Capítulo 43

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No horário combinado, lá estava eu. Esperando para entrar na masmorra onde o rei escondia minha princesa. Com minha entrada permitida, subimos cautelosamente e, com a porta do quarto trancada, minha namorada abre seu robe, revelando que está com uma lingerie verde. Minha cor preferida.

Ah, essa noite promete.

Ela prende o lábio inferior com os dentes, fitando-me dos pés à cabeça e sorrindo ao final da inspeção. Ajeito meus óculos, em uma tentativa frustrada de me acalmar. Ellen tem diversos talentos, mas um dos mais notáveis é me tirar do sério. Com apenas dois passos, a agarro, colando nossos corpos, dando uma amostra do quanto simples atitudes suas mexem comigo.

- Tá sentindo amor, o quanto você me enlouquece? Sussurro, roçando meu volume em seu ventre e minha barba por fazer em seu pescoço.

Ela responde com um gemido baixo, que faz meu sangue ferver. Levo uma mão a sua nuca, para que ela não fuja quando tomo sua boca e a outra aperta sua cintura.

Batidas na porta.

Interrompemos nosso amasso e arregalamos os olhos, esbaforidos.

- Querida, abre a porta para eu te dar boa noite! Isso não é sério... Pau duro, namorada em ponto de bala e sogro na porta. Será um obituário memorável, porque certeza que Sr. Hardy vai me matar!

- Papai, espere um pouco! Ela abre o closet, me empurra para que eu entre e o fecha. Pega uma camisola de algodão com comprimento acima do joelho e alcinhas e veste.

Ellen permite sua entrada e o vejo pelas frestas da porta do armário. Ele adentra o ambiente como um policial em busca de suspeitos.

- Porque demorou tanto? Olha para os lados e vai até a janela conferir se a mesma está com o trinco acionado.

- Estava me aprontando para dormir, acabei de sair do banho. Era verdade, seus cabelos estavam molhados e ela cheirava ao seu sabonete líquido de morando. Merda, o que falta é eu ficar excitado de novo, aqui, na iminência de ser descoberto como um Ricardão que se esconde no guarda-roupas.

- Hardy, meu amor, deixa nossa filha em paz! – A voz da Srª Grace surge antes de sua figura. Ela entra no quarto e para onde exatamente estávamos antes de sermos interrompidos. – Não percebe que a menina está cansada da viagem e só quer uma noite tranquila?

- Não sei... Ela se conformou muito rápido em dormir longe do namorado. Lança um olhar desconfiado para minha princesa, que fica sem reação.

Pensa Brian, pensa!

Pego meu celular no bolso, tiro o volume da chamada e o coloco em modo silencioso. Disco o número de Ellen me apegando a toda e qualquer esperança de que ela entenda minha intenção.

Seu aparelho toca em cima da cômoda e ela sorri ao ver minha imagem. Ela entendeu.

- Paizinho, meu príncipe está me ligando, olha! – Ela vira a tela para mostrar minha chamada. Ela atende e finge conversar comigo, pedindo um instante para se despedir dos pais. – Pode me dar privacidade, papai? Ficamos de papearmos até pegarmos no sono.

Meu sogro franze a testa e, relutante, beija a testa da minha namorada e sai resmungando.

- Vai esquentando a cama que já vou, amor! – Minha sogra fala em voz alta e ouvimos um barulho de porta batendo ao longe. Dá um passo para o lado, pega algo no chão, que estava embaixo de seus pés e entrega para minha princesa. – Sejam mais cuidadosos da próxima vez. Boa noite filha. Boa noite genrinho.

Olho para a mão de Ellen e tateio minha bermuda, desesperadamente envergonhado. A porra do pacote de camisinhas que trouxe de casa!, concluo, dando um tapa na minha própria testa.

Hora de recomeçarOnde histórias criam vida. Descubra agora