Sarah estava dentro da cabine telefônica há quase uma hora. A testa colada no vidro enquanto observava atentamente a movimentação do hospital. Suas pernas doíam por estar tanto tempo em pé esperando que sua mãe saísse por aquelas portas e colocasse um fim em todas suas suspeitas, mas nada aconteceu. O horário de saída dela já tinha sido estourado e a rua ficava cada vez mais vazia quando resolveu entrar.
— Susan Judd. — A garota repetiu, batucando os dedos em cima do balcão. — Sou a filha dela.
— Aconteceu alguma coisa, mocinha?
— Eu só preciso falar com a minha mãe.
— Um minuto... — A mulher olhou-a por cima do óculos e atendeu o telefone que tocava insistentemente. — Alô?
— Eu preciso muito falar com ela... — Sarah resmungou, fitando-a.
— Querida... — A atendente tapou o telefone com uma das mãos. — estou no meio de uma ligação. Sente-se um pouco, certo?
Sarah rolou os olhos e caminhou até a cadeira mais próxima para conseguir encará-la até que sua mãe aparecesse, mas a mulher parecia ter uma certa experiência com adolescentes inconvenientes. Ela conversava no telefone como se a garota e seu olhar furioso estivessem a quadras de distância.
Ao terminar a ligação, a mulher discou alguns números no telefone, sem tirá-lo da orelha para que a menina não voltasse correndo em sua direção. Foram quatro chamadas completas até que alguém atendeu:
— Alô?
— Sua filha está aqui no hospital procurando por você, Susan.
— Eveline?
— Não. Sarah.
— Aconteceu alguma coisa?
— Ela não quis falar. Só disse que queria ver você.
— Eu vou precisar que você me faça um favor...
Enquanto isso, Luke estava no meio de um encontro desastroso. Era estranho sair com outra garota que não fosse Eveline numa sexta-feira à noite. Na verdade, era estranho estar com qualquer pessoa. Ele estava tão acostumado com a presença dela que mal conseguia se lembrar o que fazia antes de se conhecerem. Talvez estivesse jogando videogame com alguns amigos. Talvez em um encontro com alguma garota que não chegasse nem perto da beleza de Katie e nem perto do que Eve é para ele. Talvez.
— Desculpa... — Pediu ao perceber que não tinha prestado atenção em nada do que a garota ruiva à sua frente tinha falado.
— O que houve? Parece que você está em outro lugar.
— Isso é estranho. — Confessou. Ela ergueu uma das sobrancelhas.
— O que? Sair com uma garota?
— Quase isso... — Ele relaxou os ombros, fazendo-a exibir um sorriso compreensivo. — Eu não consigo parar de pensar no que ela deve estar fazendo e estou arruinando sua noite.
— Você não está arruinando nada. Eu já esperava por isso... quer dizer... você está apaixonado por outra garota e eu estou tentando superar o imbecil do seu primo. O que esperávamos disso? — Eles riram. Um breve silêncio. — Pelo menos temos certeza que ela está em casa imaginando um mega encontro pra você... Já o Alef deve estar agarrado com uma garota em alguma festa que não fomos convidados.
— Eu não ser convidado tudo bem, mas você?!
— Ah! Você não tem ideia da quantidade de coisas que me excluíram por ser a ex louca dele... É surreal!
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Não Diga Que Me Ama
Teen FictionUm beijo inesperado pode mudar tudo; pode despertar sentimentos que sequer sabia-se da existência, como também destruir planos. E foi assim que uma talvez história de amor não teve seu início: um beijo que não deveria ter acontecido chegou antes de...