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Olá anjos, eu estou de volta.
Esse capítulo vai ter momentos fofos mas também terá momentos chatos, infelizmente é a vida, mas tudo por um motivo. É isso.
Boa leitura<3

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Sábado — quatro dias antes do sonho.

— Verde. — Ele disse

— Azul. — Eu disse

— Dormir. — Foi acompanhado com um sorriso ao sair a palavra.

— Caminhar na praia. — Acabei bocejando.

— Eu ainda não acredito que você gosta de caminhar. E olha que eu só te vejo caminhando. — Luke dizia enquanto deitava na grama do quintal da minha casa. O sol iluminando sua pele branca e criando uma auréola dourada com seus cachos espalhados.

Eu olhava para cena intrigado. Como ele podia ficar tão relaxado? Como ele mesmo com o peso do mundo conseguia deitar no gramado e aproveitar a brisa e o sol esquentando sua pele, como se nada acontecesse? Como ele podia prender tudo e não deixar nada escapar? Como?

— Eu acho que você me prejulgou cedo demais e acabou que a imagem não consegue ser desconstruída.— Dizia calmamente.

— As vezes você fala como um psicólogo, mais do que eu que faço psicologia. — Seus olhos se abrem e a luz deixa as orbes em um tom perolado brilhando vivo.

Eu dei de ombros.

— Não posso fazer nada.

Ele acabou sorrindo.

— Você faz música, mas eu nunca ouvi um trabalho sequer seu, nem mesmo sei como é a sua voz. — Luke se sentou, a mão apoiada no meu joelho, eu estava sentado em uma cadeira. Olhei para cena toda com o cenho franzido. — Você poderia me mostrar?

Engoli em seco. Eu amava fazer música, não era mentira, eu amava tocar, cantar e escrever, porém, não achava que era muito bom cantor. Na verdade, tinha um bom tempo que eu cantei. A última vez foi minutos antes do carro bater na estrada. Minha mãe havia pedido arduamente. Ela dizia que eu tinha o dom de fazer as coisas se acalmarem cantando. O extremo bem diferente do que eu fazia falando.

Depois daquele dia, eu não pensava em abrir a boca. Nas aulas eu sempre pedia para outra pessoa cantar por mim enquanto eu tocava. Claro que muitos professores notaram, mas nenhum também se opôs.

O olhar de Luke era de quem se arrependeu totalmente do que havia pedido. Me senti até mal por ele, pois ele não sabia, somente Calum sabia, mas porque uma noite eu comecei a falar dormindo e ele me perguntou umas coisas e então eu disse.

— Se não puder fazer isso... Eu não vou... Olha, eu devia imaginar, sabe. — Seu olhar caiu para o chão. Parecia tímido quanto a situação. — Desculpe por isso, eu ...

Engoli em seco. Se eu queria tentar tocar com a minha vida, preciso acima de tudo superar isso. Eu faço música, eu faço algo que eu amo, que fazia minha mãe feliz, algo que me deixava feliz.

Eu interrompi Luke porque, se eu quero que ele se sinta a vontade para ser ele mesmo comigo, sem achar que eu necessito mais de ajuda por mostrar minha cara de dor, eu preciso mostrar que eu posso ser forte, que eu posso tentar.

— Tudo bem. — Disse calmo. — Eu... Eu andei trabalhando em umas coisas... Bom, eu não tinha parado pra fazer isso a um tempo, mas acho que eu posso sim, mostrar.

— Mike... — Sua mão pressionava mais meu joelho, um apoio, um lembrete que eu não tenho que fazer o que eu não quero. Mas aí é que está, pela primeira vez, eu realmente quero fazer.

How to Fix a Broken Heart ~ •Muke• Onde histórias criam vida. Descubra agora