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Eu tive um dia muito cheio, muito trabalho na universidade e no meu trabalho foi literalmente de matar. Uma nova banda está gravando lá e eles eram simplesmente muito barulhentos. E viviam o tempo todo me importunando na recepção. Além de que um deles havia dado em cima de mim.

Mandei ele se foder e vivi minha vida calmamente.

Quando eu falei para Calum na hora do almoço o ocorrido, ele começou a rir. Idiota.

Enfim, já estava de noite e depois que meu expediente acabou, decidi andar sem rumo. Como um tempo tirado para mim. Verdade que a rua é perigosa e eu podia ser roubado, porém, eu gosto de andar e me ajuda muito a pensar.

Andei por aí sem um rumo certo. Quando dei por mim, andava na rua da casa de Luke.

Não sei o que meu cérebro estava pensando, mas duvido que meu corpo cooperou. Optei por andar calmamente fingindo não saber que ele morava ali.

Porém, eu ouvi um grito e depois algo sendo jogado e quebrando.

Mas que merda está acontecendo?

— Maldito o dia que a sua mãe te teve! — Andrew gritou e saiu batendo com tudo comigo na rua.

Assim que me reconheceu ja começou a me empurrar. Acho que o fato de eu falar para ele tentar ficar com um cara não ficou muito legal pra ele.

— E você? O que faz aqui? Veio rir que eu sou sustentado pelo viado do meu filho?

Eu ainda quero entender qual é o problema desse homem. Sério mesmo.

— Eu... Eu só estou andando na rua. — Disse levemente tentando andar e ignorar tudo isso.

O homem me empurra e logo a porta da casa é aberta. Cabelos loiros com cachos levemente bagunçados e olhos azuis confusos analisavam toda a situação.

Andrew praticamente corre e eu fico lá sem entender nada. Até me virar pra ele. Nos encaramos por um tempo e poxa, eu achava que não poderia me perder mais naqueles olhos.

Estava errado.

— Eu realmente estava andando na rua, eu não... Eu não queria ter ouvido nada.

Foi o que eu disse. Nem sei se havia falado tudo certo. Antes mesmo de alguma outra coisa ser dita, já me via indo a seu encontro assim como ele. Nossos corpos se unindo novamente em um abraço. Sua cabeça apoiada em meu ombro, minhas mãos na sua cintura. Eu havia sentido tanta falta disso...

— Mikey eu... — Podia sentir sua voz mais baixa e sua respiração mais pesada.

— Tudo bem. — Foi o que eu disse.

— Senti sua falta.

— Eu também.

Nos apertamos mais um contra o outro, quase como se tivéssemos que juntar novamente a parte que estava faltando em nós.

Senti ele se afastar um pouco, mas só para ver seus olhos focados nos meus. Como é possível alguém sentir tanta falta do contato visual com alguém?

— Aqui fora está frio. Vem, entra. — Antes que eu pudesse fazer alguma coisa para negar, já estava sendo arrastado para dentro.

A casa não é tão diferente da minha, talvez um pouco menor, mas ainda sim, ela era aconchegante. Se os móveis e estruturas que constituem a construção pudessem falar, talvez elas não me dissessem isso. Porém, ela aparenta.

Mas geralmente é sempre assim, a fachada sempre aparenta bonita e confortável, mas esconde sempre alguma sujeira. Era assim que me sentia sobre aquele lugar. Quem sabia o que podia ter acontecido ali ou o que ele poderia ter passado lá durante esse tempo. Um nó formou em minha garganta.

How to Fix a Broken Heart ~ •Muke• Onde histórias criam vida. Descubra agora