20 - Armadilha

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Saudades! Desculpem a demora, foram semanas bem corridas.

Antes de começarmos, é sempre bom lembrar que Jesus nos ensinou a perdoar. Com isso em mente, podem prosseguir.

Há anos ele aguardava por aquele momento, a desforra por toda humilhação pela qual passou, e ela não poderia vir em hora mais oportuna

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Há anos ele aguardava por aquele momento, a desforra por toda humilhação pela qual passou, e ela não poderia vir em hora mais oportuna. 

Planejou durante tanto tempo a derrocada do Ground Zero que praticamente não vivera, dedicando-se única e exclusivamente a destruí-lo pelo que havia feito consigo. Seria rápido e indolor, ao menos para si, pois quando Katsuki chegasse aquele antigo armazém, agora abandonado, Hisoka se certificaria de que ele se arrependeria do dia em que pisou em seu coração, renegando seu amor e o repelindo como se fosse uma criatura doente. 

Resgatou a seringa em seu bolso, erguendo-a e observando o líquido incolor sacolejar com um leve movimento, sorrindo ansioso pelo momento em que poria seu plano em prática. Bastaria apenas uma pequena dose da solução com a qual a havia enchido para se vingar.

Obviamente sua intenção não era matar Katsuki, longe disso. Queria se vingar de uma maneira que lhe trouxesse ainda mais dor e o amargo sentimento de arrependimento, destruí-lo por dentro como havia feito consigo, obrigando-o a viver uma vida sem sentido. Atacaria seus preciosos bebês e o faria conhecer o desespero. O líquido seria inofensivo ao organismo dele, causaria somente alguns pequenos desconfortos como náuseas e tonturas, mas potencialmente destrutivo aos filhos que gestava, matando-os quase que instantaneamente.

Aquilo era tão genial que o enchia de orgulho e satisfação por ter pensado sozinho naquele plano.  

Voltou a guardar a seringa, segurando o riso frenético de satisfação que o atingiu ao ouvir o som do cascalho seno triturado pelas rodas de um carro, preparando-se para o momento pelo qual aguardara por uma vida. A cada segundo seu coração palpitava ainda mais nervoso, enquanto segurava a seringa dentro de seu casaco, apertando-a levemente entre os dedos. 

— Hisoka, seu desgraçado, onde você está? — a voz alta dele reverberou do lado de fora, um comando único e nervoso — Apareça, seu escroto e vamos resolver essa merda de uma vez por todas!

A porta então foi aberta revelando a silhueta de Katsuki, escondida por debaixo de um enorme casaco escuro. Estava ainda mais belo do que podia se lembrar, mesmo com o semblante furioso e contraído. Mais bonito do que os noticiários ou fotos de revistas, jornais ou redes sociais poderiam conceber, mesmo ainda estando parcialmente contra a luz. 

— Então você veio mesmo, Pudim Dourado! — tripudiou, se aproximando a passos lentos. A mão pronta a agir a qualquer instante. Precisava apenas chegar perto o suficiente — Temi que talvez tivesse esquecido do nosso ninho de amor. 

— Nunca houve ninho de amor, seu idiota!

— Ah, houve sim, não tente negar. 

O olhar do loiro estreitou-se enquanto ele também se aproximava. 

Nosso Segredo (Livro 1/Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora