17 - Disfórico

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Amadas, amados e amoedos (credo), eu tive que fazer algo que me magoou bastante nesse capítulo que foi tratar o Katsuki como gênero feminino no trecho em que conta da infância dele pois estava confuso. Perdão mundo, universo e a todos, principalmente os homens trans por eu ter que fazer isso, mas não teve jeito. Eu realmente não queria e tentei ajeitar, mas ficou complicado para compreender, então...

Me perdoem pelo vacilo.

Desde pequeno Katsuki sempre soube que tudo acerca de como os outros o viam não estava certo, e mesmo antes de saber classificar aquele incomodo ou como lidar com o sentimento de ter a fisionomia tão diferente do que deveria ser, ele sabia que não...

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Desde pequeno Katsuki sempre soube que tudo acerca de como os outros o viam não estava certo, e mesmo antes de saber classificar aquele incomodo ou como lidar com o sentimento de ter a fisionomia tão diferente do que deveria ser, ele sabia que não era uma garota. Desde seu nome de registro, a maneira como seus pais e os demais se referiam a si, tudo, absolutamente tudo ao ser ver estava trocado, e isso o deixava frustrado e nervoso.

Esse sentimento de conflito interno tornou-se ainda mais feroz quando ele teve contato visual pela primeira vez o corpo masculino, em meio a um banho de piscina com os primos. Crianças não são exatamente criaturas pudicas, ou mesmo apegadas ao mesmo senso de castidade dos adultos, e tendem a ser um tanto inocentes quanto a exposição do próprio corpo, principalmente no caso de garotos.

A família estava reunida em uma comemoração, e Naomi (Katsuki), na época com cinco anos, se divertia com seus primos sem se importar com as repreensões por parte da mãe por conta de seu comportamento um tanto rude, tão parecido com o de um moleque na opinião dela. Por ser filha única ela pouco compreendia do mundo, tampouco fazia ideia do que era um comportamento masculino ou feminino, afinal, em sua mente pueril, todos eram iguais já que nunca havia visto outra pessoa nua.

Isso até os primos cabeça oca trocarem sorrisos e firmarem uma aposta audaciosa que custaria a um deles um castigo bem longo, porém lhe concederia o título de macho corajoso, que parecia ser uma honraria única, tamanha era excitação do pequeno que não pensou duas vezes e, depois de arrancar a sunga, saiu correndo nu pela lateral da piscina. Os pais o repreenderam de imediato, correndo atrás dele enquanto ordenavam que parasse.

Naomi achou o máximo aquele desafio e como o primo, despiu rapidamente o próprio biquíni, correndo atrás dos demais meninos, sorridente e certa de que seria incrível ser reconhecida pela bravura.

Foi um verdadeiro escândalo. Sua mãe deu um grito tão alto e estridente que poderia acordar os mortos do outro lado do planeta, e o pai deixou a garrafa de cerveja cair em cima do próprio pé, antes de correr com uma toalha na mão, tentando capturar o pequeno que não parava de rir, esquivando-se com maestria como se fosse viscoso, pulando e saltando enquanto tentava acompanhar os primos.

Os outros olhavam escandalizados, desaprovando seu comportamento, mas ele não se importava, afinal todos os outros estavam fazendo o mesmo, não é? Porque ela não poderia?

Com certa urgência, porém a suavidade de sempre, Masaru conseguiu apanhá-la antes que ela desse a segunda volta na piscina, arfando como se houvesse saído de uma maratona de cinco horas. Naomi aceitou inconformada aquela interrupção, e foi nesse momento, no qual ao olhar para o lado direito e pode ver um dos primos nu, que seu sorriso esmaeceu dando lugar a confusão.

Nosso Segredo (Livro 1/Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora