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Sexo.

Qual foi a última vez que eu havia o feito?

Uma resposta esperta seria “algumas horas atrás”, mas uma resposta de uma pessoa que realmente entende o contexto da pergunta responderia, “eu não me lembro”. Talvez seja meio vergonhoso para uma cara de vinte e um anos, mas eu não me orgulho de mim como um todo. Então estou bem.

A quanto tempo eu não me deixava levar às vontades de meu corpo, que clamava por algo além de dor e tortura mental. Quanto tempo que havia esquecido a sensação, vivido a mecânica e torpor.

Eu não me lembro.

Um corpo nu estava apoiado no meu corpo também nu. Seus olhos azuis fechados, dormindo em um sono profundo. Ele estava exausto.

Eu estava acordado. Me manti acordado. A exaustão não afetou em nada. A mente trabalhava e trabalhava.

Minha mão apoiada na base de sua coluna, por debaixo da coberta, fazia leves e suaves círculos em sua pele macia que agora, em alguns pontos, tinham marcas.

Ainda sinto o gosto de cada centímetro de sua pele.

Seu rosto afundado no meu tórax enquanto sua respiração quente batia contra minha pele. Encolhido, de certa forma, como uma bola,  envolta do meu corpo claramente menor que o seu. Quase como se quisesse aproveitar de cada centímetro de mim que poderia ter contato com cada centímetro dele mesmo. Estava sereno, calmo. Provavelmente sentirá dores quando acordar e ao andar, mas eu também, então estamos em um impasse.

Devia me manter desligado, mas a mente é a pior inimiga da calma, das boas intenções. A mente te mantém preso no que mais quer fugir. Naquele momento, não era diferente para mim.

Pensava nas minhas obrigações como universitário, nas minhas atitudes com meus amigos, com Joan. Ela parece me levar ao limite com as suas perguntas impertinentes para me fazer ver um ponto que eu me nego a ver.

Bem parecida com o que Ashton fez quando me perguntou o que eu sentia por Luke.

Prevejo um futuro promissor para meu amigo.

Luke...

Eu sei e ele também sabe que está de certa forma se enganando fazendo a mesma área, mas eu não posso julgar isso. Não tenho direito.

Luke...

Queria fazer de sua dor a minha e fragmentar todos os meus pedaços se isso o fizesse se sentir melhor. O problema é que eu não aguentaria tudo. Não aguentaria a minha taxa de mim conflitando o tempo inteiro, como faz nesse momento.

Eu não esqueci o que ele havia me dito antes de a situação se suavizar e a combustão mudar de combustão de tensão para prazer.

Sabíamos que tínhamos medo de afetarmos de forma ruim nosso tratamento, nosso entendimento sobre nossas vidas. Principalmente eu.

Eu poderia largar tudo se isso significa que poderia fazer com que se sinta bem. Sempre foi assim.

Com Calum.

Com Ashton.

Com meus pais.

Com Joy.

Agora com ele.

Eu sei o que ele pretende fazer, ele sabe que eu desconfio. Sabemos que não concordamos com isso, mas ele acha ser o melhor. Acha que talvez, as coisas mudem, os sentimentos mudem.

Mas não senti nada disso ontem vindo de sua parte.

Seu corpo correspondia a cada um de meus toques, meus comandos.

How to Fix a Broken Heart ~ •Muke• Onde histórias criam vida. Descubra agora