6- Quer ir para outro lugar?

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Levando em consideração que eu passei o resto do dia pensando na Jenny o tempo basicamente voou. Logo estava em meu ônibus voltando pra casa.

Ao chegar em casa vi algumas luzes acesas e estranhei.

—Mãe? – Chamei assim que entrei.

—Na cozinha – Ouvi ela gritar e fui ao seu encontro.

—Que milagre é esse? – Olhei para ela que estava atacando uma pizza sozinha.

—Também estou feliz em te ver – Falou revirando os olhos.

—Desculpa. – Me aproximei dela e peguei um pedaço de pizza – Vai dormir em casa?

—Uhum – Ela fez que sim enquanto mastigava – Que roupa é essa? – Acabou por falar de boca cheia.

—Tive um acidente envolvendo comida e acabei pegando essa emprestada. – Falei sem dar muitos detalhes já subindo as escadas em direção ao meu quarto. Peguei um livro de poemas que estava lendo e continuei a leitura até batidas na porta acabarem me desconcentrando.

—Esta aberta, mãe. – Disse deixando o livro aberto em cima da cama.

Ela abriu a porta bem lentamente, vestia apenas uma camiseta minha, seus cabelos estavam soltos e molhados. Ela apenas caminhou até a cama, pegou meu livro o colocando na gaveta do criado-mudo e deitando-se ao meu lado.

—Boa noite bebê. – Ela disse já de olhos fechados passando um braço por minha cintura.

Eu tinha poucos momentos com a minha mãe, isso nunca me incomodou, nunca foi um problema pra mim, mas eu não poderia mentir, amava quando ela podia ficar um pouco comigo.

Sabia que se ela pudesse passaria mais tempo comigo, mas o trabalho tomava muito o tempo dela. Tinha dias que simplesmente passávamos sem nos ver.

Então eu aproveitei aquele momento, fiz carinho em sua cabeça até pegar no sono junto com ela.

Na manhã seguinte, acordei sozinha, não só na cama como na casa também, sem bilhetes, sem avisos, sem nada. Prometi que não ficaria esperando uma ligação, era o dia da festa, e eu encontraria a Jenny e seria naquilo que eu pensaria pelo resto do dia. Mas tinha algo que eu deveria fazer antes.

Peguei o telefone e disquei o numero de Karen.

—Caiu da cama, delicia? – Ela atende com voz de sono.

—Me faz um favor?

—Me acorda e ainda quer pedir favores? – Resmungou ela

—Preciso que vá na festa comigo.

—Eu odeio essas festas...

—Eu sei que odeia as festas, mas também sei que me ama, seu amor por mim supera seu ódio pelas festas?

—Isso é covardia... – Ela ficou em silencio como se estivesse pensando e eu apenas esperei por uma resposta. – Eu vou se você me der um beijo. – Propôs ela.

—Eu prometo que você vai ganhar um beijo. – Se tudo desse certo ela ganharia muito mais que um beijo, só não seria meu.

—Te encontro lá. Agora me deixa dormir.

Ela desligou o telefone, então eu fui para o quarto pegar uma mochila. Eu iria ajudar a montar as barracas para a festa e sabia que não daria tempo de voltar para casa para me arrumar, então só joguei algumas roupas na mochila e fui para a escola.

Ao chegar lá dei de cara com Carla que passou metade da tarde me encarando esperando que eu falasse algo sobre a Karen, mas apenas ignorei e não disse nada. Pelo menos não antes de terminar a ultima barraca.

Uma lição de amorOnde histórias criam vida. Descubra agora