Sabe quando você tem uma evento muito importante para ir, ou quando você vai encontrar aquela pessoa importante?
Pois eu iria fazer os dois juntos, digamos que o meu quarto estava parecendo uma zona de guerra, porém ao invés de corpos pelos cantos, tinham roupas por todos os lado. E eu simplesmente não achava nada que parecesse bom o bastante para aquela noite.
O que era bem engraçado, Jenny já havia me visto até de pijama eu eu nunca liguei, mas naquela noite eu queria que ela perdesse o ar assim que me visse.
Eu não queria usar vestido, pois não queria que parecesse algo formal, optei por uma saia xadrez vermelha, por mais que eu amasse aquela saia, eu fiquei bem insegura com o que Jenny pensaria sobre ela, aquele tipinho colegial talvez fosse um pouco infantil.
Naquele momento eu apenas me joguei na cama pensativa. Ou melhor, eu me joguei na montanha de roupas que joguei em cima da cama e então fiquei lá sozinha - E com um monte de roupa - pensativa.
Para mim isso tudo era novidade. Nunca fui aquela que se importa com o que vão pensar sobre a minha roupa. Nem aquela que se veste para alguém... Eu nunca fui essa garota, nunca quis ser essa garota, para falar a verdade eu me orgulhava de não ser ela, mas com a Jenny... Eu nunca quis tanto ser essa garota na minha vida.
Eu queria me vestir para ela, queria convidar ela pra jantar, queria dançar com ela, viajar com ela, tudo o que eu nunca quis com ninguém, eu queria com ela. Eu queria tudo com ela... E isso me dava um frio imenso na barriga, talvez fosse medo. Mas era um medo que eu queria enfrentar, por ela. Ela valia o risco.
Depois de uns trinta minutos jogada na cama, eu resolvi ir com a bendita saia, um all star cano longo e uma regata preta com o logo da Jack Daniel's. Eu olhei no espelho e me senti um clichê teen rock ambulante, mas eu me sentia bem daquele jeito. E eu esperava que Jenny gostasse de mim assim também.
Lembro até que me arrisquei na maquiagem, um pouco de sombra escura, um batom vermelho e um delineado que depois da quinta tentativa eu simplesmente desisti o joguei fora e fui sem mesmo.
Eu chamei um Uber com o destino do restaurante e com uma parada para buscar Jenny. Minha mãe preferia me levar, deve ter dito umas três vezes que algum taxista iria matar a gente se fôssemos de Uber. Mas eu fingi não ouvir, nada iria estragar aquela noite para mim.
Quando o Uber chegou, eu corri para dentro do carro, para mim, quanto mais rápido eu entrasse, mais rápido eu veria Jenny. E assim foi, logo paramos em frente a sua casa, eu desci do carro e fui direto bater em sua porta.
Não se passaram nem 5 segundos, era como se ela estivesse bem perto da porta, ou talvez tivesse corrido para abri-la sabendo que ela estava me esperando. Mas é claro que eu estava fantasiando de mais... Outra coisa que eu não fazia, fantasiar, mas desde que conheci Jenny, tem sido uma coisa bem comum para mim.
Ela estava com o cabelo solto, usava um vestido um pouco a cima dos joelhos, naquele momento eu pensei que deveria ter ido com vestido também.
-Você está linda - Falei a fazendo sorrir timidamente
-Você também - Ela me olhou de cima a baixo e eu tenho quase certeza que corei com aquilo. O que também era fora do comum, eu não corava com quase nada. Mas com Jenny... Era difícil não corar, eu ficava tão sensível perto dela, como se só ela pudesse ativar esse meu lado.
Nós caminhamos juntas para o carro, fomos ambas na parte de trás, quando sentei acabei deixando a saia um pouco dobrada e Jenny não deixou passar batido.
Seu olhar quase me despia...
-Bela saia - Falou como se não fosse nada de mais
Acho que foi como um aviso, como se quisesse que eu arrumasse a saia no lugar, mas com ela me olhando daquele jeito, eu apenas subi a saia um pouco mais.
-Que bom que gostou - Provoquei no mesmo tom que ela
Ela salivava, e por Deus, eu amava ver ela assim. Mas tudo isso acabou quando ela notou o olhar do motorista para as minhas pernas através do retrovisor.
Ela colocou uma mão sobre a minha coxa, enquanto a outra passava por cima dos meus ombros como se me abraçasse. Aquilo tudo foi como se ela gritasse ao motorista que eu era dela, e eu não vou negar, eu adorei.
Chegando ao restaurante, fomos levadas até a mesa que eu reservei usando os privilégios da minha mãe como polícial. Mas é claro que ninguém precisava saber disso.
Era uma mesa ao lado da janela, era uma noite bonita, o céu estava estrelado, não estava frio nem quente, a noite estava fresca, completamente perfeita, e eu estava ao lado da pessoa perfeita.
O jantar foi bem tranquilo, nós conversamos bastante, bebemos um pouco de vinho, e eu até a convenci de ir na minha casa, claro que ela me fez prometer que a minha mãe não estaria por lá, e eu prometi... Cruzando os dedos, mas isso ninguém precisa saber.
Nós já havíamos terminado de jantar, estávamos apenas com uma garrafa de vinho e duas taças na mesa.
-Isso foi bom - Disse ela fitando a taça
-Foi? - Arqueei a sobrancelha
-Não saia assim a muito tempo, e foi uma noite bem romântica...
-Ah... - Foi a minha vez de desviar o olhar, toda a minha confiança sumia com ela
-Você tem toda essa pose de garota durona e rebelde... Mas é tão romântica comigo - Não sei bem se foi um comentário despretensioso ou se ela queria iniciar uma conversa sobre aquilo.
-Com você eu sou... - Confessei de cabeça baixa
-Só comigo?
-Eu nunca fiz nada assim antes, nunca quis fazer nada assim antes. Mas eu quero fazer essas coisas com você... - Na minha cabeça eu disse "Eu realmente gosto de você, como nunca gostei de ninguém antes..." Mas por alguma razão nada saiu da minha boca
-Você me faz sentir como se eu fosse a pessoa mais importante do mundo, o modo como eu te conquistei, como você se abriu pra mim, como eu faço você sentir o que nunca sentiu com ninguém... Eu tenho que confessar que gosto disso
-Eu também...
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Uma lição de amor
RomansaJully já tinha tido problemas demais naquele colégio é por isso que esse ano ela decidiu que deixaria as coisas o mais simples possível. Isso até poderia ter acontecido se ela não tivesse conhecido Jennifer, a sua mais nova professora.