- PAPAI! Minha princesa solta minha mão e corre atrás do pai que caminha a passos largos em direção a sua residência, com cara de poucos amigos.
Fico sem saber se os sigo ou fico com meus pais e minha sogra.
Estava bom demais para ser verdade.
- Meu filho, estou tão feliz que vocês finalmente se acertaram! Minha mãe me puxa para um abraço, talvez percebendo que eu precisava de um, acompanhado de palavras gentis.
- Faço minhas as palavras da Janet! Parabéns, meu garoto! Meu pai aperta meu ombro, sorrindo.
- Genrinho, não ligue para o Hardy! Logo que essa crise de ciúmes passar, ele verá que você nossa filha está em boas mãos! Srª. Grace aperta minha bochecha como se eu fosse uma criança e rio tímido.
- A senhora acha que posso ir atrás deles? Pergunto para minha sogra.
- Deve. Até porque, o que estão falando diz respeito a você também.
Entro na casa dos Lewis e sigo o som da voz de minha princesa até o escritório.
- Papai, eu amo o Brian. Ele me ama, é trabalhador, e de boa família... O senhor é amigo do Sr. Scott há anos, sabe da sua criação... Qual o problema em namorarmos? Eles estão sentados de frente um para o outro, o pai em sua cadeira atrás da escrivaninha e Ellen, em uma das destinadas às visitas.
- O problema é que nenhum homem será bom o suficiente para você.
Bato na porta entreaberta, resolvo intervir.
- Se me permite, gostaria de conversar um instante com o senhor. A sós. – Olho para Ellen, que acena negativamente com a cabeça. – Amor, por favor, nos dê licença.
Relutante, ela sai, primeiro dando um beijo na bochecha do pai, depois outro, na minha. Com o consentimento do meu sogro, me acomodo no lugar antes ocupado por minha namorada.
- Rapaz, antes de tudo, nada tenho contra você. Considero muito seu pai, nossas esposas são muito unidas e sempre achei que visse minha filha como uma amiga. Ignorava todas as piadinhas de Grace, que dizia que a amizade de vocês daria em namoro porque via o quanto respeitoso era com minha menina. Agora os dois aparecem aqui de mãos dadas. O que é isso? Vocês não eram amigos? O homem mal respira ao falar.
- Continuo tendo muito respeito por sua filha, senhor. Ellen não mentiu quando disse que a amo. Só não mencionou que sempre a amei. Desde muito jovem. Só que minha timidez impediu que eu me declarasse. O tempo passou, a gente se afastou, mas nunca a tirei da minha cabeça e do meu coração. E agora que a reencontrei, não a deixarei mais sair da minha vida. E ela também não quer que eu saia da dela. Sei que acredita que ninguém será bom o suficiente para ela, mas prometo que todos os dias darei o melhor que posso para ela. E continuamos amigos. Eu me considero um sortudo por namorar minha melhor amiga.
Ele emudece, e me olha fixamente. Talvez pensando que meu discurso estava pronto e decorado. Entretanto, tudo que falei foi improvisado, com base em como realmente me sinto.
- Grace disse que vocês estão dividindo apartamento.
- Cada um tem seu quarto. É verdade, só não detalhei onde cada um dorme.
Mais uma vez ele se aquieta e fico extremamente ansioso. Começo a esfregar as palmas das mãos na calça jeans e ajeito meus óculos, esperando o veredicto.
- Brian... – Ele suspira – Vou te dar uma única chance. Não duas ou três, uma. Se você fizer alguma besteira, está fora!
Ele aponta para o nada, como estivesse em um jogo e futebol americano.
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Hora de recomeçar
RomanceBrian e Ellen cresceram juntos como amigos de infância e vizinhos. Na adolescência, Brian passou a nutrir um amor platônico por Ellen. Tímido e com medo de ser rejeitado pela melhor amiga, ele recuou e não só não declarou seus sentimentos, como não...