CAP14 - A garota da feira de ciências

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— O que você está fazendo?

— O que você acha?

Alef retrucou com o olhar fixo na garota do outro lado da sala, fazendo os dois garotos sentados ao seu lado voltarem a atenção para ela.

— Cara... — um deles resmungou.

— Eu só sei que se você me olhar do mesmo jeito que tá olhando para ela, eu vou acabar te beijando... — O garoto com cabelos encaracolados disse fazendo os outros dois o encararem. — Você que sabe, Alef, o convite tá feito...

— É sério isso?!

— Você quem está perdendo...

— Bob, foco. — o outro pediu.

— Quem precisa de foco é o Alef... ele quem está paquerando a menina da feira de ciências.

— Menina da feira de ciências?

— Aquela que você mandou sair do palco e começou a chorar na frente de todo mundo.

— Ah... — ele divagou por alguns segundos antes de realmente se dar conta de quem estavam falando. — Uh, cara, você não perde uma! — ele riu, dando um "soco" no braço do garoto loiro. — depois querem falar de mim!

— Ok. Já chega. Vamos terminar isso... — Alef tentou mudar de assunto, batendo a caneta em cima da folha na sua frente.

— Espera aí... você quer pegar a mina do seu primo?

— Eu quero terminar o trabalho.

— Alef...

— Daniel...

— Bob... — o garoto de cabelo encaracolado disse o próprio nome. — o que foi? — deu de ombros, ignorando o rolar de olhos dos seus amigos. — Vocês sempre me deixam de fora das coisas...

— Não deixamos, não. — responderam em uníssono.

— Então onde vocês estavam no sábado?

— Eu tive um jantar em família. — Daniel falou rapidamente.

— E você?

— Nada de interessante... agora vamos...

O sinal tocou interrompendo Alef.

— Precisamos terminar isso... — ele concluiu, encarando o relógio em seu pulso. — Mas agora eu preciso ir. — E saiu da sala de aula em passos largos.

Os dois garotos se entreolharam desconfiados.

— Tenho certeza que ele estava com ela... — resmungou, observando a garota arrumar seu material com toda calma do mundo. — Se a Court souber disso ela vai ficar uma fera...

— Só tem um jeito de descobrir...

— O que você vai fazer?

— Vou perguntar... — Daniel levantou e foi até onde ela estava e pegou um dos livros que estavam em cima da mesa. — Qual o seu nome? — indagou, estendendo o livro na direção dela.

A garota ergueu a cabeça, prendendo a atenção no capacete tatuado no pulso dele, antes de encará-lo com um olhar desconfiado.

— Você sabe meu nome... — Respondeu, pegando o livro.

— Tem razão, mas ainda tem uma coisa que eu não sei: quem te ajudou a entrar e a sair... na verdade, eu tenho uma ideia de quem pode ter sido, mas eu quero ter certeza.

— Ninguém me ajudou.

— Eveline, vamos lá... você pode até ter entrado sem ajuda, mas você não teria saído.

Não Diga Que Me AmaOnde histórias criam vida. Descubra agora