Capítulo 47

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boa leitura!

POV CAMILA

Tomar decisões nos cobra um alto preço emocional. Antes de tomar uma decisão difícil, chora-se muito, os questionamos são inúmeros, a vida se desestabiliza. Saber discernir o que é certo e errado, é fácil demais. Mas aí chega a hora de você escolher entre um e outro, porque o bom é errado, e o ruim é o certo.

Qual você escolhe? O mais sensato, acredito.

Pois bem, foi nisso que pensei antes de juntar todas as minhas forças e me levantar daquela cama deixando tudo para trás.

Fechei os olhos por longos minutos até ter a certeza de que ela estaria dormindo para só então colocar meu plano em prática. Vocês devem me achar uma vadia destruidora de lares que se aproveitou dos sentimentos de outra pessoa, para suprir a necessidade de uma boa transa - não que o Sam fosse ruim de cama - e depois cair fora. Foi bom sentir Lauren dentro de mim depois de tanto tempo, ela ainda sabia como me excitar, como me fazer gozar como nenhuma outra pessoa fez em anos. Mas aí a ficha caiu e a consciência pesou. Eu não podia fazer isso com ela, nem comigo, nem com Sam e nem com Emeraude. Não necessariamente nessa ordem.

Eu me entreguei, eu me permiti, fui contra tudo o que eu achava errado mais uma vez. Só que por um momento, por um pequeno segundo de lucidez, vi a minha chance de consertar as coisas. Eu não poderia ser culpada por acabar com o casamento de uma pessoa que me recebeu tão bem, que confiou não só no meu trabalho, mas em mim, também. Essa não era a Camila. Essa não era eu. Não mais.

Se Lauren não era capaz de raciocinar direito enquanto eu estava perto como a própria mesmo disse, acabei fazendo isso por ela. Por nós.

— Hija, estou te achando tristinha desde que chegou. Quer me contar o que aconteceu?

Minha mãe era a única coisa boa em meio a esse caos.

— Não é nada, mama! Não se preocupe. - lhe ofereço um pequeno sorriso de lado, mas não pareceu convencê-lá

— Esqueceu que sou sua mãe? Eu sei quando algo estar errado. Aliás, a primeira vez que você ficou assim, foi por uma certa pessoinha.

— E continua sendo por ela. - suspiro, frustrada

— Quer falar sobre isso?

— Ela está casada.

— Isso te afeta?

— Se a gente não tivesse transado no meu último dia na viagem, talvez não afetasse tanto.

— Hija...

— Por favor, não me julga, mama. - imploro, fitando-a — Eu já estou mal o suficiente por isso, não preciso de julgamentos.

— Não vou julgar, está bem? - segura minhas duas mãos — Você ainda a ama?

— Às vezes, acho que sim. Outras, acho que já superei. Só sei que estou tentando.

— Eu não sei o que aconteceu nessa viagem para vocês terem chegado a esse ponto, mas eu conheço o seu coração e sei que não fez por má intenção. Depois do Zayn, ela foi a sua segunda namorada e o que vocês viveram foi intenso demais. Não se culpe por isso, as pessoas cometem erros, só escolha conserta-los ao invés de continuar errando. É isso que nos faz humanos, hija.

— Tenho medo de ter estragado tudo. - abaixo a cabeça

— Tudo bem ter medo.

Eu sentia falta do colo da minha mãe, dos seus conselhos, das suas broncas, dos seus carinhos, da sua compreensão... de simplesmente estar junto.

Claro que eu sabia que ela não se alegrava dos meus vacilos, não foi essa educação que ela me deu, mas ela tem consciência de que é com nossos erros que aprendemos. Palavras dela.

Eu sentia falta de estar debaixo de suas asas porque sabia que ali eu estaria segura.

Mesmo que não tenhamos contato com tanta frequência, era bom abrir a porta e me sentir em casa, como se eu nunca tivesse saído daqui.

Precisava tirar um dia só pra ela mais vezes, não era justo ficar longe por tanto tempo assim da pessoa que mais me apoia nessa vida.

Voltar pra minha casa já não era tão bom assim. O silêncio chegava a ser incômodo, às vezes. Algo mudou desde que voltei, isso era fato. Um mês se passou e eu não consigo tirar os lábios dela da cabeça, o seu corpo colado ao meu, suas carícias, sua expressão enquanto entrava em mim por completo. Era uma sensação que nem o Sam era capaz de me dar.

Como podemos sentir tanto prazer apenas com uma pessoa só? Chega a ser frustrante.

E aqui estou eu, mais uma noite, sozinha, com uma garrafa de vinho pela metade, olhando a lua pela varanda de casa. Essa é a pior parte de se tomar uma decisão, quando você já não sabe mais se foi o correto deixar para trás tudo aquilo que você quis que tivesse dado certo desde o começo.

E aí você já não sabe mais se sofre por sentir tanto, por ter se permitido, por ter errado ou por simplesmente ter desistido quando claramente essa palavra foi a que mais me assombrou a vida toda.

capítulo curto mesmo, pq o tempo está ficando mais curto ainda. prometo compensar na próxima, se vocês prometerem, também, não desistir de mim. digo, da fic.

escrever uma história, seja ela qual for, é um desafio e tanto. tem momentos que você já não sente tão apto para continuar, as ideias somem, as frustrações chegam... odiaria decepcionar vocês.

por isso sempre que eu posso peço para votar, comentar, interagir, porque aí vou saber com que público estou lidando, entende? sei que é chato, mas isso sempre ajuda nós, escritores. precisamos saber se estamos agradando vocês.

no decorrer da história vai existir mts cap chatos e pequenos como esse, mas garanto que é para me ajudar a desenvolver melhor e escrever um final foda.

enfim, só obrigada, mais uma vez por chegarem até aqui.

xoxo.

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