30 - Angústia

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Preparados? Prontos ou não, lá vamos nós.

Havia tanta revolta no coração de Katsuki que ele precisou da intervenção dos enfermeiros que o sedaram por algumas horas, temendo que ele acabasse passando mal

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Havia tanta revolta no coração de Katsuki que ele precisou da intervenção dos enfermeiros que o sedaram por algumas horas, temendo que ele acabasse passando mal. E, a pedido de Eijiro, os gêmeos só viriam para o quarto assim que eles resolvessem toda a parte burocrática que envolvia o estado da caçula, algo que ele resolveu enfrentar sozinho.

Teve se conter como pôde enquanto ouvia sobre a vida de uma criança na Unidade de Tratamento Intensiva Neonatal, quase colapsando com algumas informações. Foi atendido por uma psicologa e uma Assistente Social, recebendo o apoio necessário para lidar com aquilo. Era a sua menina, a garotinha com a qual sonhou por tanto tempo, e desejou com tanta força que praticamente se materializou de última hora, mas que agora parecia distante.

- Como já sabe, senhor Kirishima, o estado da sua filha é muito delicado. - a pediatra de plantão disse enquanto observava a ficha - Ela nasceu com baixo peso em relação aos outros dois e...

- Baixo quanto?

A médica levou alguns segundos olhando na ficha antes de responder.

- Oitocentos e noventa e quatro gramas, o que a torna ainda mais frágil.

Sua filha não pesava nem mesmo um quilo, não conseguia respirar sozinha e tinha a pele tão delicada que podia romper-se com movimentos bruscos. Todas as informações pareciam convergir para uma única e inexorável realidade.

- Não costumamos ser tão diretos, senhor Kirishima, ou tirar a esperança dos pais, mas temos que trabalhar com a verdade aqui, por mais difícil que ela seja, e a verdade é que a sua filha pode falecer a qualquer momento. Ela já teve duas paradas cardiorrespiratórias, sendo uma delas ao nascer, e não sabemos se o coração dela vai aguentar mais uma reanimação. Pode ser que cheguem um dia e tenhamos que dar a notícia de que não há mais nada que possamos fazer e tem que estar preparados para isso.

Eijiro passou a mão pelo rosto nervosamente, desacreditado e abatido enquanto tentava aceitar a realidade.

- Se eles tivessem descoberto ela antes, teria tido alguma diferença?

- Infelizmente não. Veja bem, esse terceiro bebê na verdade é resultado de uma gestação única, concebida algumas semanas depois dos gêmeos, que devo lembrar, são resultado da separação de uma única célula-ovo, ou seja, para ela ainda era cedo demais. Estimo que ela deva ter se desenvolvido até as trinta semanas, no máximo e ainda passou pela pressão de se desenvolver atrás dos irmãos. Podemos considerar um milagre ela chegara nascer viva, e vamos fazer o máximo para ajudá-la, mas não podemos garantir que ela vai sobreviver, infelizmente. - aproximou-se de maneira empática, sem desrespeitar o espaço pessoal dele - Vocês por acaso escolheram um nome?

- Eu vou esperar o Suki fazer isso, quando estiver mais tranquilo. - remexia no cabelo, como se isso pudesse aliviar um pouco a tensão que sentia - Quando vou poder vê-la?

Nosso Segredo (Livro 1/Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora