CAP1 - O beijo que não era dela

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Be my girl
Be my girl
Are you gonna be my girl?
Yeah

Seja minha garota
Seja minha garota
Você quer ser minha garota?
Yeah

Are you gonna be my girl?
Jet

Seus pés batiam no chão no ritmo da música da sua banda favorita, enquanto ele ajeitava a gravata pela terceira vez. Sua aparência nunca foi uma grande preocupação. Ele apenas mantinha o cabelo cortado e tentava não deixar seu jeans surrado demais. Porém aquela era uma ocasião especial. Embora seja a terceira vez que estaria levando Eveline para o baile, as coisas tinham mudado nos últimos três meses. Ele não lembra exatamente quando, mas tinha se tornado um hábito admirá-la enquanto estava concentrada em algo ou em qualquer outro momento em que estivessem juntos, e ele pretendia contar tudo para ela esta noite.

— Are You gonna be... — apontou para o próprio reflexo no espelho. — my girl?

Suas mãos deslizaram pelo blusa social branca. Ao mesmo tempo ele tentava se lembrar onde tinha deixado as chaves que conseguiu com tanto sacrifício. Seu pai tinha trocado o direito de dirigir seu carro na noite do baile em troca de uma semana de favores intermináveis. 

Luke checou seus bolsos por pelos menos três vezes, antes de ir para sala e encontrá-las jogadas em cima da mesa de centro. Pegou-as rapidamente e seguiu na direção da porta. Foi então que percebeu o quanto estava nervoso ao sentir suas mãos suando no contato com a maçaneta de ferro.

— As flores... — murmurou. Seus olhos se estreitaram, numa tentativa de agilizar a lembrança do último lugar em que as tulipas estiveram. — Em cima da cama! — e antes que ele desse um passo para buscar o buquê, alguém bateu na porta. Um toque apressado e desmotivado, como se não quisesse ser ouvido. — Sarah? — Chamou-a, tentando imaginar um motivo para a irmã de Eve estar ali. — Sarah, o que aconteceu? — Se aproximou, tocando seu braço.

— Oh, eu não devia... — fungou. — você está indo para o baile? — Ela perguntou, olhando-o de cima a baixo. Ela parecia inquieta como se estivesse há muito tempo esperando alguém abrir a porta. Seus olhos estavam fundos e o nariz vermelho como um tomate.

— Sim, eu estava...

— É, claro que... — deu alguns passos para trás, se desequilibrando nos degraus. Ela agarrou o corrimão e deu um sorriso desajeitado. — Eu já estava indo embora.

— Eu posso te levar pra casa. — Fechou a porta por trás de seu corpo.

— Ah, claro, você vai levar a Eve, certo?

— Sim... o que você me diz? Posso te levar pra casa?

— Não! — Sarah ergueu uma de suas mãos, como se tivesse perdido o controle de sua voz. — Na verdade, lá é o último lugar que eu gostaria de estar nesse momento.

— O que aconteceu?

— Eu só... eu lembrei do que me disse... sobre poder contar com você e de como me senti quando... mas eu não quero te atrapalhar, minha irmã deve estar te esperando... para o baile e tudo mais. — Sarah enfiou as mãos no bolso da jaqueta. Os dois ficaram se olhando em silêncio por um tempo, até Luke, em passos lentos, ir em sua direção e sentar em um dos degraus.

— Que tal você se sentar um pouco e me contar o que aconteceu? — Deu duas batidas no espaço ao seu lado. — Vamos! Tenho certeza que ela ainda está pensando no que vai fazer no cabelo! — Ele sorriu. Ela olhou para os lados como se verificasse que não havia ninguém por perto e se sentou.

— Você está bonito, hein?! — Riu.

— Bom, se você fez tudo isso pra tirar sarro da minha cara eu vou ter que te deixar aqui sozinha. — Inclinou o corpo, ameaçando levantar.

Não Diga Que Me AmaOnde histórias criam vida. Descubra agora