Desespero? Desespero é pouco para dizer o que eu estava sentido naquele momento.
Jenny procurou as chaves da algema pelo quarto inteiro mas depois de uns dez minutos ela desistiu e começou a forçar o aço como se àquilo de alguma forma fosse funcionar.
-Essa é provavelmente a algema de sexyshop mais resistente que eu já vi... - Resmungou ela enquanto fazia força
-Talvez porque não seja uma algema de sexyshop
-É o que? - Ela parou de fazer força e arqueou a sobrancelha
-Minha mãe é policial, lembra? - Dei de ombros como se fosse a coisa mais natural do mundo - Ela sempre tem algemas em casa.
-E o que eu faço? Chamo os bombeiros? - Jenny se sentou na cama me olhando desesperada
-Ligar pra minha mãe? - Falei meio incerta
-Eu prefiro chamar os bombeiros
-Eu estou algemada na cama, ainda sem roupas, não quero os bombeiros vendo essa cena
-Mas quer a sua mãe?
-Bom argumento... - Abaixei o olhar completamente perdida
Jenny sugeriu chamarmos um chaveiro, mas a ideia de um estranho me ver em determinadas condições não me agradava muito. Então digamos que eu fiquei um bom tempo presa na cama até conseguir convencer Jenny a ligar para a minha mãe.
O que não foi nada fácil, mas eu acabei conseguindo. Eu não sei porque eu achei que ela que falaria ao telefone, assim que a minha mãe atendeu, ela colocou o telefone na minha orelha.
-Alô? - Ouvia a voz do outro lado da linha um tanto quanto impaciente
-Oi mãe... - Falei com a voz meio fraca - Tudo bem..?
-Ta com voz de quem fez merda...
-Eu?
-Não, Jully, Eu - Eu tenho quase certeza que ela revirou os olhos. Ela odiava quando eu ligava pra ela no trabalho - Ligou por quê?
-Eu tenho uma perguntinha...
-Anda logo, tô em horário de trabalho, filha
-Sabe aquela algema que você tem no quarto?
-Você não fez o que eu acho que fez...
-Claro que não. Só queria saber onde está a chave...
-Não tem chave. Eu perdi, por isso elas estão na minha gaveta, são algemas aposentadas. - Eu fiquei tão pálida naquele momento que o olhar de Jenny de constrangimento de repente se tornou um olhar preocupado - Você fez o que eu acho que fez né?
-Talvez...
-Então a professorinha tá presa algemada aí em casa? - Eu ri de sua dedução, e sinceramente não tive coragem pra dizer que eu é que estava presa
-Uhum... - Afirmei ao telefone.
-Eu pagaria pra ver isso, mas tô ocupada... Vem pra delegacia, eu tenho uma chavinha que serve, mas ela tá bem tortinha, vai dar trabalho pra abrir. - Ouvi alguém a chamando no fundo - Tenho que desligar, vem buscar a chave. - Foi tudo o que disse antes de desligar na minha cara
-E então? - Perguntou Jenny afastando o celular do meu rosto.
-Você vai ter que ir buscar a chave...
Nem preciso dizer que ela não gostou nada disso. Mas depois de lamentar um pouquinho ela foi.
Meus braços já estavam dormentes, minhas mãos formigando e como se isso não bastasse eu também estava com fome...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Uma lição de amor
RomansaJully já tinha tido problemas demais naquele colégio é por isso que esse ano ela decidiu que deixaria as coisas o mais simples possível. Isso até poderia ter acontecido se ela não tivesse conhecido Jennifer, a sua mais nova professora.