28º Capítulo- O Taylor o quê?

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Stacey e eu dirigimo-nos para o carro num passo acelerado, enquanto eu respirava fundo e tentava manter a calma. Não era tão mau quanto isso certo? Afinal, eu arrisquei e consegui vencer no mundo complicado que é o mundo do espectáculo, eu deveria estar orgulhosa não? E eles também deveriam ficar orgulhosos por mim.

No fundo, eu sei que o meu pai não é má pessoa. Apenas tentou ser o mais rigido possivel na minha educação para que eu não fosse por maus caminhos, e o mais rigido possível quanto ao futuro para me garantir um porto seguro quando ele já não pudesse sustentar-me mais. Eu percebo isso, e compreendo... Mas algo que nunca vou esquecer foi o facto de ele me ter deixado ir sozinha para Londres, apenas com as minhas poupanças de meses sem gastar um único tostão e uma mochila, rumo ao desconhecido, sem qualquer conforto. Tornou-me independente e mais forte eu acho. Mas agora voltei a ficar dependente, e sinceramente,não me importo muito com esse facto.

Chegamos finalmente a minha casa, e eu apertava o telemóvel fortemente, retirando um auscultador um por um. Não quero passar por isto, eu nem sei como reagir... Isto vai ser tão constrangedor...

A mãe de Stacey seguia a nossa frente, sempre com um sorriso encantador na fase e eu perguntava-me se eu e Stacey seriamos assim amigas quando ultrapassassemos os 40 e pelo olhar que ela me deu, provavelmente, pensava a mesma coisa.

-Sam! Susie!- ela gritou, correndo nos seus saltos, até a minha mãe dando-lhe um grande abraço de seguida. Stacey fechou a porta atrás de mim e eu detive-me a olhar para a sala. Havia uma fotografia minha na cerimonia de prêmios com todos os meus companheiros de elenco, em cima de uma pequena mesa ao lado de sofá. O meu pai encontrava-se sentado no mesmo, e desligou a televisão quando observou a minha presença naquela divisão.

- Filha...- disse o mesmo. Há uns tempos, teria ficado seriamente irritada por aquele nome ter sido dirigido daquele homem mas agora não. Agora era um alívio ele ainda me considerar como sua filha, depois de lhe ter desrespeitado e de me ter dito para não voltar a entrar nesta casa.

- Pai...- também deveria ser um alívio para ele aquele nome ainda sair da minha boca. Nem sei como a mãe da minha melhor amiga conseguiu convencer os meus pais a voltarem a aceitar-me cá em casa. Dúvido que tenham tido muitas saudades.

- Oh filha...- a minha mãe disse, com lágrimas a escorrerem-lhes dos olhos pálidos e cansados vindo em minha direção de braços abertos. Rapidamente fui involvida pelos mesmos...

- Mãe...- disse não ciente se deveria abraça-la de todo depois de tudo o que se passou desde que eu decidi que queria lutar pelo meu sonho, visto que mais ningúem o faria por mim.

- Nós temos de conversar contigo...- disse a minha mãe num múrmurio e eu sai do seu aperto... Olhando para Stacey que me olhava na expectativa...

- Bom... Ah eu vou lá a cima...- disse a mesma, começando a caminhar em direção ao meu quarto- Deixar a tua mala Soph- Lançou-me um olhar que demonstrava “boa sorte” ao qual eu lhe sorri fracamente e me sentei no pequeno sofá ao lado dos meus pais. A tia tinha ido para a cozinha, enquanto os meus pais olhavam para mim e eu engolia em seco. Que isto acabe depressa...

- Então como está a correr tudo na série?- a minha mãe perguntou com o sorriso mais falso que eu vi em toda a minha vida.

- Está tudo a correr bem, já vamos para a segunda temporada e o apelo do público tem sido imenso pelo que estamos muito contentes...- disse, eu com a postura mais séria que conseguia, enconstando-me para trás de seguida.

- Nós...- começou o meu pai, suspirando de seguida, e por segundos, baixando aquele escudo protetor que o mantivera inflexivel durante tantos anos.Porque eu estou aqui mesmo ??

