Capítulo 52

291 43 92
                                    


Vejo minha irmã entrando no salão, retornando do banheiro sozinha, olhando para os lados. Sinto uma pontada no peito.

- Cadê a Ellen? Todos olharam para mim, enquanto fitava Hazel.

- Pensei que ela esta aqui, com você.

Na minha cabeça, tudo fica em câmera lenta e sem som. Sou acordado do meu estado catatônico por Devon, que me segura pelos ombros, sacolejando meu corpo. Minha maninha explica, já entre lágrimas, que quando saiu da cabine, a cunhada já não estava mais no toilet; Keenan tenta acalmá-la; Fynn me dá um copo de água; Dev pede que eu fale com ele; Senhor Michael chama o chefe da sua equipe de segurança ao telefone; O caos está instalado.

- Foi ele, tenho certeza! Nolan pegou a Ellen, eu preciso encontrá-la! Eu não posso deixá-la com ele! – Tento me soltar dos braços de Devon e do seu namorado.

- CALMA, BRIAN! – Ele levanta a voz e todos ao nosso redor param de falar. – Nervoso desse jeito, vai ajudar em nada!

Tento controlar minha respiração e Hazel me abraça, se desculpando por não saber o que havia acontecido com minha princesa. Neste instante, a consolo buscando também consolar a mim mesmo. Quatro verdadeiros guarda-roupas de terno e fones sem fio presos às orelhas alcançaram nosso grupo e Sr. Evans deu ordens para que eles vasculhassem o hotel a procura de seu filho e de Ellen. Ele tratou de me tranquilizar, dizendo que eles não teriam ido longe. Com o celular no ouvido, pediu que o acompanhássemos até a sala de vigilância, que o dono do hotel, também convidado na festa, nos encontraria lá.

Minha maninha sentou-se em uma das cadeiras, envolvida no paletó de Keenan. Os demais, ficamos de pé. Repassamos as imagens próximas ao toilet e nenhum sinal de movimentação estranha nos últimos minutos.

- Se... Senhor... – o vigilante parece ter pensado em algo que o fez perder a cor – acho que temos um ponto cego aqui.

- Acha ou tem, Smith? O seu chefe fala grosso com o vigia.

- Tem.

Porra.

- Vamos expandir o raio de buscas nas câmeras. E depois, conversamos! Ordena o proprietário do hotel.

Uma câmera capta uma conversa entre alguém de uniforme e outra pessoa, ambos quase fora do enquadramento, como se soubessem a dificuldade de se visualizar aquele trecho do corredor. O homem uniformizado está com um carrinho de bagagens e isso causa estranhamento ao dono da hospedaria, uma vez que eles estavam próximos aos fundos do hotel e pertences de clientes não costumam ser transportados por ali. O aparente entregador de malas se distancia, caminhando rente à parede, com um carrinho com algumas bolsas de viagem. O vulto com quem ele estava conversando, desaparece, seguindo para o lado contrário. A pedido do chefe de segurança do Sr. Evans, o vigilante separa essa imagem. Pelo horário, isso teria acontecido enquanto as meninas estavam no banheiro.

Repassamos outras imagens até que nos deparamos com algo que faz com que meus pelos se arrepiem: Ellen sendo carregada, praticamente desfalecida, por outra mulher. Elas estão próximas ao elevador e outro funcionário, as intercepta, mas após receber algo, se distancia.

- É a Ellen e... A Brenda Robinson? Meu patrão franze o cenho.

- A ruiva? O vigilante diz, boquiaberto.

- Vocês se conhecem? O proprietário do estabelecimento indaga e o empregado só faz gaguejar.

O segurança do Sr. Michael sai por um instante e um rádio é passado para o rapaz que conseguiu ser identificado. O funcionário chegou à sala de controle e nos contou a sua versão da história e, quando descobriu que se tratava de um sequestro, sentiu culpa por ter ajudado, ainda que involuntariamente e devolveu o valor que lhe foi pago pela discrição. Segundos depois, Brenda entrou, tendo seu braço segurado com ímpeto pelo armário de terno e gravata, que por sua vez que orientou que o vigia colocasse nos monitores a imagem frisada da câmera dos fundos e dela pagando pelo silêncio do jovem empregado.

Hora de recomeçarOnde histórias criam vida. Descubra agora