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Desculpa se tiver algum erro, eu corrijo mais de três vezes e dessa vez eu corrigi só uma.
Boa leitura anjos ❤️

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- Não acredito. - Não sabia o que dizer, Luke era maluco. - Luke eu não acredito que você me trouxe a um festival no meio de um lugar abandonado. No meio da tarde. Eu devia estar estudando.

- Não acredito. - Ele estava realmente decepcionado e irritado. - Você é muito chato, não acredito que não gostou, porque não foi nada fácil...

- Cala a boca, Luke. - Disse o atrapalhando. - você calado é um poeta. - Minha voz saiu grossa e logo Luke se calou e ficou me encarando estranho. - Eu gostei.

Ele me olhou piscando os olhos. Estava visivelmente confuso. Acho que nem ele imaginava que eu iria gostar de alguma ideia vinda de sua pessoa.

- Sério?

- Sério. - Disse mais calmo. - É legal o fato de não ter muita gente, tem bandas pequenas, mas legais tocando. É reservado e tem comida. - Meu olhar foi para uma barraquinha que tinha ali perto. Eu fiquei o dia todo andando com Luke, estava faminto. - Mas onde é que você ouviu falar de uma coisa dessas? A ideia de estar sendo feito nesse porto velho e abandonado e tudo mais é exatamente ser discreto.

Ele me olhou com um olhar sapeca enquanto prendia o sorriso. Durante o dia todo ele me levou a museus ou lojas de discos e de instrumentos. Ainda não sei muito dele, mas pelo menos pude deduzir que compartilhamos de gostos parecidos, o que realmente me surpreendeu.

- Bom... - Sua voz saiu mais alta, ele provavelmente estava contendo a felicidade de a primeira vez ter ouvido um elogio, e não reclamação de estar cansado vindo de mim. - Eu conheço umas pessoas e aí eu fiquei sabendo.

- Vai mesmo fazer mistério?

- Vai negar que sair comigo é melhor que estudar história da música? - Ele se sentia vitorioso e seu rosto não escondia.

- Que seja, vamos logo porque eu estou com fome.

Ele disse alguma coisa que eu ignorei para não falar algo que fizesse com que discutissemos no meio do festival.

Havia pessoas de todas as formas e gostos. Pela primeira vez em meses não me senti estranho ou em um lugar que eu teria que forçar ser algo que não era só para agradar alguém. Luke continuava falando e de vez em sempre eu o repreendia.

Paramos em uma barraca de uma senhora que vendia doces e enquanto Luke pensava no que ia comprar, eu me movi para os fundos da barraca, onde podia ver bem o mar e uma brisa fria batia na minha pele quente por conta do contato humano e o meu casaco. O vento era de certa forma confortável. Me lembrava das noites em claro por conta da insônia e de todas as coisas que me atormentam até hoje e que eu saía de casa e passava a noite caminhando na praia. De alguma forma, aquilo me deixava mais calmo.

- Você sempre tem que ficar em algum lugar mais quieto. - Luke apareceu com um monte de doces em mãos. - Já disse que eu gosto desse seu lado "eu odeio gente, vou me excluir pra não pegar essa doença"? É bem legal.

- Não para quem pretende no futuro viver de música ou algo que tenha a ver com isso. - Disse olhando para a água e a brisa salgada batendo no meu rosto.

Ele parou e ficou olhando para o nada como eu. O silêncio era confortável para mim, pois não tinha o que falar, e eu não tinha nenhuma vontade de quebrá-lo.

How to Fix a Broken Heart ~ •Muke• Onde histórias criam vida. Descubra agora