ROAD LOVE

Capítulo 48

boa leitura!

POV LAUREN

Algumas semanas se passaram, não sei bem ao certo, eu parei de contar no vigésimo dia enquanto mais uma vez, enchia minha cara em um bar qualquer pela cidade.

Eu não me sentia desse jeito há anos, tinha esquecido como era estar um verdadeiro trapo dia e noite. Não sabia mais o que era trabalhar, ser uma boa esposa, uma boa amiga... não sabia o que era viver. Minha rotina era beber e me drogar até onde eu aguentasse, ou seja, o resultado não era um dos melhores. Ninguém mais me reconhecia. Nem eu mesma.

Minha vida se tornou um verdadeiro inferno desde aquela maldita formatura de ensino médio. Eu deixei que tirassem de mim tudo o que eu mais amava. E aí eu me pergunto mais uma vez: Se eu tivesse lutado, se eu tivesse superado, se eu tivesse a porra de coragem de passar por cima dele, será que estaríamos nessa situação agora? Onde Camila me despreza, onde não existe mais eu e ela, onde não podemos só sermos felizes? Quanta coisa a gente faz e depois quer voltar atrás...

Flashback on:

No primeiro momento eu não sabia onde estava ou o que estava se passando. As primeiras coisas que passavam diante dos meus olhos eram apenas borrões. Luzes fortes. Mais borrões. Aquele barulho bem distante estava começando a me incomodar, eu estava ficando agoniada, mas foi uma péssima ideia quando tentei me mexer.

Caralho, aquilo doía. E então eu me dei conta de onde estava. Era um hospital. Não demorou muito até que uma mulher de aparentemente 30 anos entrou no quarto e verificou alguma coisa naquela máquina que não faço a mínima questão de saber o que era. Eu só precisava sair dali. Precisava ir pra casa. Precisava encontrar Camila.

- Senhorita Jauregui, eu me chamo Christina e sou sua médica. Provavelmente você deve estar confusa por conta da medicação. Você levou um tiro na barriga e comprometeu alguns órgãos, tivemos muito trabalho, pois seu estado era grave mas, felizmente, conseguimos reparar os danos. Vou deixar que o resto suas amigas lhe conte com detalhes, mas peço que não faça esforço algum, vou precisar que fique mais alguns dias em observação caso tenha algum problema na cirurgia, tudo bem? Alguma dúvida?

Aquilo era informação demais, mas só vinha na cabeça a imagem da minha namorada aos prantos.

- O-onde está a Ca-mila - perguntei com dificuldade. eu não tinha forças e minha garganta estava muito seca

- Tem algumas pessoas lá fora querendo vê-la, vou pedir para que entre uma de cada vez, você precisa descansar depois disso.

Assinto levemente com a cabeça e vejo a médica sumir pela porta do quarto. Nem durou nem cinco minutos e Verônica foi a primeira a entrar. Não é que a presença dela não tenha me agradado, mas esperava ver minha latina entrando por aquela porta.

Fiquei mais tranquila quando disseram que ela foi apenas descansar, ela estava abalada demais com tudo o que aconteceu, mas que voltaria logo.

Depois de todas as visitas - ou o que eu achava ser todas - estava quase dormindo quando percebo uma movimentação ao meu lado. Lentamente abro os olhos e vejo perfeitamente a imagem de Zayn, com um sorriso enorme no rosto, suas mãos dentro dos bolsos da frente da calça surrada que usava.

- Oi, Laurenzinha! Aproveitando a estadia? - pergunta, na maior cara de pau

- O que você está fazendo aqui? - minha voz saiu fraca

- Ué, eu vim ver como você estava. Não sou tão insensível assim, vai.

- Vai embora, Zayn. - engulo seco, me controlando para não fazer movimentos bruscos