Não Diga Que Me Ama

CAP17. PART2 - O envelope

— O que eu preciso fazer pra você falar alguma coisa... qualquer coisa... — Eveline implorava por uma informação. — Zach, por favor... — pediu, unindo as mãos em frente ao corpo quando o garoto finalmente parou para respondê-la.

— Eu te ajudaria se soubesse do que você está falando...

— Você sabe do que estou falando... Sarah me contou que você deu o convite pra ela...

— Ela está inventando... você sabe que ela adora inventar coisas e...

— Zach, eu sou boa com segredos, lembra? Ninguém vai ficar sabendo... eu só preciso de um nome, um lugar... qualquer coisa que me ajude a encontrar... alguma... algo...

— Alguma? Algo? Nem você sabe o que que quer...

— Eu sei que eu preciso ganhar o grêmio... e que você é melhor pessoa pra me ajudar com isso...

— Eu sou apenas uma peça Eve, eu não consigo te ajudar da forma que você quer...

— Por favor, Zach... o que eu posso te dar em troca? Você quer que eu fale com a Sarah? Eu posso te ajudar com isso se você...

— Eveline... ok... — Ele se aproximou, abaixando o tom: — a última gaveta na mesa do grêmio tem um fundo falso... provavelmente você vai encontrar um envelope lá...

— Oh, meu deus, Zach... muito obrigada... eu não sei como agradecer...

— Eu sei, faça com que o envelope esteja lá quando ele procurar...

— Entendido...

Eve apertou Zach num abraço desajeitado, antes de sair correndo pelo corredor até a sala do grêmio.

As coisas finalmente estavam dando certo. O que quer que seja este envelope vai levá-la para mais perto de se tornar a presidente do grêmio estudantil e de sua tão desejada vaga na faculdade.

Seus dedos percorreram até a abertura do envelope branco, revelando um papel com cinco nomes escritos, os dois primeiros estavam riscados.

Eram apenas nomes totalmente desconhecidos para ela.

O que ela deveria fazer com essa informação? Não tinha uma data, um local, apenas cinco nomes escritos numa letra garrafal.

A garota deu um pulo pra trás, enfiando o envelope no bolso da calça quando alguém abriu a porta bruscamente.

Era Alef com a blusa branca coberta de suco de tomate, um pouco atordoado e claramente desconcertado com a presença dela ali.

Os dois ficaram por um tempo se encarando até ele perguntar que diabos ela estava fazendo ali. Eveline fechou a gaveta com a ponta do pé e foi ao encontro dele.

— Eu precisava dos dados da última pesquisa sobre a assertividade dos projetos do grêmio... O diretor Keegan disse que provavelmente estariam com você porque ainda não tinha recebido o arquivo final...

— E você achou ok entrar aqui e bisbilhotar minhas coisas sem a minha permissão? — perguntou num tom irritado.

— Eu só... — A garota encolheu os ombros com o estrondo da porta se fechando. Alef ignorou totalmente a justificativa que ela estava formulando, bateu a porta e caminhou até onde encontrou ela parada segundos atrás. Ele olhou cuidadosamente cada pedacinho que ela podia ter mexido, até parar a atenção na gaveta entreaberta.

Naquele momento as bochechas dela começaram a queimar. Ele iria descobrir tudo. Ele iria abrir a gaveta e ver que o envelope sumiu, ela seria acusada de roubo e seria chantageada até desistir de concorrer ao grêmio.

Era o fim...

Era o que ela esperava, mas ele apenas suspirou, colocou sua mochila em cima da mesa e voltou a encará-la.

— Tudo bem? — Ela perguntou ao perceber a mudança no ar. — Não sabia que você gostava tanto assim de suco de tomate... — continuou, tentando afastar o silêncio dele.

— Não é o meu preferido, mas... — Ele encarou a própria blusa, deixando escapar um riso abafado no final. — geralmente eu sei como beber suco...

A garota sorriu, enquanto revirava a bolsa em busca de algo.

— Eu posso te ajudar com isso... — resmungou, tirando um mini pacote com lenços umedecidos. — Tudo bem se eu...? — Ela se aproximou, aguardando uma resposta.

Alef concordou com um movimento de cabeça, deixando-a se aproximar ainda mais na tentativa de tirar aquela gigante mancha vermelha de sua blusa branca.

— Então é verdade, vocês têm de tudo dentro dessas bolsas...

— Quase tudo... — Ela sorriu, levantando rapidamente o olhar. — É importante estar preparada pra tudo, as pessoas costumam não ser muito gentis quando você não é uma versão da Megan Fox adolescente...

— Vou lembrar de tentar me parecer mais com a Megan da próxima vez que pisar no refeitório...

— Eu tenho certeza que você vai conseguir.

— Então... você já teve acidentes com suco de tomate?

— Com suco de tomate não, mas já vi o suficiente pra sempre manter uma distância segura... bom, eu acho que isso é o máximo que consigo ajudar... — Disse dando um passo para trás.

— Obrigada... — Agradeceu, encarando a mancha ainda visível em sua blusa.

— Não sumiu completamente, mas está um pouco melhor...

— Ficou perfeito... obrigada. — Ele sorriu. — Então, você deu sorte...eu iria entregar essa manhã, mas como você pode ver... — apontou para a própria blusa. — as coisas estavam mais agitadas do que eu esperava...

— Sempre quando a gente menos espera... — Eveline resmungou, observando ele revirar a mochila, até retirar uma apostila com a pesquisa e estender em sua direção.

— Se você puder entregar na biblioteca depois que terminar...

— Claro! — Ela disse, folheando as páginas da pesquisa. — Eu preciso ir, obrigada.

Alef meneou a cabeça com um sorriso e esperou até Eve sair da sala para abrir a última gaveta e levantar o fundo falso.