Enfim, consegui postar hoje. Que Deus me ajude!
A obstetra que o atendia ao menos estava tentando ser gentil, ainda que seu olhar fosse de reprovação. Folheava seu histórico médico depois de prestar os primeiros socorros, atenta a cada detalhe enquanto franzia a testa, mordendo levemente a ponta da caneta, anotando e comparando resultados. Havia sido recomendada por seu obstetra pessoal que estava vindo de carro para atendê-lo.
Por fim, após um tempo aparentemente infinito, a médica baixou a prancheta, olhando diretamente nos olhos de Katsuki, com um misto de desaprovação e cansado.
— O que o senhor fez hoje, senhor Bakugou, foi extremamente arriscado, e tenho certeza de que sabe disso — iniciou, aproximando-se enquanto mexia no soro.
— Não precisa me lembrar, apenas faça a porra do seu trabalho e me diga se está tudo bem com os meus bebês. — Era péssimo lidando com o nervosismo e acabava sendo ignorante para disfarçar seu receio.
Ela o mirou com o olhar carrancudo.
— Caso não saiba, o meu trabalho envolve não somente reportar, mas também conscientizar os pacientes e, em casos como o seu, repreendê-los quando cometem erros estando cientes das consequências.
— Que eu saiba esse trabalho não é seu, mas do meu obstetra pessoal.
— Sua atitude reflete na sua conduta, e esta, por sua vez, quase o matou, então peço que seja cauteloso com as palavras, a menos que deseje ser atendido por uma das minhas honoráveis colegas transfóbicas — novamente o mesmo olhar, mas dessa vez Bakugou não sentiu o ímpeto de rebatê-la — Aceitei atendê-lo a pedido do seu médico que é um grande amigo meu, e por também ser uma admiradora do seu trabalho, mas não estou aqui para ser tratada de maneira rude. Sei que está irritado, e longe de mim querer dizer como deve se sentir depois do que foi obrigado a passar, assim como não tem direito de dizer como eu, enquanto médica, devo me portar, contudo lembre-se que não sou a culpada, e vou chamar a sua atenção sim, querendo o senhor ou não.
A fala realmente o deixou sem jeito.
— Apenas me diga se está tudo certo ou não. — pediu uma última vez, um tanto envergonhado e emburrado por estar sendo tratado como uma criança.
— Sua pressão subiu a níveis alarmantes. Posso afirmar, sem nenhuma sombra de dúvida, que teria morrido se tivesse levado seu plano adiante. — a médica continuou, com o semblante fechado, e Katsuki tentou ao máximo esconder sua surpresa e o frio na barriga que aquela afirmação havia lhe causado — Você entraria em trabalho de parto, teria convulsões com sequelas, um provável enfarto seguido ou não de coma, e seus filhos morreriam sufocados, visto que a placenta deixaria de prover o oxigênio necessário ao parar de funcionar. Consegue entender a gravidade da sua situação?
Havia um reboliço de emoções enorme dentro de Katsuki, sentimentos que quase o sufocaram, entre eles a culpa.
— Pelo que posso ver na sua ficha você ainda está com vinte e nove semanas gestacionais, o que nos deixa ainda mais em alerta. — Afastou o lençol das pernas dele, deixando a mostra seus pés, apontando-os — Também já temos alguns sinais aqui. Inchaço nessa fase da gestação é um tanto incomum. O ideal é que comece uma nova dieta, mas vou deixar o seu obstetra escolher isso. Por hora vou apenas receitar repouso e pedir o afastamento do trabalho. Quanto aos bebês, eles estão bem e fora de risco, mas vou solicitar alguns exames adicionais.
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Nosso Segredo (Livro 1/Concluído)
FanficDepois de muito se dedicar a sua carreira, Bakugou conseguiu se tornar um dos heróis mais importantes do mundo. Casado há cinco anos com Kirishima, ele se sentia otimista por seus planos estarem todos dando certo, afinal só havia um detalhe que pode...