29º Capítulo- Taylor

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Como? Quando? Porque?. Estas perguntas não me saiam do pensamento enquanto aos poucos e poucos fui acalmando o choro, mas não a tristeza. Essa estava bem presente no meu ser, percorrendo todas as veias do meu corpo como sangue, dispersando-se a uma velocidade inconstante e eu não podia lutar contra isso. De que serviria lutar? Nada... Absolutamente nada...

Peguei no telemóvel, novamente, sobre o olhar atento da morena mas ignorando-o e percorri a lista de contactos até chegar ao que pretendia. Chamei pelo loiro mas a chamada foi encaminhada para o voicemail. John provavelmente encontrava-se agora no hospital com todas as respostas que eu pertendia.

- Queres que vá contigo?- Stacey perguntou.

- Não...- engoli em seco.- Podes-me ajudar com a mala?

- Mas Soph, come algo primeiro, não...

- Enquanto eu estou a comer...- disse, interrompendo-a. – Estou a perder tempo que deveria estar ao seu lado.- puxei as lágrimas que ameçaavam cair, mas quando fui envolvida pelo seu corpo, as mesmas voltaram deixando-me frágil e desprotegida.

- Eu vou arranjar-te qualquer coisa, e tratar do bilhete de avião.- disse-me ela.- Não podes fazer uma viagem, no estado em que te encontras.- E mais, uma vez, ela tinha razão.

A morena saiu do quarto fechando a porta atrás de si e eu limpei as lágrimas com a manga da camisola e arrumei todas as roupas na pequena mochila, assim como algumas que se encontravam cá e que eu queria levar para Inglaterra. Peguei numa camisola de lã e enfiei-a dentro da mala, juntamente com um gorro.

Não sabia para onde me havia de virar e a dor de cabeça de algumas horas de choro seguidas chegaram em grande, fazendo-me respirar fundo e descer com a mochila as costas onde Stacey me esperava na cozinha com comida num recipente. Forcei um sorriso mas não conseguia comer naquele momento, e provavelmente não conseguiria também nas próximas horas por isso apenas, o coloquei na mala, assim como uma folha com as informações do bilhete que deveria ter sido imprimida pela mãe da mesma, que me olhava com carinho, e dei-lhe um grande abraço pedindo desculpa de seguida. Custava-me imenso deixa-las mas sabia que neste momento havia prioridades. E o estado de saúde dele era uma delas.

Agradeci mentalmente a Stacey por ter explicado tudo aos meus pais que me deram abraços fortes e promessas de que me ligariam em breve, das quais eu não dei muita importância. Iria ser preciso muito mais que uma conversa para eu esquecer todos estes anos.

Dirigi-me apressadamente ao aeroporto, e em poucas horas das quais eu se tivesse mais energia iria amaldiçoar todos os que trabalhavam ali por demorar tanto tempo, já me encontrava no avião mais desperta que nunca e apenas a desejar chegar o mais rápido possível. Niall ligou-me antes de o voo se iniciar quando eu estava prestes a desligar a desligar o aparelho. Suprimi a vontade de atender, e apenas desliguei a chamada, com uma mensagem que dizia :” Ligo-te assim que puder”.

Agora, havia uma dor constante a bater no meu peito, como se um arame farpado envolvesse o meu coração e eu apenas desliguei o telemóvel e deixei as lágrimas escorrerem, enconstando a cabeça a janela e rezando para que este pesadelo acabasse.

 Eventualmente, acabei por chegar ao hospital, sem qualquer noção do tempo pois cada segundo que passava naquele avião parecia insuportável e cada vez mais doloroso. Deveria estar grata por haver um voo para aquela hora e eu ter conseguido chegar ao hospital ainda hoje mas toda a gratidão e sanidade mental que eu mantinha dentro de mim fora levada deixando apenas uma enorme dor e frustação. Como é que era possível alguém como Taylor andar a cometer uma loucura destas? O que estava mal na sua vida? E pior que tudo, como é que eu não reparei?! Os sinais foram imensos... E eu fui tão egoista por não reparar em tudo o que se passava com uma das pessoas mais importantes da minha vida. Eu poderia tê-lo impedido, ou pelo menos aconselhado a não cometer nenhum acto irresponsável como este. Poderia atribuir a culpa por neste momento ele se encontrar neste hospital, mas a verdade é que não posso faze-lo. Ele sabia o mundo que era, estando no século 21, o século com mais informação a respeito das drogas, tabacos e outros vicios que são multiplas vezes colocados a nossa frente, e que é nosso dever, como pessoas informadas que somos, não cair na tentação. Taylor caiu, e agora eu estava a cair com ele.

John encontrava-se sentado num naqueles bancos azuis que este grande hospital tinha e eu caminhei até ele, não confiando nas minhas pernas quando finalmente o seu olhar dirigiu o meu e ambos partilhavamos a mesma dor e agonia dentro de nós.

- John...- chorei, abraçando-o fortemente. A dor só cresceu quando o nosso contacto corporal foi efectuado, ao ouvir o choro silencioso do loiro a cair sobre os meus ombros como se os mesmos fossem uma tábua de salvação.

- Soph... Eu... eu...

- Shhh- disse-lhe, apertando-o mais forte contra mim, se é que isso era possível.

- Mas eu...- o meu telemóvel vibrou no bolso da frente da minhas calças, e John rapidamente largou o meu corpo como se a vibração lhe tivesse causado alguma dor fisica. O capuz daquele casaco azul cobria-lhe o cabelo parcialmente e os olhos encontravam-se dum vermelho vivo, tão vivo que desgastava o azul da sua iris, aquele azul cheio de vida que eu sempre vi. Eu queria ajuda-lo, dar-lhe um pouco da minha força ao vê-lo tão quebrado mas parecia que eu tinha perdido toda a minha quando recebi o telefonema.

Sou fraca, não estou preparada para ser forte desta maneira, por mim e por ele.

 Retirei o aparelho, segurando-o nas minhas mãos trémulas e cliquei no botão de atender.

- Amor?- a voz suave que caracterizava o meu namorado soou do outro lado da linha.- Estou tão preocupado contigo. Já soube das notícias. Eu era para ir até casa dele, com os rapazes quando tudo isto aconteceu. Estás no hospital? Estou? Por favor diz alguma coisa...

- Niall eu- tentei iniciar uma frase coerente mas os soluços abafados não deixavam o meu ser e eu fechava os olhos com força como se de algum modo isso os fosse acalmar.- Eu.. Por favor preciso de... Niall...- suspirei com o meu lábio inferior a tremer e com medo que perdesse a força na mão que me mantinha em contacto com ele.- Ele...

- Eu estou a caminho. Estou mesmo a chegar...

- Ok...- senti-me derrotada, achando por momentos que talvez Niall me pudesse ajudar a ultrapassar isto. Talvez ele me fosse dar a força que eu necessitava para encarar toda esta situação.

Mas quando guardei o telemóvel no fundo das calças e observei John a chorar na mesma cadeira, e todo o ambiente do hospital a sugar-me para o desespero, percebi que nem Niall me poderia salvar do que estava para vir.

Alô alô, mais um capítulo :) Isto está a ficar deveras deprimente mas eu gosto do rumo da história... Acho que esta a ficar interessante...

A pergunta de hoje vai ser sobre o capítulo : O que acham que vai acontecer? Quero mesmo muito saber as vossas opiniões e espero que estejam a gostar da história... Votos e comentarios sim? Beijinhos :)

I just haven't met you yetOnde histórias criam vida. Descubra agora