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Sentia minhas mãos pegajosas.
Estava suando frio.
Estava ansioso. Muito ansioso.
Não sabia ao certo o que realmente me deixava assim, porém eu estava morrendo de ansiedade e eu só queria me encolher. Sentia minhas pernas fraquejando, o medo tomava o meu ser.
Eu não podia ser visto. Não podia saber que eu estava ali. Que eu estava escondido embaixo da cama. Ele não podia saber.
Mas ele quem?
Eu só sabia que não podia ser visto. Não podiam saber que eu estava lá.
Um silêncio assustador se instalou por um bom tempo. Era quase mórbido tudo aquilo. Antes que eu desistisse de me esconder, ouço o ranger da porta do quarto.
Passos pesados. Cambaleava. Parecia desnorteado.
Eu prendi a respiração. Não podia ser visto, nem descoberto.
Porém, ele me conhecia como a palma de sua mão, foi por sua causa que eu estava nesse mundo afinal. Achava que estava livres, porém seus olhos verdes como o meu estavam focados em meu rosto assustado.
— Porque você está se escondendo? — Ele parecia frio ao dizer essas palavras. — Onde está sua mãe?
— Eu... Eu não sei. — Franzia o cenho pensativo. — Eu...
— Já conversamos sobre isso. — Ele tinha o tom autoritário de sempre. — Garotos fortes não se escondem embaixo da própria cama por medo.
— O que mais garotos não fazem? — Perguntei ainda com receio. Espero que ele não entenda isso como uma forma de afronte.
Ele pensava. Bagunçando levemente seu cabelo loiro. Essa mania eu adquiri de seu lado dos meus genes.
— Muitas coisas que um garoto nos seus onze anos não precisa saber. — Ele não parecia certo do que dizia. Como eu poderia estar certo de que devia ouvi-lo?
— Mas isso não é resposta. — Reclamei.
— É sim Michael, agora se levanta desse chão e me conta o que foi que aconteceu para você voltar cedo da aula. — Estava exaltado, espero que não tenha sido culpa minha. Provavelmente não.
Meus olhos caíram para um ponto seguro no chão enquanto eu me levantava e sentava ao seu lado na minha cama.
— Fui suspenso.
— Mas porque? — Ele parecia bravo, curioso e ao mesmo tempo desapontado. Odiava esse olhar em mim.
Eu não sabia se ele entenderia, ou como seria sua reação.
— Eu bati em um garoto. — Já me preparava para o sermão. — Mas eu juro pai que foi por uma boa causa.
Daryl tinha o seu olhar de quem julgava até a raíz da raíz do seu fio de cabelo e não satisfeito, ele te fazia falar o que ele queria saber. Uma pena não ter puxado esse dom, caso contrário, já teria conseguido o que eu queria saber sobre tudo a muito tempo.
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How to Fix a Broken Heart ~ •Muke•
FanficMichael lida com a perda de seus pais em um acidente de carro enquanto tenta se reconstruir e seguir em frente. É então que ele conhece Luke, um garoto animado e sempre feliz, que esconde uma grande tristeza e dor por debaixo de toda positividade e...