1 - Descoberta

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Eis-me aqui com uma nova KiriBaku porque controle é coisa de gente chique e eu não tenho.

Mesmo após anos, Katsuki ainda conseguia se lembrar com primazia da quantidade absurda de emoções que se misturaram dentro de si quando, por um lapso momentâneo de atenção devido ao cansaço do intenso dia de treinamento, esqueceu de trancar a port...

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Mesmo após anos, Katsuki ainda conseguia se lembrar com primazia da quantidade absurda de emoções que se misturaram dentro de si quando, por um lapso momentâneo de atenção devido ao cansaço do intenso dia de treinamento, esqueceu de trancar a porta do quarto e foi surpreendido por Kirishima, que animado por uma idiotice qualquer a qual já não recordava, entrou de supetão, surpreendendo-o enquanto acabava de retirar a camisa antes de se livrar do binder*. O olhar do ruivo desceu incrédulo sobre seu corpo,os olhos estupefatos e desacreditados mapeando seu dorso.

O pânico se instalou dentro de Bakugou de uma maneira tão violenta que ele congelou, travado no tempo tendo a camisa parada nas dobras do braço. A sensação de desespero foi eminente e fez seu estômago revirar e seus olhos encherem de lágrimas.  Não era para ninguém descobrir, nunca, mas lá estava aquele maldito Cabelo de Merda parado no limiar da porta, o encarando de modo estúpido e boca entreaberta sem conseguir pronunciar uma palavra sequer, tão paralisado quanto Katsuki.

De todas as reações possíveis e imagináveis, Bakugou teve a menos provável, entregando-se ao desespero de ter seu segredo revelado e sua futura e tão ansiada carreira destruída ante a revelação daquele detalhe. Chorou sem conseguir reagir, certo de que Eijirou espalharia a notícia aos demais alunos tão logo saísse dali.

Mas ele não o fez. Pelo contrário, sua resposta foi justamente outra. 

Assim que o torpor inicial passou, Eijiro se apressou em fechar e trancar a porta para que ninguém mais visse e se aproximou do colega de classe que a essa altura havia literalmente caído sentado sobre a cama tentando absorver aquela nova realidade. Eijiro sentou,  ocupando o lugar ao lado dele, ainda pasmo demais para verbalizar algo, porém disposto a entender a situação e ajudá-lo.

Eijirou sempre fora extremamente paciente e simpático consigo, e naquele momento não foi diferente. Mesmo sem compreender e meio desconcertado e perdido quanto a tudo, ele foi o suporte que Bakugo precisava, nunca o julgando ou tratando de maneira diferente por descobrir que ele era, na verdade, um homem trans. Pelo contrário, durante os dias difíceis, ele fazia questão de relembrá-lo quem era Bakugo. 

Com o tempo a amizade e confiança foi aprofundando e se tornando algo mais concreto e forte. Bakugou via em Eijirou um confidente valioso, alguém com quem podia contar sempre e aos poucos abriu o coração para ele, permitindo que entrasse e fizesse moradia.

Consolidou-se um sentimento único e poderoso que logo se aprofundou virando amor. Casaram-se assim que concluíram o curso habilitando-se como heróis e Bakugou ganhou o destaque merecido por ser muito habilidoso e dedicado ao que fazia. Presenciá-los trocando alianças foi algo que não surpreendeu praticamente ninguém, ainda que sua união, assim como suas identidades civis, fossem detalhes que ambos preferissem manter em sigilo do público para evitar assédio desnecessário. 

Nosso Segredo (Livro 1/Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora