— O que você está fazendo?
— O que você acha?
Alef retrucou com o olhar fixo na garota do outro lado da sala, fazendo os dois garotos sentados ao seu lado voltarem a atenção para ela.
— Cara... — um deles resmungou.
— Eu só sei que se você me olhar do mesmo jeito que tá olhando para ela, eu vou acabar te beijando... — O garoto com cabelos encaracolados disse fazendo os outros dois o encararem. — Você que sabe, Alef, o convite tá feito...
— É sério isso?!
— Você quem está perdendo...
— Bob, foco. — o outro pediu.
— Quem precisa de foco é o Alef... ele quem está paquerando a menina da feira de ciências.
— Menina da feira de ciências?
— Aquela que você mandou sair do palco e começou a chorar na frente de todo mundo.
— Ah... — ele divagou por alguns segundos antes de realmente se dar conta de quem estavam falando. — Uh, cara, você não perde uma! — ele riu, dando um "soco" no braço do garoto loiro. — depois querem falar de mim!
— Ok. Já chega. Vamos terminar isso... — Alef tentou mudar de assunto, batendo a caneta em cima da folha na sua frente.
— Espera aí... você quer pegar a mina do seu primo?
— Eu quero terminar o trabalho.
— Alef...
— Daniel...
— Bob... — o garoto de cabelo encaracolado disse o próprio nome. — o que foi? — deu de ombros, ignorando o rolar de olhos dos seus amigos. — Vocês sempre me deixam de fora das coisas...
— Não deixamos, não. — responderam em uníssono.
— Então onde vocês estavam no sábado?
— Eu tive um jantar em família. — Daniel falou rapidamente.
— E você?
— Nada de interessante... agora vamos...
O sinal tocou interrompendo Alef.
— Precisamos terminar isso... — ele concluiu, encarando o relógio em seu pulso. — Mas agora eu preciso ir. — E saiu da sala de aula em passos largos.
Os dois garotos se entreolharam desconfiados.
— Tenho certeza que ele estava com ela... — resmungou, observando a garota arrumar seu material com toda calma do mundo. — Se a Court souber disso ela vai ficar uma fera...
— Só tem um jeito de descobrir...
— O que você vai fazer?
— Vou perguntar... — Daniel levantou e foi até onde ela estava e pegou um dos livros que estavam em cima da mesa. — Qual o seu nome? — indagou, estendendo o livro na direção dela.
A garota ergueu a cabeça, prendendo a atenção no capacete tatuado no pulso dele, antes de encará-lo com um olhar desconfiado.
— Você sabe meu nome... — Respondeu, pegando o livro.
— Tem razão, mas ainda tem uma coisa que eu não sei: quem te ajudou a entrar e a sair... na verdade, eu tenho uma ideia de quem pode ter sido, mas eu quero ter certeza.
— Ninguém me ajudou.
— Eveline, vamos lá... você pode até ter entrado sem ajuda, mas você não teria saído.
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Não Diga Que Me Ama
Teen FictionUm beijo inesperado pode mudar tudo; pode despertar sentimentos que sequer sabia-se da existência, como também destruir planos. E foi assim que uma talvez história de amor não teve seu início: um beijo que não deveria ter acontecido chegou antes de...