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Preparem os lenços pq as emoções estão soltas nesse capítulo. Boa leitura<3 att dupla aliás Teenagedreamuke eu dedico pra você

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— A primeira coisa que passa na minha cabeça quando eu entro em casa? Hmm... Acho que desânimo. E você?

— Maneiras de fazer tudo se calar.

Eu me tirei o foco do teto do meu quarto e me virei para ele.

— Vozes na sua mente?

— Também.

Luke se virou para mim e começou a brincar com a minha mão, fazendo briga de dedão.

— Você tinha problema com álcool?

Franzi o cenho.

— Que eu saiba não. — Respondi. — De onde essa ideia saiu?

Deu de ombros.

— Calum falava que você saía muito em festas e depois do acidente, você meio que usava o álcool como maneira de entorpecer a dor interna. — Seus olhos estavam focados nos nossos polegares que ainda estavam batalhando por algo que nenhum de nós sabia. — Eu já li que isso é comum em alguns estados de luto, mas que geralmente acarreta a certa dependência. Eu só pensei.

— Ou era o álcool ou os remédios. Dos dois, o que me matasse mais devagar e me dopasse servia. — Dei de ombros. Luke me olhou esperando que eu falasse. Ele sabia que tinha mais. — Calum escondeu a morfina e os meus remédios, ele que manuseava e controlava minha medicação, só ele que tinha acesso.

Ele parecia triste de certa forma. Até eu ficava triste comigo mesmo, aquela fase foi bem difícil e feia da minha vida, não me orgulho disso.

— Você já se medicou alguma vez? — Perguntei.

— Algumas vezes. — Ele balançou a cabeça um pouco para que os cachos saíssem de seus olhos. Eu sorri levemente e logo eu levei minha outra mão para colocar seu cabelo atrás da orelha dele. — Obrigado. — Eu sorri em agradecimento. — Voltando a nossa conversa, bom, eu já tomei alguns dos antidepressivos da minha mãe depois que ficou só meu pai e eu, antes de ele casar novamente. Eu bebi quase todos.

Minha mão parou no seu rosto e ficou pousada lá enquanto meu polegar alisava sua pele leitosa do rosto, não vou força-lo a falar nada.  Eu prometi.

— Você tinha quantos anos?

— Doze. — Aquelas palavras pesaram no meu peito. Muito mesmo. Ele era tão jovem e pensou em cometer algo contra ele mesmo tão novo. — Eu só queria que tudo parasse. Eu queria que aquilo acabasse.

— A dor?

Ele assentiu.

— Quando disse que éramos parecidos, eu não menti Mike. — Sua voz estava meio pastosa, meio embargada. — Eu sei como é acordar de manhã e não saber o motivo de ainda estar respirando. Eu sei como é deitar na cama toda noite e pedir que as coisas tivessem sido diferentes, ou que pelo menos aliviasse a dor, porque ela pesa, ela traz agonia.

Não consegui fugir do contato visual com ele. Via seus olhos brilharem, água se segurando para ser liberada da barragem que era seus olhos oceânicos que estavam expondo toda dor que ele mantinha no coração. Ele não estava fugindo de me encarar e olhar bem nos meus olhos buscando ver algo que eu também buscava em seus olhos. Se ainda havia alguém aí.* Se ainda havia vida ali dentro.

How to Fix a Broken Heart ~ •Muke• Onde histórias criam vida. Descubra agora