Capítulo 53

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- Eu quero me casar com ela, Hazel.

- O QUE? – Minha irmã pergunta de maneira mais alta e aguda que eu gostaria, fazendo minha princesa se mexer no leito do hospital.

Ah, pirralha!

- Olha o escândalo, garota! – Cochicho, me soltando do seu abraço e levantando da cadeira, com cuidado para não acordar Ellen.

Saímos do quarto e prosseguimos com a nossa conversa.

- Vai mesmo fazer o pedido? Os olhos de minha maninha brilham. Antes de respondê-la, procuro motivos para não fazer isso. Não encontro um sequer que impeça. Na verdade, desde o dia das bodas dos meus pais, quando dancei com minha princesa que sonhava com o dia em que nos casaríamos.

- Vou! Nos amamos e não tenho a intenção de viver minha vida sem ela ao meu lado. Isso aconteceria um dia, só que eu quero que seja logo.

Hazel pula em cima de mim, me parabenizando, se esquecendo de que estamos em um ambiente que onde deveríamos nos comportar de forma tranquila e silenciosa. De corredores diferentes, Devon, Fynn, Keenan, Melinda e Aidan nos alcançam, com feições confusas.

- Viemos assim que soubemos o que aconteceu! – Diz Melinda, de mãos dadas com o namorado.

- Por que está pulando, pequena? Meu cunhado questiona, me entregando a bolsa de viagem, provavelmente, com uma muda de roupa para mim e minha namorada.

- É que... – ajeito meus óculos – Vou pedir Ellen em casamento.

Silêncio sepulcral.

Eis que todos começam a comemorar, me abraçando e, antes de Hazel tornar a levantar a voz, uma enfermeira passa por nós com semblante fechado e pede que nos controlemos em respeito aos outros pacientes. Peço sigilo aos meus amigos e, depois de prometerem ficar de bico calado, minha irmã e Kee atualizam Mel e Aidan, enquanto Dev me fala sobre o estado do Senhor Michael, antes de ir tomar um café com Fynn.

Nosso chefe estava consciente e medicado e perguntou por mim e minha princesa. Fui informado que ele gostaria de conversar comigo, quando fosse possível. Para ser sincero, não gostaria de incomodá-lo com a minha presença neste instante, mas Devon disse que ele estava estabilizado e que o ferimento não havia sido grave. Papo encerrado, segui para o banheiro do quarto de Ellen. Tomei um rápido banho e vesti os trajes limpos. Passei na recepção e me esclareci sobre como chegar até o Sr. Evans.

Bati em sua porta e, com minha entrada autorizada, adentrei no ambiente. Fui recebido com um sorriso fraco do Senhor Michael e vislumbrei a sua assistente cochilando em uma poltrona, do outro lado do cômodo.

- Eu não sei como agradecê-lo... – Falei, me aproximando da cama, com as mãos nos bolsos.

- Não precisa me agradecer, rapaz. Era minha obrigação impedir que meu filho fizesse mal a vocês. Como está a jovem Ellen?

- Está repousando. Os resultados dos exames ainda não saíram, mas tenho fé que ela está bem e que logo vamos para casa. E o senhor?

- Vivo e pronto para outra! – Rimos baixo para não acordar sua acompanhante. – Eu cometi muitos erros no passado, dentre eles, não tive pulso com ele. Fui refém de uma situação que eu mesmo criei. Coloquei meu casamento em risco e fiz o que julgava certo, na época: Mantive o relacionamento e tentei fazer com que ele me perdoasse sendo um pai permissivo. Lane e Nolan acharam que eu fiz isso apenas pelos negócios, porém, não foi. Queria minha família unida novamente. Só que ao invés de recomeçarmos, ela resolveu direcionar suas energias para paparicar nosso menino e jogar na minha cara constantemente o que fiz. Ver meu filho prejudicando vocês, da forma que prejudicou, foi o fim da picada... Brian, gostaria de pedir, mais uma vez, perdão por todo mal que Nolan provocou a vocês.

Hora de recomeçarOnde histórias criam vida. Descubra agora