Eve colocou a máscara e entrou, passando pelo corredor principal iluminado com luzes em pontos estratégicos, permitindo que o ambiente continuasse escuro e que também fosse possível ver o abandono do lugar. Depois de um bom tempo andando conseguiu ouvir a batida abafada de alguma música. Ela seguiu na direção do som que parecia ficar cada vez mais distante, quando um garoto com uma máscara branca e o cabelo preto espetado saiu de um porta cambaleando em sua direção.
— Opa! Quase... — disse, recobrando o equilíbrio. — perdida?
— Um pouco.
— Qual o seu nível?
— Meu nível?
— Uh, parece que temos uma penetra aqui. — Ele cruzou os braços. — Como você conseguiu entrar?
— Eu não sou penetra... eu só... meu nível é o três... — Rebateu ao ver o número três pendurado na porta que ele tinha saído.
— Olha eu não vou te entregar, ok? Também estou tentando subir níveis aqui... Mas alguém sempre cumpre o desafio antes de mim e eu não consigo evoluir.
— Cumprir os desafios da lista faz você mudar de nível? E o que são esses níveis? São algum tipo de recompensa?
— É... — Ele apertou os olhos diante de tantas perguntas. — pode se dizer que sim. Para cada desafio e nível que subimos temos uma recompensa social. É como se fosse uma escada para se tornar popular. A chance de pessoas como nós virarmos alguém notável.
— Isso é a coisa mais idiota que eu já ouvi...
— Então o que você está fazendo aqui?
— Tentando descobrir quem foi que inventou essa idiotice.
— Você vai precisar subir os níveis. — Deu de ombros. — É o caminho mais fácil.
— E como eu faço isso?
— Olha... — Ele se aproximou, levantando a máscara exibindo olhos levementes puxados e um nariz afilado. — Você é só uma garota... acho melhor só curtir a festa...
— Eu consegui entrar sem ao menos ter um nível... — Eveline tirou a máscara e fitou-o nos olhos. — Então... vai me ajudar ou não?
— Tudo bem, eu te ajudo... — Ele sorriu, estendendo a mão. — Tom.
— Eveline. — Ela apertou a mão dele com firmeza, tentando não parecer incomodada com a forma que ele a encarava.
— Então, Eveline... — Tom posicionou a máscara novamente em seu rosto e fez um sinal para que ela o seguisse, antes de sair andando.
A garota, um pouco desconfiada, colocou a máscara e o seguiu até o final do corredor até a entrada da quadra interna. O lugar estava lotado de jovens usando máscaras brancas, outros poucos com pretas, dançando ao som da música, iluminados pelas luzes cromáticas.
— Daqui a dez minutos... — O garoto encarou o relógio em seu pulso. — eles vão lançar um desafio. Preste atenção em tudo e boa sorte. — Disse antes de sumir no meio da multidão.
Eveline se esgueirou até o centro do lugar olhando para todos os lados. Porém era mais difícil do que imaginava encontrar alguém conhecido quando seus rostos estavam cobertos.
Todos ali pareciam iguais com aquelas máscaras e as luzes piscando freneticamente estavam enlouquecendo-a.
Ela olhou ao redor e reconheceu Alef pelo cabelo loiro brilhoso e a presença inconfundível, atrás de uma máscara preta. Ele estava de pé na arquibancada com os braços cruzados e os olhos atentos. Os dois garotos ao seu lado pareciam se divertir com alguma cena que só era possível ver de onde estavam, quando a música parou de repente e Tom, tomando o microfone do DJ, se pronunciou:
— Temos uma invasora!
No mesmo instante todos começaram a ficar alvoroçados.
— Eveline! Nós sabemos que você está usando a máscara da Sarah! Entregue-se e o castigo será menor! — ele gritava, agitando ainda mais os adolescentes mascarados.
A garota estava tendo um ataque de nervos enquanto suas roupas eram descritas. Ela correu para porta quando o mesmo cara que estava na entrada a segurou pela jaqueta.
— É feio mentir, princesa. — Ele disse tirando a máscara dela.
E ai? Será que a Eveline vai conseguir se livrar dessa?
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Não Diga Que Me Ama
Roman pour AdolescentsUm beijo inesperado pode mudar tudo; pode despertar sentimentos que sequer sabia-se da existência, como também destruir planos. E foi assim que uma talvez história de amor não teve seu início: um beijo que não deveria ter acontecido chegou antes de...