CAP7. PART3 - Mamãe não vem

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Sarah e Eveline seguiram o restante do caminho em silêncio. Chegando em casa, encontraram John, seu pai, sentado no sofá vendo o programa de caçadores de recompensa. Ele estava tão envolvido que só percebeu a presença delas quando começaram a brigar na escada sobre quem tomaria banho primeiro.

— Ei! Vocês duas! Parem com isso! — Gritou, fazendo-as levar um susto. Sarah aproveitou a distração de Eve e subiu disparada para o banheiro, largando a mochila pelo corredor.

— Ótimo! Agora ela vai ficar uma vida inteira lá dentro! — Resmungou, indo até seu pai e se jogando no sofá.

— Por que é tão importante tomar banho primeiro? Vocês vão sair? — Eveline fez uma careta. — Então você pode esperar sua irmã... na sua idade meus irmãos e eu brigávamos por outras coisas. Nada relacionado a banho.

— É, mamãe já chegou a falar que o senhor não gostava muito disso. — Torceu o nariz.

— Não gostava mesmo não... — Balançou a cabeça negativamente, fazendo-a rir. — E por falar na sua mãe... ela não vai conseguir vir pra casa hoje. Parece que alguém da equipe teve uma emergência e ela vai precisar cobrir mais um plantão.

— Ela deveria se mudar para o hospital...

— Ei, querida... — John deslizou a mão pelo cabelo de Eve. — a boa parte disso é que vocês estão liberadas do castigo... mas é segredo, ok? — Ele piscou.

— Mas eu não estou de castigo!

— Jura? Vocês vivem de castigo...

— Sarah vive de castigo, pai.

— Então é melhor dar a boa notícia pra sua irmã... quem sabe assim ela sai mais rápido do banheiro. — Disse, voltando a atenção para a televisão.

Eveline encarou o relógio preso na parede faltando trinta minutos para às sete e subiu as escadas, pegou a mochila caída pelo corredor e jogou em cima da cama da irmã, foi até o banheiro e girou a maçaneta, mas estava trancada.

— Sarah! — Chamou, encostando o rosto na porta. Dava pra ouvir o barulho do chuveiro ligado e a garota cantando. — Sarah! Já faz trinta minutos que você está aí dentro! Eu quero tomar banho!

— Espere sua vez! — Gritou de dentro do banheiro.

— Mamãe não vem pra casa hoje e o papai disse que você não está mais de castigo desde que fique de bico calado! — Avisou. No mesmo instante o barulho do chuveiro parou. Eveline comemorou e esperou até sua irmã abrir a porta.

Três minutos depois, Sarah colocou a cabeça para fora do banheiro com o cabelo molhado e enrolada num roupão de banho rosa escrito "Princesa Eveline" nas costas.

— É sério? Ela não volta hoje?

— Não... — Balançou a cabeça negativamente. — Ei, esse é o meu roupão!

— Ah, você quer...? — Perguntou, desamarrando o laço em sua cintura.

— Não! Você precisa parar de pegar as minhas coisas!

— Você quer ou não?!

— Sai logo daí! — Eveline, puxou Sarah para fora do banheiro e entrou.

— Sai logo daí! — A garota imitou a irmã e foi para o quarto.

Sua mochila estava jogada em cima da cama. Ela tirou tudo que estava dentro da bolsa até encontrar seu celular. Haviam algumas mensagens de Zach que foram respondidas com um emoticon e "pronta em 20 minutos". Era tempo o suficiente para se arrumar, levando em consideração que ela tinha acabado de fazer outros planos para aquela noite.

Sarah tirou o excesso de água do cabelo com a toalha e o penteou para trás. Vestiu uma calça jeans com um rasgo na joelho, uma blusa preta escrita "do or die" e um tênis preto. Faltando cinco minutos para completar o tempo que tinha dado ao Zach, ela desceu as escadas e saiu pela portas dos fundos sem que seu pai percebesse e caminhou até a esquina. O lugar que eles sempre se encontravam.

— Um pouco cedo demais. — O garoto falou, assim que ela entrou no carro.

— Eu sei... mas é por que você vai me ajudar com uma coisinha antes da festa...

— Não me diga que é o que estou pensando...

— É melhor você dirigir rápido.

O garoto engatou a marcha e pisou no acelerador em direção ao centro da cidade. Sarah estava tão obcecada em desmascarar Susan, sua mãe, que não pensou no que poderia acontecer caso estivesse certa sobre suas suposições. Eles levaram exatos trinta minutos para chegarem ao hospital central. O sol já tinha ido embora quando Zach estacionou o carro do outro lado da rua e faltavam menos de de duas horas para a festa começar.

Não Diga Que Me AmaOnde histórias criam vida. Descubra agora