Capítulo 37

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boa leitura!

POV CAMILA

Sexta à noite. Autoestima: zero; Dignidade: bem longe. Tanta coisa aconteceu nesse meio tempo que eu nem sabia por qual começar a lidar primeiro. Acabou que não me sobrou tempo para sofrer pela partida de Lauren.

Não me sobrou tempo para pensar em um motivo pelo qual ela fez isso e nem para odia-lá. Sejamos sinceras, isso um dia iria acontecer. E bom, como não sou uma pessoa que vive acreditando em contos de fadas, é um pouco mais fácil.

Mas, eu confiava nela. Eu acho que a pior coisa é confiar em alguém e depois ver que ela não é nada do que você pensava.

Eu a amei. Eu a amei muito, mas agora não faz tanta diferença assim. Eu passei longos dias trancada no meu quarto imaginando uma forma de acabar com esse sentimento de uma vez por todas e só aquela vez parece que minha mente estava de acordo com meu coração ou vice versa. Eu já não pensava nela com tanta frequência - a menos que tocassem em seu nome - e meu coração não doía mais. Não se pode obrigar ninguém a ficar em um lugar onde ela não queira estar.

O amor é livre.

É difícil perder alguém que se ama, é uma dor que você não vai querer sentir nunca, mas a única maneira de saber que não vai acontecer de novo é se distanciar de tudo. Mas aí você para de amar, e isso não é viver.

Seis anos atrás eu queria sim, uma resposta para minha dor, mas eu só tinha a dor como resposta para minha própria dor. Então, decidi transformar ela em forças. Me levantei, segui minha vida, conheci pessoas novas, beijei, transei, bebi... até provei uns cigarros.

Minha amizade com as meninas ficou mais forte e nenhuma delas - até onde eu sei - quer saber da Lauren. Ela não magoou somente a mim, mas as pessoas que realmente se importavam com ela.

Agora eu tenho meu emprego, meu dinheiro, minha casa, melhorei a vida da minha mãe, arrumei um "meio namorado", do que mais eu preciso? Eu sou feliz.

— Amor, você não fez compras. Não tem nada aqui. - meu "meio namorado" resmunga da cozinha

— Eu não tive tempo, amanhã resolvo isso. - respondo, assistindo um filme bosta na televisão

— Poderíamos procurar comida por aí, o que acha? - se aproxima, parando em minha frente

— Essa foi a coisa mais romântica que falaram pra mim hoje. - esboço um sorriso, olhando-o — Mas, não queria sair de casa. - faço bico

— Irei pedir então, tudo bem? - assinto com a cabeça e sinto seus lábios se chocarem com os meus rapidamente antes dele voltar à cozinha

Conheci o meu "meio namorado" em uma das viagens que eu fiz à trabalho e por coincidência ele também morava em Miami. Nunca chegamos a rotular o que temos, ele apenas vem aqui, passa uns dias, transamos sempre e somos apenas nós.

Depois dos meus antigos relacionamentos eu preferi não me entregar totalmente de cabeça em um período de tempo indeterminado. Vou deixar rolar e se for pra ser, não irei contra.

Falando em "ex", nem ouço mais falar no Zayn, faz tempo que não o vejo também, o que é ótimo, porque quando uma mulher pega ranço não tem cara gostoso no mundo que mude isso. Não vou negar que é estranho, mas fiquei bastante feliz por finalmente me ver livre de um homem tão escroto.

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