje, era um dia bem especial. Estávamos fazendo três anos de casados. Sim, o tempo pode passar tão rápido quanto a mudança de um capítulo de um livro para outro, e eu estava feliz, muito feliz. Lilly já estava com seus quinze anos e ainda não largava aquele celular pra nada, mas não era algo que poderíamos fazer a respeito, ela estava na fase de agir assim, como também odiar tudo o que falávamos.

Luke as vezes se segurava para não chorar de raiva, mas era o preço que pagamos por cuidar de uma adolescente teimosa e que claramente não liga se o irmão mais velho esteja tendo uma síncope por achar maconha na sua mochila, ou flagrar ela agarrando uma menina no sofá de casa no dia que todos voltamos de um evento do trabalho e todos nossos amigos chegaram junto conosco.

Tirando esses imprevistos, ela era sempre prestativa e tentava demonstrar que nos amava mesmo nos achando rabugentos. Vemos que o respeito não é algo do qual ela goste de ter conosco.

Aquele dia em questão, ela passaria na casa de Ben. Era normal que ela passasse o fim de semana lá e voltasse só na segunda depois da aula. O que dava a Luke e eu mais espaço para ficarmos mais um com o outro.

How to Fix a Broken Heart ~ •Muke• Onde histórias criam vida. Descubra agora