- Pai... Acho que agora deveria ser eu a falar.- disse segura da minha posição, e do quão ele tinha estado errado durante este tempo todo.- Eu percebo que a vontade de que eu não me tornasse uma marginal fora imensa e que eu seguisse pelos caminhos mais corretos mas claro está que aqui, aqui na vida, não há caminhos corretos. Pelo menos em relação a este assunto. Eu apenas segui o meu sonho e a minha felicidade e se isso foi o suficiente para me expulsares desta casa então muito bem, porque eu sempre pensei que deveria lutar por aquilo em que acreditava. E foi precisamente isso que fiz....

- Estamos muito orgulhosos de ti... –ele interrompeu,coçando a parte de trás do pescoço.- Acho que o que eu quero dizer é que... Afinal tinhas uma hipótece muito maior do que eu pensava e... estou orgulhoso de ti miúda. Desculpa...- Nunca esperei ouvir aquelas palavras e por mais dor que eles me tenham causado eu não pude deixar de sorrir.

- Obrigada pai- o mesmo levantou-se e depois de o abraço mais reconfortante que recebi na minha vida por parte dele, dirigi-me ao quarto, onde fechei a porta atrás de mim, encarei Stacey e sorri.

O resto da tarde fora bastante tranquila. Desfiz a mala com a ajuda da jovem morena a meu lado, com o qual iria partilhar o quarto, e de seguida, ela obrigou-me a contar-lhe todas as aventuras pelas quais passei na sua ausência. Falhei-lhe da cerimonia de premios, do dia do almoço no McDonalds e o que se seguiu, do dia das compras, falei-lhe basicamente sobre tudo o que me consegui lembrar e ainda não tinha contado, enquanto me encontrava sentada na cadeira da minha secretária e a minha melhor amiga se encontrava sentada a chinês na minha cama. Stacey arranjara um namorado, chamava-se Michael e eu realmente gostava do facto de haver algum rapaz a fazer a minha miúda sentir-se amada e bonita. Ela sempre foi uma rapariga forte, que passou por muito em criança ao perder o pai e ficar apenas com a mãe. Acho que de certo modo, a tornou um pouco fria para quem não a conhece bem mas eu tenho a sorte de conhecer a faceta mais doce da mesma o que me faz feliz e triste ao mesmo tempo.

O sol brilhava lá fora, na janela e eu senti o meu telemóvel a vibrar no colo, atendendo de seguida perante um número desconhecido.

- Sim?- perguntei, enquanto a morena fazia uma cara de confusão.O volume era alto e eu sabia que a conversa estava a ser ouvida por Stacey.

- Fala do hospital de Londres.- uma voz formal soou através do altifalante e eu levantei-me de seguida.- É parente de Taylor Mirchoff?- Taylor...

- Sim, sou...- apercei-me rapidamente a responder, ciente de que se não fosse alguém da família, provavelmente não me dariam a minima importância. Stacey puxou-me até a cama, onde me sentei com o coração a querer sair do peito e um desconforto imenso no fundo da garganta.

- O sr. Taylor encontra-se nesta altura no hospital. Sofreu uma overdose- nenhuma palavra foi proferida da minha boca, enquanto observava a parede a minha fente em total choque e confusão. Eventualmente a chamada acabou por ser desligada, e Stacey retirou-me suavemente o telemóvel do ouvido, colocando algures e puxou a minha cabeça para o seu colo, onde eu iniciei um longo choro silêncioso, com a imagem de Taylor em risco de vida a correr a minha mente a uma velocidade inacreditável.

- Tenho de voltar para Inglaterra...- disse num múrmurio...- Tenho de ir ter com ele...

- Eu sei - a morena disse e mais nenhuma palavra foi proferida por nós.

Alô alô, desculpem se o capítulo não está bom o suficiente nos vossos padrões mas eu esforcei-me imenso e realmente acho que ficou mais ou menos bom ? Enfim.....

Pergunta : Qual é a vossa disciplina preferida? Eu penso que a minha é educação fisica visto que pratico ginástica desde pequena :) Comentem e votem por favor sim? E obrigada a quem tem apoiado a fic de alguma maneira, com algum gesto muito obrigada :)

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