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As vezes eu acho que me perco na minha história, mas enfim, esse capítulo tá meio poético, meio confuso, tem uma coisa que parece clichê no meio que não é. Pois então né.

Boa leitura <3


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Nada como a chuva.

Lavando a alma, limpando os resquícios de pesadelo. Os resquícios de mim.

Nada como a chuva.

Ela caía forte, mas minha mente não estava focada em o quanto estava molhado, ou como eu ficaria gripado. Não, eu estava pensando no que Calum me dissera assim que acordei do meu sonho da queda.

Essa manhã não foi difícil. Digerir o sonho foi. Digerir o que Calum me disse foi pior.

Eu nunca me pus a pensar em nada daquele tipo, não tinha vontade, não tinha cabeça.

Eu ainda não tenho.

Porém, porque eu ainda penso nisso? Eu realmente adoro alguém? Eu o adoro?

Provavelmente não.

Não posso e não vou deixar que Calum me confunda. Não dessa vez, não hoje, não agora.

Fui andando para o último lugar que eu deveria ir, mas ainda sim devia. Faz sentido? Eu não sei.

Decidi que não ia trabalhar hoje, não devia fazer isso, mas não acho que quero ver Calum me olhando e olhando para Luke e rindo, ou vendo como Jack olha feio para o próprio irmão, ou muito menos dizer a Luke que o motivo de eu estar estranho é por estar, de maneira confusa, pensando nele.

Então para minha segurança, eu não vou trabalhar. Vou para o parque. Sim, está chovendo, sim, estou ensopado, mas também não me importo. Preciso por a mente em ordem e acima de tudo, pensar em uma forma de me desculpar com Luke por ter ido atrás de Ashton para saber sobre sua vida sem ele saber.

Muita coisa para uma mente tão estragada. Talvez Calum esteja certo com o que disse. Mas não está.

Em meio a uma caminhada por incrível que pareça, calma, fiquei vendo todos correndo da chuva, enquanto eu esperava ser abraçado por ela, ser ensopado por ela, enquanto andava. Era algo novo, exatamente com o que crescia em mim desde o início da semana anterior. Estaria eu, ficando mais louco?

Quando me dei por mim, estava chegando na casa da pessoa que menos queria ver. A pessoa que com palavras, terminou o estrago que o acidente não fez. Sim, estava na casa da mãe de Calum.

Não sei o porquê ou o motivo, mas acho que nesse momento preciso de uma imagem materna, e a única que eu conheço além da minha falecida mãe, é a mãe de Ashton, que mora em outra cidade, e a mãe de Calum, a que conseguiu estragar mais o que já era estragado.

Bati na porta e rapidamente ela foi aberta.

A mulher me olhava como se visse um fantasma saindo das profundezas do inferno. Estava assustada? Não sei, ela não era concisa nas suas expressões.

— Não vim pedir desculpas por nada. — Disse de uma vez. — Eu não estou errado.

— Sei que não. — Ela parecia mais flexível. O que andou acontecendo? — Aconteceu alguma coisa?

— A única figura materna que eu conheço e mora perto é você.

Disse dando de ombros.

Vi seus olhos semicerrarem e um leve sorriso adornar seus lábios. Acho que estávamos bem.

How to Fix a Broken Heart ~ •Muke• Onde histórias criam vida. Descubra agora