Hora de recomeçar

Capítulo 16

As toalhas e minhas roupas usadas estavam no chão, afinal, foi difícil raciocinar quando vi Ellen, de camisola, me convidando para entrar em seu quarto. Ela me encostou contra a porta fechada e começamos a nos beijar. Deus, como nossas bocas combinam! Sem interromper o beijo, vamos caminhando em direção à cama. Ela foi deitando morosamente e depositei meu corpo sobre o dela, com um dos meus joelhos entre suas pernas. Eu sonhava com Ellen, literalmente, todo santo dia e mal podia acreditar que estávamos ali. Entretanto, mesmo estando extasiado, precisava ser justo conosco. Não queria que nossa primeira vez juntos fosse fruto de um impulso. Até porque, foi algo tão inesperado que nem preservativo tenho comigo. Sei que sou saudável, me cuido, mas não se trata apenas disso. Mesmo que a ideia de ter uma família com minha princesa me agrade, temos muito a realizar antes de um bebê chegar. Lutando contra o volume que só faz crescer dentro da minha bermuda de moletom, com auxílio da minha boxer, diminuo a intensidade das nossas carícias e beijos, deslizo meu polegar na bochecha de Ellen e sorrio.

- Sabe que não precisamos ir até o fim agora, não é? Apenas um abajur ilumina todo o quarto e ainda assim vejo nitidamente seus olhos brilhando.

- Você não me quer? Sua voz soa decepcionada.

- Tá brincando? Você não sente o quanto te desejo? – Minha ereção está empurrando seu corpo, tenho certeza que ela está sentindo, mas necessitava pontuar – Não se trata apenas de mim, se trata de nós. Você é especial, você é única e quero que assim seja toda vez que estivermos juntos: Especial e único. Sobretudo, a primeira vez.

Ela claramente fica desconfortável. Será que falei algo errado? Ellen começa a se arrastar por baixo de mim, subindo pelo colchão, apoiando suas costas no travesseiro. Percebendo seu movimento, me afasto do seu corpo, dando espaço para seu deslocamento na cama.

- Brian, você é um príncipe!

- Mas... – Eu já esperava pelo pior.

- Mas? Mas nada! Eu só me sinto sortuda por ter você. Eu só queria contar uma coisa, pois acho que você tem o direito de saber, já que estamos ficando... – Ela morde o lábio inferior e eu não sei o que esperar.

- Eu ainda sou virgem. Disparou, sem gaguejar ou respirar.

Tentei falar, mas tudo que consegui era abrir e fechar a boca sem emitir um som sequer.

- Não é que eu esteja me guardando para o casamento, que tenha vergonha ou algo do gênero. Só não senti que tinha intimidade, sentimento suficiente antes para transar com quem já sai antes. Nenhum dos caras era a pessoa, muito menos era o momento. Deu de ombros e continuou me olhando.

Sentei-me na cama, ao seu lado e abaixei a cabeça, pensativo. Ajeitei meus óculos e comecei a esfregar minhas mãos.

- Desculpe pela forma com a qual tenho agido. Eu não tinha noção do quão desrespeitoso estava sendo.

- Garoto, deixa de ser bobo! – Ela disse sorrindo – Tudo que aconteceu foi consentido.

Um silêncio paira em todo o cômodo até que resolvo indaga-la.

- Você acha que eu posso ser a pessoa? Deixo de olhar para minhas mãos e a encaro.

- Não... Cada vez mais tenho a certeza. Respiro pesado.

- E é o momento?

- Sinceramente? Não sei... É porque não sei se eu vou sentir que é a hora certa.

Sentei-me mais perto da cabeceira da cama, ao seu lado e coloquei os pés ao lado dos dela. Joguei meu braço em seus ombros, trazendo-a para mim.

- Prometo vou esperar você estar pronta, sem dúvidas para que não haja remorso.