Capítulo 3

718 62 77
                                    


Estou distraído com o trabalho, quando ouço duas batidas na porta de nossa sala. Ela se abre e, quando levanto os olhos, vejo Brenda Robinson, responsável pelo RH do site. Cabelos ruivos e cinzas, sempre com sua maquiagem leve, que deixa suas sardas à mostra. Ela jovem como todos nós.

Aliás, o MovieLife é jovem

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Aliás, o MovieLife é jovem. Ele foi criado há pouco mais de dois anos por Nolan Evans. Michael Evans, pai de Nolan, é dono do maior escritório de representação de atores do país. Meu chefe se formou em jornalismo e escolheu criar sua própria empresa ao invés de assumir uma posição na da sua família. É bem verdade que o sobrenome Evans abria portas para a nossa equipe, seja para uma entrevista exclusiva com um nome da sétima arte ou para o lançamento de uma produção, porém, Nolan não dava usava disso para obtermos sucesso, ele apenas não renegava a árvore genealógica. Ele e Brenda se conheceram em uma festa da faculdade e se tornaram grandes amigos. Nolan não pensou duas vezes em trazê-la para trabalhar consigo.

- Brian, agendei com sua amiga amanhã, às 10h. Como já será sexta, ela iniciará suas atividades na segunda-feira, dia da nossa reunião de pauta. Ela me pareceu muito simpática ao telefone e, se ela escrever para nós como escrevia nos tempos de estágio, tem tudo para ser bem sucedida aqui! – Ela se despede de mim e do Keenan com um aceno e um sorriso e parte para sua própria sala.

Quando olho para meu amigo, em sua mesa, do lado oposto a minha, ele ergue uma folha de papel, com o desenho de um coração com a inscrição "E + B". Ameaço jogar meu grampeador nele, mas acabo rindo do quão besta ele é.

Ao final do expediente, Keenan e eu nos encaminhamos para o elevador. Estalo meu pescoço, enquanto ele se concentra no celular. Ele troca mensagens com alguém e aposto que é uma garota, talvez do aplicativo de paquera de hoje cedo. As portas se abrem, entramos e apertamos o botão do andar térreo. Esfrego meus olhos por baixo dos óculos e escuto meu amigo bufar, bloqueando seu aparelho e o guardando no bolso da calça.

- A Ellen estará aqui amanhã, você está entrando em pânico, entendi. Meu irmãozinho, se você não ficar tranquilo, vai cair antes de reencontrá-la. Faz o seguinte, – ele pega o telefone e começa a digitar algo novamente – eu estou cancelando meu encontro e vamos para o seu apê. A gente passa no mercadinho, compra umas cervejas e uns snacks, e joga conversa fora até você se sentir mais calmo.

- Keenan, não quero atrapalhar sua noite, cara. Eu sobrevivo. Só preciso organizar minhas ideias – o elevador chega à recepção do prédio e caminhamos sentido estação de metrô.

- Brian, amizade antes das gatas e, acredite: Essa era uma gatinha e tanto. Mas não posso ver meu amigo quase entrando em combustão de tanto estresse e fazer nada. Eu tenho que estar por perto para ajudar... E para rir um pouco também, porque você está engraçado com essa expressão de que vai se borrar no primeiro peido que der! – Ele  ri.

O cretino consegue demonstrar preocupação e me zoar ao mesmo tempo!

Embarcamos no metrô e descemos perto do meu apartamento. No caminho, passamos na mercearia e compramos dois engradados de cerveja, cada um com seis garrafas long neck. Também escolhemos salgadinhos diversos para comermos com molhos que farei, pois já tenho os ingredientes na geladeira. Sei me virar bem na cozinha, aprendi muita coisa observando minha mãe, mas também com vídeos de receitas na internet.

Hora de recomeçarOnde histórias criam vida. Descubra agora