28- Cada suspiro que você der

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As coisas continuaram quentes na cozinha, até que minha mãe apareceu por lá e Jenny se afastou completamente constrangida.

Minha mãe poderia ter deixado isso passar, mas conhecendo ela do jeito que eu conhecia. Sabia que ela usaria isso para deixar Jenny ainda mais envergonhada.

O jantar foi repleto de insinuações feitas por minha mãe, enquanto Jenny... Jenny passou boa parte do jantar com as bochechas vermelhas enquanto eu ria da cena.

Quando o telefone da minha mãe tocou eu acho que Jenny deu graças a Deus por ela ter se afastado da mesa para atender.

-Nunca mais aceito os convites da sua mãe - Ela sussurrou pra mim

-Esta tão ruim assim? - Perguntei parando de rir mas as bochechas dela estavam tão vermelhas que a comparação mais apropriada seria com um tomate.

-Não diria ruim... Mas...

-Minha mãe é assim com todo mundo. Quanto mais você ficar incomodada, mais ela vai perturbar.

-E como eu posso não ficar incomodada com as piadinhas sobre as minhas roupas no corredor?

-A parte pesada pra você são as roupas no corredor? Achei que fossem os gritos vindo do meu quarto

Ela nem respondeu, basicamente cobriu o rosto com as mãos completamente envergonhada.

Minha mãe voltou com uma cara nada feliz, olhou primeiro para Jenny e depois para mim e ficou alternando os olhares.

-Que foi? - Perguntei impaciente

-Noticia boa e notícia má. Qual vocês querem primeiro?

-A boa - Respondemos juntas o que me fez sorrir pela sincronia

-Vocês vão pra um jogo de futebol - Ela deu de ombros como se não precisasse explicar, mas nós estávamos a encarando para que ela continuasse a falar pois não fazia o menor sentido - Me chamaram com urgência pro estádio, parece que vai ter briga lá... Mas pelo menos eu consigo colocar vocês lá, Jully disse que você gosta de esportes.

-Eu gosto... - Falou meio incerta

-Pera, deixa eu ver se eu entendi. Você vai jogar a gente em um estádio que provavelmente vai ter uma bela de uma briga? - Arqueei a sobrancelha - Isso parece certo na sua cabeça?

-Não vai acontecer nada, é sou fogo de palha. Certeza... Vou me arrumar e a gente já vai - Disse saindo da cozinha e subindo as escadas

-Impressão minha ou ela não deu alternativa pra gente recusar?

-Ela nunca da - Neguei com a cabeça - Pelo menos você gosta de futebol, não sei o que eu vou fazer lá

-Ficar comigo - Ela falou como se fosse óbvio, e de fato era.

O estádio que íamos ficava a umas duas horas da minha casa, o caminho todo de carro foi silencioso, eu não estava muito confortável com a ideia de assistir o jogo, mas o fato da minha mãe ter incluído Jenny nos "planos" dela me deixava contente.

Assim que chegamos no estádio, minha mãe deu um jeito para que entrássemos enquanto ela ficaria do lado de fora do estádio com alguns dos seguranças que ouviram as ameaças de briga.

Eu particularmente nunca vi um lugar com tantos homens juntos, era estranho ver o que uma bola de futebol fazia...

Jenny me colocou a sua frente com os braços ao redor da minha cintura impedindo que qualquer um chegasse perto de mim. Sabia que esse era o jeito dela de me proteger dos bêbados que estavam conosco na arquibancada.

Uma lição de amorOnde histórias criam vida. Descubra agora