21 - Confusão

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AHAHAHAHAHHA Querem minha cabeça, não é? Eu sei. Perdão.

Não havia uma única célula no corpo de Eijiro que não estivesse tomada pelo desespero

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Não havia uma única célula no corpo de Eijiro que não estivesse tomada pelo desespero. Atordoado e incrédulo, ele se culpava por não ter sido rápido ou atento o suficiente para impedir que aquilo acontecesse, sacolejando o esposo para que ele não cedesse a inconsciência enquanto suas lágrimas caíam sobre seu rosto pálido. Sequer era capaz de ouvir as sirenes das viaturas e ambulância se aproximando, ou a comoção ao redor. Toda a sua atenção se resumia ao esposo em seu colo, cada vez mais sonolento, lutando para falar algo quando sequer conseguia pronunciar uma única palavra.

- Suki, fica comigo, por favor!- implorava com a voz embargada, incapaz de pensar direito ou tomar alguma reação.

Do chão, Hisoka continuava rindo, satisfeito por ter logrado êxito em sua vingança. Haviam sido anos de planejamento, guardando rancor enquanto aguardava o momento ideal e, mesmo contra todas as expectativas, ele havia conseguido. Não importava se levaria uma surra dos heróis e policiais que estavam entrando, tampouco a maneira truculenta com a qual se aproximavam, tentando conter os heróis que queriam lhe arrancar o couro, entre eles o sempre ponderado Izuku que, após se desvencilhar do agarre de um policial, se aproximou erguendo-o e o jogando no chão com um soco. Mesmo sem usar a individualidade, havia sido doloroso.

Eijiro só conseguia chorar e pedir para que Katsuki não dormisse, fechando os olhos e balançando a cabeça negativamente assim que desceu a mão pelo ventre dele, alisando-o sem sentir nenhum movimento em resposta. Chamava seus bebês pelo nome, esperando que eles reagissem, engasgando com o próprio choro e ignorando os toques em seu ombro.

- Senhor, Red Riot, por favor, se acalme. - a pessoa pediu com a voz mansa, mas ele não conseguia ouvir ou dar-lhe atenção - Tente se controlar.

Como poderia ao ver que estava perdendo tudo?

Sentia como se houvessem se passado horas, ainda que poucos minutos tivessem transcorrido. Não era capaz de ver, ouvir ou processar nada que acontecia ao redor, preso em um limbo emocional debilitante.

Então Katsuki resfolegou e tossiu, engasgando-se quando fechou os olhos pela última vez, debilitado demais para abri-los, mesmo que Eijiro continuasse sacudindo-o sem parar. Ao perceber que ele não acordaria, o ruivo soltou um ganido de dor, balançando-o uma última vez, antes de o abraçar, escondendo o rosto em seu pescoço.

Não podia terminar daquele jeito, justo quando estavam tão exultantes pelos bebês que iam chegar, animados e ansiosos mesmo com todos os contratempos e desafios.

- Senhor, ele não é o seu esposo! - com muita dificuldade um dos guardas finalmente conseguiu tirá-lo do torpor e fazê-lo olhar para si, balançando-o sem parar.

Foi como se o oficial houvesse falado em uma língua estrangeira.

- Q-Que...?

Confuso o ruivo afastou-o e se assustou ao perceber-se apegado ao corpo de uma jovem que aparentava entre dezoito a vinte anos, ruiva e nem um pouco parecida com Katsuki. Estava trajada como uma civil normal, pálida e com o rosto molhado por suas lágrimas.

Nosso Segredo (Livro 1/Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora