Uma lição de amor

40- Os efeitos do Álcool

Carla encerrou o meu contrato com a biblioteca... Nunca pensei que fosse sentir falta daquilo, mas sentia...

Os dias depois da escola se tornaram tediosos... Eu tentava ao máximo conversar com Jenny mas ela não tinha mais tanto tempo para mim.

Eu só queria que seu noivo sumisse... Viajasse novamente para que voltássemos a ser só nós duas. Eu nunca cheguei a perguntar o motivo para ele ter ficado fora tanto tempo, mas creio que tenha sido alguma viagem ou qualquer coisa do tipo. Não importava, de qualquer forma. Ele não importava para mim. A única coisa que me importava era ela. E iria continuar assim.

-Vai ficar o dia todo no sofá? - Minha mãe passou já uniformizada pela sala para pegar as chaves do carro que ela sempre esquecia em algum lugar no sofá

-Passei a tarde ontem entregando currículo... Mas ninguém quer contratar alguém que ainda esteja estudando

-Relaxa, o ano já está acabando. Vai ficar mais fácil. - Tentou ser positiva enquanto lançava as almofadas para trás em busca da chave perdida

-Não vou sobreviver até o ano que vem. Não aguento mais ficar nesse sofá... - Não faziam mais que duas semanas mas parecia muito mais tempo

-Sabe lavar copo? - Perguntou olhando para mim e me puxando para fora do sofá para que ela continuasse procurando

-Sei

-A Hell vai fazer um evento aqui na cidade. Umas duas semanas, acho que consigo te arrumar algo lá - Falou revirando os olhos desistindo de encontrar a chave e se sentando no sofá

-Que tipo de evento?

-Vai ser tipo uma tenda de circo lá no centro... - Algo a interrompeu. Então eu a observei se mexendo em cima do sofá e tirando as chaves do bolso da calça - Eu mereço... - Revirou os olhos

-Você parou na tenta de circo...

-Ah, ela está trabalhando nesse negócio de show burlesco, vai precisar de gente pra servir bebidas, esse tipo de coisa... Vou falar com ela mais tarde. Se ela não tiver contratado ninguém eu te aviso. - Disse se levantando e indo até a porta

Eu fiquei bem ansiosa com aquilo, ouvi tanto sobre essa amiga da minha mãe, mas nunca cheguei a ir até a boate que ela tinha no centro de São Paulo. Sempre que minha mãe ia pra lá, eu tinha que ficar em casa.

Pelo que minha mãe me contou, esse evento que ela iria fazer não seria tão explícito como o que fazia na boate, mas ainda sim seria bem chamativo e lucrativo.

Naquele mesmo dia, algumas horas mais tarde minha mãe me mandou uma mensagem de texto apenas confirmando que Hell iria me querer.

Isso significava que eu poderia parar de entregar currículo pelo menos por uma semana.

A primeira pessoa para quem contei foi para Jenny que me parabenizou mas eu não a senti tão animada como achei que ela ficaria.

Quando contei para Karen, a primeira coisa que ela disse foi que queria beber de graça. E Carla... Basicamente falou que não me dispensou da biblioteca pra eu começar a trabalhar numa boate. Eu não liguei muito para Carla...

Os gêmeos só queriam conseguir entrar para assistir o show, mas eu não sei se poderia ajudá-los com isso. Afinal eles ainda eram menores de idade.

Quando Hell chegou na cidade, minha mãe nos apresentou, ela era uma mulher pálida, nem tão alta, seu cabelo era escuro, nem muito curto, nem muito longo, as pontas eram espetadas pra fora, ela tinha um batom vermelho nos lábios, era uma mulher de presença, isso era um fato.