19 - Furor

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Mano, que surra que eu estou levando da ansiedade! Sorte que esse capítulo já estava quase pronto porque foi um dia inteiro sem conseguir produzir direito.

"Estou te esperando, Pudim Dourado

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"Estou te esperando, Pudim Dourado. Não me faça esperar muito"

Dessa vez a mensagem havia sido mandada diretamente para seu celular, e Katsuki a viu caixa assim que ouviu o típico som anunciando a chegada da notificação piscando na tela e lhe roubando a atenção por alguns segundos, quando olhou o banco onde estava o aparelho.

Pudim dourado.

Havia tantos anos que Katsuki não era chamado por aquele apelido idiota que um sentimento amargo e nostálgico o atingiu. Contudo foi capaz de reconhecer no mesmo instante.

Apenas um idiota o chamava daquele jeito e ele seria um idiota morto assim que pusesse as mãos naquela coisa escrachada que chamava de fuça. Iria redecorar com tantas explosões que nem mesmo a mãe dele seria capaz de o reconhecer.

Por sorte ou ironia do destino o trânsito não estava caótico como de costume, como se o cosmos desejasse o mesmo que si. Girava o volante com certa pressa, assim como dirigia a uma velocidade acima do limite permitido, guiando o carro com urgência, movido unicamente pela fúria em seu coração.

Mais uma curva, e dessa vez o peso do carro o fez bambear na pista. Ao seu lado o celular começou a tocar insistentemente, mas Katsuki o ignorou ao ler o nome do esposo na tela. Eijiro que o perdoasse, mas aquele era um assunto que teria que lidar sozinho.

Sentiu-se nervoso e trêmulo enquanto guiava o carro, agindo por puro impulso enquanto a raiva o sufocava. Deveria ter imaginado que aquele maldito rato de computador poderia estar envolvido naquela porra de trama, mas fazia tanto tempo que não o via não relacionou a possibilidade. Na verdade sequer lembrava de sua existência.

Já começava a hiperventilar, ansioso e deprimido.

Naquele momento sua mente angustiada o fez se lembrar do desgraçado do Hisoka, com seus enormes óculos fundo de garrafa e cara sardenta. Ele o perseguia como um alucinado para tudo quanto é lugar que fosse, metendo a porra do bedelho onde não era chamado enquanto se metia na vida de todos que não pediam sua opinião. Essa tendência a ser abelhudo era um dos pelos quais as demais crianças não o suportavam. Isso e sua aparência nada convencional. Sua corcunda, causada pela severa escoliose, também o fazia alvo de chacota e deboche entre os demais que viviam a lhe dar apelidos depreciativos.

Mesmo não sendo uma criança muito empática, a figura daquele menino mexeu com o coração de Katsuki que passou a defendê-lo, evitando que ele apanhasse mais. Não que fossem amigos, ele simplesmente não pode mais suportar ver os maus tratos pelos quais Hisoka tinha que passar pelo simples fato de ser diferente. Ele o entendia, afinal as pessoas também o viam diferente do que era.

O problema era que Hisoka não o via como apenas mais um dos garotos, mas sim uma pessoa especial, a primeira a realmente o tratar como um igual, algo importante para sua estima, porém destrutivo aos seus sonhos, uma vez que Katsuki não o via do mesmo jeito. O que para um não passava de empatia, aos olhos do outro era o puro encantamento personificado.

Nosso Segredo (Livro 1/Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora