CAP1. PART3 - O outro beijo

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Ela saiu do banheiro contando os minutos que tinha perdido no banheiro com a Betsy chapada e o quanto ainda tinha para chegar em casa com calma: aproximadamente vinte e dois minutos. Isso se ela conseguisse encontrar Luke.

— Onde, diabos, ele está?! — Eveline repetia para cada conhecido que não sabia o paradeiro dele. — Droga, Luke. Você tinha que sumir logo agora? — resmungou, olhando ao redor. — Minha mãe vai me matar. — pegou o último copo de ponche servido na mesa de petiscos e bebeu num gole. — O carro! Isso! — Fez uma careta ao perceber duas garotas encarando-a de modo estranho. — Eu sei, preciso parar de falar sozinha. — apertou o passo para fora do ginásio quando as garotas balançaram a cabeça em concordância.

E lá se foram onze minutos gastos do banheiro até a metade do estacionamento, onde encontrou Alef, visivelmente alterado, gritando de um lado, Katie rebatendo do outro enquanto segurava os ombros de Luke como se ele fosse um escudo. Eve se aproximou, tentando não ser percebida para tentar entender o que estavam falando. Foi aí que percebeu que Betsy teve ajuda com aquele cigarro. Os dois gritavam um com o outro, as vozes arrastadas e os movimentos um pouco desconexos.

— Você beijou a minha namorada! — Gritou apontando para Luke.

— Eu não sou mais a sua namorada e eu beijo quem eu quiser! — Respondeu, chacoalhando as mãos fazendo suas pulseiras tintilharem.

Eve encostou no carro observando toda aquela cena, esquecendo-se dos poucos minutos que restavam para chegar em casa. Cruzou os braços. Ela queria puxar Luke e tirar aquela expressão de desespero que estava em seu rosto, mas deixá-lo no meio deles parecia mais divertido. Alef e Katie eram um casal que adorava chamar atenção, mas aquela era a primeira vez que via os dois fazendo isso de forma negativa. Katherine estava totalmente bêbada, a voz mais irritante que o normal, os ombros caídos, o batom levemente borrado. Ela encarou Luke. O resto do batom de Katie estava nos lábios dele. Como eu queria ter visto isso. pensou, imaginando ela tirando o salto para ficar do tamanho dele, ou se curvando para dar um beijo que, sem sombra de dúvidas, ele não esperava. Nem de longe ele faria o tipo dela. Ele era bonito. Aliás, a beleza é de família. Porém ele não tem nenhum por cento da presença que Alef tem. Ele é totalmente o contrário do primo. Largado. Tímido. Um pouco desajeitado. Um cara normal demais para uma garota como ela.

— OK. Isso já está ridículo. Por que você não vai pra casa e deixa ela em paz? — Luke disse, colocando um braço ao redor do corpo de Katie, enquanto ela chorava compulsivamente.

— Não me diga o que fazer, ok? Ela é a minha namorado e eu vou levá-la pra casa!

— Você consegue parar de agir como um idiota pelo menos uma vez? Ela não quer ir com você! — Luke pegou o braço que estava ao redor da garota e apoiou no peito de Alef, fazendo-o se afastar. — É melhor você ir embora antes que alguém te veja assim...

— O que eu acabei de dizer? — Perguntou, empurrando Luke.

— Cara. — Respirou fundo, recobrando o equilíbrio. — Você precisa ir embora! — Sua voz saiu controlada, apesar de algumas veias estarem saltando de seu pescoço.

— Ou o que? — se aproximou com os punhos cerrados. — O que você vai fazer?

— Eu vou chamar o diretor Keegan. — Eveline disse, colocando-se entre os dois. — Aposto que ele vai adorar saber que o presidente do grêmio anda fumando maconha no banheiro feminino e arranjando briga no estacionamento, você não acha?!

Alef se manteve encarando os dois por um bom tempo antes de sair bufando pelo estacionamento. Aquele não foi o desfecho que esperavam, mas parece que ele não estava tão chapado assim.

Não Diga Que Me AmaOnde histórias criam vida. Descubra agora