Capítulo 4

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Sou surpreendido por um hálito quente, próximo ao meu ouvido. Sinto beijos no meu pescoço e uma mão deslizando pelo meu peito, passeando pela barriga e entrando na minha calça. Gemo enquanto alguém me acaricia. Abro os olhos e vejo Ellen, mordendo os lábios, sussurrando "Acorda, dorminhoco!'. É a visão do paraíso. Ela segura firme em meu pau e faz movimentos que são deliciosamente tortuosos. Repentinamente ela interrompe o que está fazendo e choramingo para que continue. Ela engatinha na cama até se posicionar entre minhas pernas e, em um gesto brusco, desce minha calça e volta a segurar minha ereção. Eu não consigo acreditar no que está por vir. Ela empina o quadril, inclinando-se na direção da minha virilha e começa a me chupar como se eu estivesse coberto de chocolate e eu precisasse ser limpo. Como se não bastasse me levar à loucura com sua boca macia, Ellen não desvia o olhar do meu por um segundo sequer. Porra, que delícia! Estou bem próximo de chegar ao orgasmo, quando ela passa a língua da base do meu volume até a cabeça e fala "Goza para mim, meu amor".

O alarme dispara. São sete horas da manhã e estou completamente melado. Não me lembro da última vez que havia sonhado com Ellen, mas tenho certeza que esse foi o sonho mais real que já tive. O mais gostoso também. Sem mais delongas, vou ao banheiro e tomo um banho frio. Abro o armário e sinto dificuldade em escolher uma roupa, tendo consciência de que não será um dia comum de trabalho. Eu a verei hoje e preciso estar bem, sem parecer que me preocupei muito com o que vesti. Que difícil! Separo uma calça jeans preta, um blusão xadrez com vários tons de azul, uma T-shirt branca, meias e um par de sapatos caramelo. Essa é minha zona de conforto, ao qual Hazel chama de "moda lenhador". Vou até a cozinha, coloco uma cápsula de café na máquina e deixo que a cafeteira cumpra sua tarefa. Volto para o quarto, me visto, bebo meu café, escovo os dentes e me adianto. Sou pontual e hoje tenho um motivo a mais para ser.

Chego ao prédio meia-hora antes do início do expediente. Encontro Keenan aguardando o elevador, nos cumprimentamos e subimos juntos. Percorremos os corredores do escritório até nossa sala em silêncio. Ao mesmo tempo em que estou organizando os papéis que estão em minha mesa, meu amigo chama minha atenção.

- Ei, cara, relaxa! Sua ansiedade vai ajudar em nada! Seja confiante!

É fácil falar!

- O que planeja fazer quando ela chegar?

- Bem... Pensei em convidá-la para almoçar conosco e conversarmos sobre a mudança. O que acha?

- Acho que "conosco" é muita gente. Vamos fazer o seguinte: Na hora H, eu invento uma desculpa para almoçarem só os dois. Como você está nervoso, tente abordar assuntos que te deixe confortável. Na dúvida, fale sobre a empresa e o apartamento. E claro, se ofereça para ajudá-la com o que for necessário para que ela se instale o mais breve possível. Se ela der oportunidade, flerte com naturalidade.

- E o que seria isso?

- Tenha confiança na atitude e na voz, não gagueje. Ser natural é dizer o que você sente. Você sente que Ellen é única, não sente? Então diga algo que a faça se sentir única. Seja verdadeiro.

- Tá bom, vou tentar... Valeu pelos conselhos.

Com pouco mais de 40 minutos de trabalho, ouço uma pessoa coçar a garganta. Olho para a porta e Ellen está parada, encostada no batente da porta. Ela usa um vestido preto, e tem nas mãos um blazer verde. Levanto da minha cadeira e sigo em sua direção.

- Eu acho que você me deve um abraço de urso! Falo baixinho, enquanto sobra pouquíssimo espaço entre nós.

Ela sorri e me abraça. Ah, como senti falta dela. Sinto o cheiro do seu cabelo, o calor do seu corpo e sua respiração. Eu viveria dentro desse abraço para sempre! O encanto se quebra no momento em que Keenan surge ao nosso lado.

Hora de recomeçarOnde histórias criam vida. Descubra agora