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Só saibam que eu amo vocês e não desistam de mim. Até às notas finais que eu vou acalmar o coração de vocês. Amo vocês e boa leitura. Acima de tudo, boa sorte e tentem não chorar ou me matar.

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Não estar sozinho.

O que não fazemos para não ficarmos só? O que fazemos quando estamos tão mal que acabamos nos afastando de todos?

O que eu faria para não ouvir suas palavras, o que eu faria para não me sentir desamparado enquanto o via medir suas palavras, temendo que meus acessos viessem.

Medo.

Nunca quis que tivessem isso de mim, mas parece que da mesma forma que Luke é magnético, trazendo todos a sua volta até quem o odeia, para sua atmosfera, eu trazia o medo para quem se aproxima de mim.

Não, eu não as faço ter medo de mim. Eu as faço temer por mim. Temer por me magoar, temer por falar algo que me deixasse instável, temer por não ter certeza do que possa estar na minha cabeça.

Medo.

Então, somos duas bases de medidas parecidas com alta densidade atrativa, mas eu para o caos, ele para a luz, uma forma de equilibrar a escuridão da sua vida.

Duas semanas haviam se passado. Calum não estava mais doente. Luke não andava engraçado dessa vez. Minhas costelas ainda doíam, mas a tensão era tão grande que sentia o ar sendo rarefeito entre nossos corpos unidos em um abraço.

Ele parecia querer memorizar cada detalhe cada parte, cada desenho de minha fisionomia. Queria dizer que faria o mesmo, mas sentia nos dígitos das minhas mãos a textura de sua pele mesmo estando longe, o brilho azul oceânico que inebria até mesmo o mais sóbrio dos homens.

— Eu já disse que tinha medo, já disse que sinto que eu o sufoco e que isso nos atrapalha. — Sua voz era calculada. — Mas não disse como cada dia que se passa, fica mais difícil não me apegar e não tentar desistir de tudo só para ficar assim todo o dia.

— Que você sentia que me sufocava, bom, não havia ouvido ainda, mas você deixou bem explícito assim que me perguntou a duas semanas atrás. — Me forçava a manter meu batimento cardíaco equilibrado. Autopreservação, Michael. — Acho que com essa afirmação, você quer me dizer algo bem sério.

Sua respiração saiu pesada e dura.

— Isso não é saudável.

— Isso o relacionamento, ou isso o que estamos fazendo individualmente e afeta o relacionamento?

— Tudo. — Sua voz falhou por um tempo. — Não sei o que fazer, quero ser tudo para você, quero estar em todos os momentos com você, mas sei que você pensa o mesmo, no fim, não estamos indo a lugar nenhum. Você se sacrifica para eu poder tomar uma atitude, mas eu não faço nada porque eu me abdico de tudo para você se cuidar. Eu não estou tentando mudar nada, eu só estou fugindo da minha vida, eu venho quatro noites de sete na semana, Calum vê mais meu rosto do que o do próprio namorado. — Seu corpo ainda permanecia junto ao meu. Seus braços envolvidos em mim, como uma forma de mantê-lo ali, manter-se fixo onde queria chegar. Como se eu ao mesmo tempo que o afundava, o mantinha firme. Eu era uma âncora. — Eu vejo que você não toma seu remédio, você não confia em mim, digo, confia, mas tem algo que está o incomodando desde duas semanas e pouco atrás e eu...

— Não precisa de desculpas. — Disse calmo demais. Indiferente demais. Frio demais. Dolorido demais. — Eu já sabia que isso ia acontecer. Eu ouvi por cima sua conversa com Calum.

How to Fix a Broken Heart ~ •Muke• Onde histórias criam vida. Descubra agora