Eis-me aqui novamente, dando atenção a essa fic nenê que vai ganhar um livro dois! Sim, gente, vamos ter a segunda parte dessa fofurinha.
Sentado a frente de seu atual chefe, Katsuki simplesmente não sabia como reagir aquela fala, observando o homem com o olhar perdido enquanto tentava processar tudo o que ele havia falado, como se houvesse ouvido um discurso em uma língua estrangeira.
Após uma breve licença em casa, recuperando-se dos maus estares provocados pelo assédio constante a descoberta de sua identidade de gênero, ele havia sido chamado na sala do chefe tão logo retornou e agora precisava assimilar que aquele mesmo desgraçado, que vivia a espalhar e cultivar uma imagem de homem emponderado e de mente aberta, na verdade era um escroto preconceituoso e queria encerrar seu contrato usando como desculpa o "posicionamento sufocante da mídia", alegando que toda aquela histeria em torno de sua imagem estava, por consequência, afetando a da empresa.
— Então... Bakugou... — dizia de maneira pausada, obviamente incomodado e confuso com o fato dele ser transsexual — eu sinto muito por toda essa situação inconveniente que está passando, mas tenho que zelar pela harmonia da empresa, e todo esse frenesi em torno do seu posicionamento sexual é... bom... — colocou a mão sob o queixo, ponderando o que deveria dizer — ... digamos que está causando um tumulto e uma certa comoção desnecessária entre os heróis o que acaba afetando o rendimento deles e consequentemente da empresa.
Ainda em silêncio, Bakugou apenas o fitava, com a mão escorada nas laterais da cadeira, e o punho parcialmente fechado de encontro a bochecha esquerda, aparentemente sem nenhuma reação, o que deixou o homem ainda mais nervoso por não saber como ele estava lidando com sua fala.
— Eu respeito você, é um herói incrível; um dos melhores sem dúvida, no entanto, a nossa empresa infelizmente não pode lhe manter no quadro de funcionários por conta de todo esse alvoroço da mídia em torno da sua imagem.
— Está me demitindo, é isso? — questionou sem rodeios — Toda essa enrolação para me dizer que não me quer como funcionário por eu ser transsexual? Podia ter sido direto desde o início.
O homem pareceu engasgar com as palavras de Katsuki, movendo-se agitadamente e de maneira nervosa na cadeira. Pigarreou incomodado, tentando escapar do olhar acusador de Katsuki, sem muito sucesso.
— Acredito que tenha compreendido de maneira errada, não é por causa disso, mas...
— Sim, eu ouvi toda a sua ladainha e as desculpas esfarrapadas de ser por causa da mídia — interrompeu-o se ajeitando na cadeira, o cenho fechando-se em desagrado — Eu não sou idiota para engolir esse monte de merda e acreditar nas tuas boas intenções. Diz que é para defender a imagem e integridade da empresa, mas o que vocês fizeram com o Blue Horny quando ele quase matou a mulher de porrada depois de uma noite de farra e bebedeira? A repercussão foi enorme, e bem mais prejudicial, mas a empresa se posicionou ao lado dele, alegando que ele tem um desvio de conduta, passando pano para o desgraçado que é capaz de machucar a própria esposa. Não me venha com desculpas esfarrapadas.
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Nosso Segredo (Livro 1/Concluído)
Hayran KurguDepois de muito se dedicar a sua carreira, Bakugou conseguiu se tornar um dos heróis mais importantes do mundo. Casado há cinco anos com Kirishima, ele se sentia otimista por seus planos estarem todos dando certo, afinal só havia um detalhe que pode...